Em questão de dois meses o coronavírus deixou de ser uma doença local da cidade chinesa de Wuhan para se aproximar do status de pandemia. De lá para cá, o microcosmo do esporte a motor sofreu duros golpes, com os dez maiores deles recordados aqui

De tanto que rende assunto, o coronavírus já parece estar entre nós há tempos. Entretanto, a doença segue algo muito recente. Foram apenas pouco mais de dois meses para aquilo que era uma infecção local na cidade chinesa de Wuhan ganhasse escala pandêmica, forçando eventos a ser cancelados, adiados ou, no melhor dos cenários, somente questionados.

O esporte a motor não escapou ileso. Não tardou para autoridades chinesas questionarem a necessidade de levar adiante etapas de Fórmula 1 e Fórmula E naquilo que se provou o primeiro passo de um efeito cascata. E ainda causando contratempos, e ainda sem final no horizonte.

Na semana que confirma o cancelamento ou adiamento de duas etapas da MotoGP e promete reuniões decisivas na Fórmula 1, o GRANDE PREMIUM olha para trás. No 10+ dessa semana, recordamos os dez passos que transformaram o coronavírus em um verdadeiro pesadelo para o esporte a motor em 2020.

23/01 – China suspende eventos de esporte a motor até abril

Muito embora os primeiros casos do Covid-19 tenham sido detectado já em dezembro na China, levou algum tempo até a ameaça afetar o mundo dos esportes. Quando o país ainda registrava por volta de ‘apenas’ 2.000 casos, a maioria deles em Wuhan, já começava a ficar claro que medidas tinham de ser tomadas. O país decidiu abrir mão de diversos eventos esportivos, incluindo automobilismo e motociclismo.

Não haveria corridas em solo chinês no mínimo até abril. A decisão não resultou imediatamente no cancelamento de etapas, mas já deixava claro que F1 e FE estavam com problemas sérios. Era o começo de uma série de especulações sobre o destino do GP da China e o eP de Sanya.

02/02 – Fórmula E adia eP de Sanya 

Não demorou muito mais do que uma semana até que a medida do governo chinês tivesse efeitos diretos sobre o esporte a motor. O eP de Sanya, marcado para março, não teria condições de sair do papel. A Fórmula E fez o comunicado frisando que tratava-se de um adiamento e que tentaria ao máximo remarcar a etapa para outro momento da temporada 2019/20.

O temor, entretanto, ainda era restrito à China. Os casos fora do país de origem ainda eram isolados, com a Europa virtualmente ilesa. Tanto a situação parecia calma que ainda havia esforço nos bastidores para manter o GP da China de F1, de um jeito ou de outro.

A epidemia do coronavírus começou na China, que logo perdeu etapas da F1 e da FE (Lewis Hamilton toma a frente na largada do GP 1000 (Foto: AFP))

04/02 – Qing Hua fica de quarentena no México por precaução

Enquanto a F1 ainda batalhava nos bastidores para visitar a China, a FE seguia com sua dose de problemas. Antes do eP da Cidade do México, Ma Qing Hua e funcionários da NIO foram para um período de quarentena, seguindo ordens do governo chinês.

A medida foi precautória e terminou com todos liberados sem sinais da doença. O eP da Cidade do México também viria a acontecer sem problemas. No começo de fevereiro, o coronavírus ainda era visto como algo ligado aos chineses, e não como uma epidemia cada vez mais internacional.

12/02 – Fórmula 1 adia GP da China

Levou mais uma semana até que o inevitável se confirmasse. Com o mundo já acumulando 60 mil casos de coronavírus, a imensa maioria deles concentrada na China, a F1 desistiu de correr em Xangai em 19 de abril. Em uma decisão tomada já relativamente tarde, ficou decidido que uma nova data seria buscada para os meses seguintes.

Nos bastidores, soluções eram buscadas para ter a corrida no segundo semestre. A alternativa mais popular era uma desgastante sequência de três corridas no fim do ano, com a corrida na China surgindo no fim de semana vago entre Brasil e Abu Dhabi. Isso enquanto Ímola, na então ainda pouco afetada Itália, oferecia-se para ocupar o espaço vago de abril.

