Os dez campeonatos da década de 2010 foram bastante distintos. Teve ano com vitória de lavada, teve ano apertado e teve ano combinando campeonato morno com corridas boas. O 10+ dessa semana ranqueia as temporadas da melhor à pior

Se você estiver lendo este texto na data de sua publicação, resta apenas uma semana para o fim da década. Isso, claro, a menos que você seja um implicante que gosta de lembrar que a década termina para valer só em 2020, já que não houve ano 0. Tecnicalidades ignoradas, é o momento de refletir sobre os últimos dez anos. Tais análises costumam vir do ponto de vista pessoal, mas também podem ser aplicadas à Fórmula 1.

A categoria viveu um ano de domínios. O de Sebastian Vettel foi logo seguido pelo de Lewis Hamilton, interrompido somente por Nico Rosberg. Isso significa que raros foram os campeonatos que chegaram à última prova ainda sem campeão definido. Quatro, sendo exato. Mas também teve disputa acirrada, vide 2010 e 2012. Teve também anos em que o campeão foi definido com facilidade, mas sem que a qualidade das provas fosse afetada, como 2019 apresentou.

Com tantas idas e vindas, o 10+ dessa semana se dá o desafio de ranquear as dez temporadas da década, indo do pior ao melhor.

10) 2015

Se os fatores que permitem um campeonato bom são disputas por título e corridas marcantes, então é tranquilo dizer que 2015 foi um ano dos mais esquecíveis. Hamilton teve contra Rosberg seu duelo mais fácil, que nem chegou a existir de verdade. Isso enquanto a Mercedes seguia muito melhor que as demais. Salvo os divertidos GPs da Hungria e dos EUA, o ano foi tão previsível quanto possível. Se você quisesse ganhar dinheiro naquela época, era só apostar em um pódio com Hamilton, Rosberg e Vettel, nessa ordem. Não tinha erro.
(Lewis Hamilton durante o GP da Bélgica de 2015 (Foto: Mercedes))

9) 2011

A temporada 2011 da F1 nos faz pensar de imediato no GP do Canadá, vencido de forma épica por Button. Só que isso foi essencialmente tudo. Vettel veio mais amadurecido após a conquista do título em 2010 e, fazendo uso de uma Red Bull ainda dominante, nadou de braçada rumo ao título. A perda drástica da Ferrari de um ano para o outro, aliada ao desempenho irregular da McLaren, permitiram um campeonato que, na maioria das vezes, causava um soninho daqueles.
(Red Bull 2011 Red Bull Content Pool)

8) 2013

O ano do tetra de Vettel não merece ser lembrado como um dos mais empolgantes. Foi, verdade seja dita, frustrante. Alonso não teve chances, isso um ano após perder o caneco por um fio de cabelo. Talvez tenha algo a ver com o fato de que o alemão empilhou nove vitórias seguidas nas últimas nove corridas do ano. Só não foi tão péssimo porque corridas do primeiro semestre foram imprevisíveis, consequência direta da doideira proporcionada pelos pneus Pirelli, que não duravam nada. A treta entre Vettel e Webber também foi boa.
(Sebastian Vettel, Mark Webber, Malásia, 2013)

7) 2014

A era híbrida começou um tanto decepcionante, já que o que era para ser uma revolução acabou apenas criando terreno para a Mercedes virar um bicho-papão. Só que, apesar do relativo choque de ver Red Bull, Ferrari e McLaren tão distantes da luta pelo título, Hamilton e Rosberg renderam assunto. O GP do Bahrein foi divertido, assim com as intrigas entre os dois ao longo do ano. E teve briga pelo título até Abu Dhabi. O problema mesmo foi que, quando a corrida era para ser chata, acabava sendo realmente chata.
(Lewis Hamilton foi o campeão em 2014 (Foto: Mercedes))

6) 2018

Passado um 2017 em que a Ferrari ameaçou a Mercedes na maior parte do tempo, a expectativa para 2018 era de uma briga ainda mais acirrada. Hamilton voltaria a ter como principal rival Vettel, em busca do troco. Não rolou: a Mercedes manteve a vantagem sobre a Ferrari e, de quebra, viu o alemão errar demais com o passar do ano. Algumas corridas foram boas, mas a falta de um campeonato realmente apertado pesou contra.
(F1 2018; GP DO BRASIL; INTERLAGOS; DOMINGO; PÓDIO; MERCEDES; LEWIS HAMILTON; RODRIGO BERTON)

5) 2017

A Mercedes finalmente encontrou alguma resistência em 2017, ano em que a Ferrari começou já vencendo corridas e liderando o Mundial com Vettel. O campeonato foi agitado na primeira metade, com Hamilton precisando suar para ficar no páreo. De quebra, as corridas eram boas, vide o maluco GP do Azerbaijão, com os dois rivais pelo título se tocando na pista em lance controverso. O ano só não fica melhor posicionado no ranking porque a Ferrari murchou por completo nas últimas provas, entregando de bandeja o caneco para os prateados.
(AFP)

4) 2016

Se há um ano que define bem a rivalidade entre Hamilton e Rosberg, este é 2016. Os dois pilotos fizeram apresentações do mais alto nível, com o alemão vivendo a melhor fase da carreira. Foram golpes e contragolpes entre os dois, com o favoritismo pendendo apenas de leve a favor de Nico. O campeonato teve boas provas, mas o auge foi o GP de Abu Dhabi, com Lewis deliberadamente andando devagar para segurar o pelotão e prejudicar o rival. Não deu certo, mas fez todo mundo prender a respiração até a bandeira quadriculada.
(Divulgação/Mercedes)

3) 2019

A temporada que se encerrou algumas semanas atrás foi uma combinação curiosa. A briga pelo título foi entediante na maior parte do tempo, mas algumas corridas foram primorosas. O primeiro terço digno de esquecimento foi seguido por provas simplesmente marcantes – Áustria, Inglaterra, Alemanha, Itália, Brasil… Não é exagero dizer que, em qualidade de ação na pista, foi o melhor ano dos últimos sete. Hamilton foi campeão novamente, mas a década se encerrou em alto nível.

2) 2010

A década começou já de forma icônica. 2010 trouxe nada menos do que seis pilotos diferentes liderando o Mundial em ao menos um GP. As ultrapassagens não eram tão simples em uma era sem DRS, mas a frenética mudança de panorama entre Red Bull, Ferrari e McLaren era bom motivo para acordar cedo aos domingos. O campeonato foi para Abu Dhabi com Alonso e Webber como favoritos, mas com Vettel tirando proveito de erros de estratégia alheios para vencer e ser campeão do mundo. Era um sinal sobre o que viria nos anos seguintes.

1) 2012

Não há uma viva alma que tenha acompanhado a temporada 2012 da F1 e faça comentários negativos a respeito. Cinco equipes diferentes sonhavam com vitória de forma realística, e ainda tinha espaço para a Williams fazer história com Maldonado. O equilíbrio de forças existia, só que o campeonato primoroso de Alonso com uma Ferrari de altos e baixos sucumbiu a uma reação implacável de Vettel nas provas finais. No ano em que até o GP de Abu Dhabi foi bom, o GP do Brasil encerrou os trabalhos de forma teatral. Sob chuva, o título só foi definido por 3 pontos de diferença. Ufa.

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