Depois de a Suzuki encerrar um jejum de vitórias de quase três anos, o GRANDE PREMIUM listou dez razões que explicam o sucesso da montadora de Hamamatsu com Álex Rins no GP das Américas

Demorou exatos 952 dias, mas a Suzuki, enfim, colocou um ponto final em um jejum de vitórias que vinha desde de 4 de setembro de 2016, quando Maverick Viñales subiu ao topo do pódio da MotoGP no GP da Grã-Bretanha. No último domingo (14), Álex Rins recolocou a GSX-RR no olimpo da classe rainha ao aproveitar a inesperada queda de Marc Márquez e vencer um duelo com Valentino Rossi em Austin.

Muito embora o triunfo tenha sido facilitado pela queda do #93 na nona das 20 voltas da corrida, a vitória de Rins é fruto de uma série de fatos, que passam pelo regulamento da FIM (Federação Internacional de Motociclismo), mas, principalmente, pelo trabalho feito pela Suzuki desde que voltou ao Mundial de Motovelocidade em 2015.

Desde então, a montadora de Hamamatsu trabalhou duro na evolução do protótipo 1000cc e, salvo equívocos aqui e ali ― como na escolha do motor de 2017 ―, trabalhou sempre em uma linha ascendente.

Nesta terça-feira (16), o GRANDE PREMIUM lista dez pontos que ajudaram a Suzuki a fazer as pazes com a vitória.

Álex Rins bateu Valentino Rossi para vencer em Austin (Álex Rins e Valentino Rossi (Foto: Divulgação/MotoGP))

Davide Brivio

 

Chefe do time, Brivio é uma peça-chave nessa reconstrução da Suzuki. Experiente, o dirigente foi um dos responsáveis pela mudança de Valentino Rossi da Honda para a Yamaha em 2004 e sabe bem como gerir um time vencedor.

Desde o retorno da Suzuki à MotoGP, Brivio soube dar tranquilidade para o trabalho dos bastidores, forneceu o suporte necessário na pista e também tomou decisões acertadas na hora de liderar a Suzuki.

“Nós prestamos muita atenção na seleção das peças. Nós desenvolvemos peças diferentes e coisas diferentes e o trabalho é selecionar adequadamente as peças, realmente escolher o que te dá uma vantagem, que te dá uma melhora”, disse Brivio ao site ‘Motomatters.com’.

 

Regulamento

 

Não faz muito tempo, as corridas da classe rainha pecavam pela competitividade. Ao lado da FIM, a Dorna trabalhou para nivelar o campeonato e, graças também à colaboração especialmente de Honda e Yamaha, introduziu um regulamento que permite que fábricas em dificuldade tenham seu desenvolvimento acelerado.

Por meio de concessões, como, por exemplo, motores descongelados, a Suzuki conseguiu evoluir mais rapidamente, o que culminou com aquela primeira vitória de 2016 e uma boa performance de Viñales em seus primeiros ano na MotoGP. O desempenho do então #25, porém, tirou da fábrica nipônica essas benesses, e o efeito foi sentido logo em 2017, quando um erro na escolha do propulsor acabou condenado à GSX-RR ao posto de coadjuvante.

Sem alternativas, a Suzuki ‘arrastou corrente’ ao longo de toda a temporada, mas já no ano passado, com as concessões recuperadas, conseguiu mostrar uma grande evolução com a GSX-RR. Para este ano, desde o início dos testes ficou evidente que a marca contava com uma boa moto.

Rins conquistou sua primeira vitória na MotoGP (Álex Rins (Foto: Divulgação/MotoGP))

Capacidade de reação

 

A opção errada na escolha dos motores, aliás, forçou a Suzuki a buscar outras maneiras de reagir. Sem poder trabalhar no propulsor, a marca de Hamamatsu teve de olhar para outros componentes em 2017, um trabalho que foi levado para a moto de 2018.

 

Time de testes

 

Sylvain Guintoli e o engenheiro Tom O’Kane são, certamente, um grande trunfo da Suzuki. Piloto de testes do time, o francês tem dado uma contribuição valiosa no desenvolvimento da moto. Mesmo trabalhando nos bastidores, o campeão de 2014 do Mundial de Superbike é uma parte fundamental do feito de Álex.

Os dois trabalharam com chassis de alumínio e fibra de carbono, além de também terem auxiliado no desenvolvimento do motor. 

Rins disputou com Rossi até os metros finais (Álex Rins e Valentino Rossi (Foto: Suzuki))

Os ex

 

É bem verdade que nem todo ex deixa boas memórias, mas não é por isso que não ficam aprendizados para trás. No caso da Suzuki, Aleix Espargaró, Maverick Viñales e Andrea Iannone também deram suas contribuições na evolução da GSX-RR.

O caso do italiano talvez seja mais emblemático, já que foi ele que fez a opção errada de motor ― em defesa do #29, ele teve de selecionar um propulsor tão logo chegou ao time, antes mesmo de conhecer a moto. Ainda assim, ao menos na parte final de sua passagem pela Suzuki, conseguiu obter resultados e ajudou a indicar o caminho com a moto.

Aleix, por sua vez, é reconhecido por sua capacidade de desenvolvimento e, inclusive, teve sua saída bastante questionada, já que tinha dado uma importante contribuição ao trabalho.

Maverick, por outro lado, foi protagonista com a Suzuki, especialmente em 2016. O espanhol foi responsável por permitir que a montadora nipônica tivesse sonhos mais altos na MotoGP.

 

Filosofia

 

Outro ponto-chave nesse resultado da Suzuki é a filosofia do time. Depois do fracasso de 2017, o caminho fácil seria mudar tudo na GSX-RR em busca de um resultado diferente, mas a marca nipônica se manteve fiel à filosofia de desenvolver o protótipo.

Superada a escolha errada do motor, a Suzuki conseguiu voltar aos trilhos e, então, colocar tudo que aprendeu em cima de um único projeto, aproveitando os acertos e melhorando as falhas.

Rins entrou no rol dos vencedores da MotoGP (Álex Rins (Foto: Divulgação/MotoGP))

GSX-RR

 

A moto é, aliás, um grande trunfo. Historicamente, a Suzuki sempre fez protótipos parecidos com as Yamaha, o que significa dizer que é uma moto mais dócil. O que, no fim das contas, acaba por beneficiar pilotos com menos experiência, já que permite uma adaptação mais fácil.

Além de ser uma máquina mais ‘docinha’, a Suzuki atual conseguiu ganhar em velocidade ― uma fraqueza do ano passado ― e é também uma moto bastante equilibrada. Desde a pré-temporada, Rins já dava sinais de que seria um fator na briga pelo título.

 

Rei posto

 

É claro que o resultado de Rins só foi possível dada a queda de Márquez. Do contrário, o #93 teria dado um passeio e vencido com facilidade.

No entanto, quedas fazem parte do esporte. Se Marc não ficou por lá para ver a bandeirada, sorte de Álex, que teve de fazer o dele para alcançar o topo do pódio.

Campeão pela Suzuki, Kevin Schwantz acompanhou o pódio em Austin (Álex Rins, Kevin Schwantz e Valentino Rossi (Foto: Divulgação/MotoGP))

Rins

 

Não é de hoje que o talento de Álex Rins é reconhecido. O espanhol já tinha chamado a atenção na Moto3 e na Moto2, mas o salto na MotoGP foi claro.

O primeiro contato com a categoria, é verdade, foi um tanto mais dolorido que o esperado, mas Álex logo pegou a mão com o protótipo 1000cc e foi melhorando seus resultados.

No ano passado, Rins se tornou presença frequente no pódio e a vitória era vista como uma questão de tempo. O triunfo, aliás, era uma das metas da Suzuki para o ano. Agora, falta um desempenho melhor na hora da classificação.

 

Conjunto da obra

 

Piloto talentoso, moto bem acertada, equipe alinhada e estrelas alinhadas: Álex Rins encontrou tudo perfeito em Austin para chegar ao primeiro triunfo. Mas fez sua parte lindamente.

Contra Valentino Rossi, a quem tem como um ídolo de infância, Álex foi impecável e chegou ao topo do pódio como em um legítimo sonho americano.

 

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