25/02 – Ferrari fecha museu e restringe visitas de funcionários

A pré-temporada da F1 já havia começado, tirando o foco do coronavírus e passando para os novos carros e os tempos dos testes. Só que, antes mesmo da segunda semana de atividades em Barcelona começar, tivemos o primeiro sinal claro de que a doença tinha chegado na Europa para valer.

É que a Itália, então já o país com mais casos de coronavírus, agia para desacelerar a expansão da doença. Isso ficou evidente através da Ferrari, que tomou medidas internas para evitar contato de funcionários com possíveis infectados. O museu da equipe fechou, assim como visitas à fábrica foram suspensas. Os funcionários ouviam que seria melhor trabalhar até mesmo de casa se possível fosse. A F1 nem precisou ir até a China para começar a se preocupar de vez.

26/02 – AlphaTauri detecta funcionários com risco de coronavírus

Se a Ferrari tomava cuidados para garantir que não teria que lidar com funcionários infectados, a AlphaTauri sentia esse medo de forma ainda mais real. De acordo com informações do site ‘RaceFans’, a equipe rastreou os trajetos e contatos de funcionários para entender quem tinha mais risco de carregar o coronavírus. O resultado foi a conclusão de que quatro tinham feito contato com pessoas possivelmente doentes.

A medida da AlphaTauri foi simples: os quatro foram forçados a trabalhar de casa, mesmo que sem sinais claros de estar doentes. Dessa forma, minimizava-se o risco de infecções em Faenza. E não é por acaso que as duas equipes italianas do grid precisaram agir de forma mais direta antes das demais.

27/02 – F1 faz reunião de emergência em Barcelona

O penúltimo dia de pré-temporada chegou com a nítida sensação de que era necessário sentar e conversar sobre o que fazer a respeito do coronavírus. Foi isso que a Fórmula 1 fez em Barcelona: uma reunião envolvendo representantes do Liberty Media e chefes de equipe estava marcada para a noite.

O conteúdo exato da reunião não foi revelado pelos participantes, mas declarações dadas indicam que o grande objetivo era informar equipes sobre o processo de assegurar a fase inicial da temporada 2020. Chefes dizem receber informações diárias da categoria e de autoridades da saúde. Isso era particularmente importante em um momento de novas restrições de viagens, afetando principalmente pessoas vindas da Itália.

28/02 – F2 mantém testes, mas perde piloto por quarentena

A Fórmula 2 também tinha sua dose de problemas. A categoria planejava fazer sua pré-temporada no Bahrein, um dos países mais rígidos quando o assunto é controle de possíveis infectados pelo coronavírus. Os pilotos passariam por exames e perderiam mais tempo do que de costume no aeroporto, mas nada parecia impedir a atividade de acontecer.

Só que não para todos. Christian Lundgaard deu o azar tremendo de estar em um hotel com infectados pelo coronavírus na ilha espanhola de Tenerife, onde realizava atividades físicas com colegas da Academia da Renault. O dinamarquês precisava partir direto da Espanha para o Bahrein, mas não pôde. É que todos os hóspedes do hotel foram forçados a um regime de quarentena, mesmo que sem apresentar sintomas da doença.

Além do GP da China de F1, o GP do Catar de MotoGP também foi cancelado (GP do Catar de 2019 (Foto: Suzuki))

01/03 – GP do Catar de MotoGP é cancelado

A MotoGP estava se esquivando bem dos contratempos causados pelo coronavírus. Mesmo com corridas espalhadas pelo continente asiático, nenhuma delas era na China. E os países ameaçados davam sinais positivos, indicando que tudo estava sob controle.

E talvez seja verdade, mas havia um problema: todos os passageiros procedentes da Itália seriam forçados a um regime de quarentena de duas semanas, isso para uma corrida que vai acontecer dentro de uma. Isso não seria problema para Moto2 e Moto3, que já estavam em Losail após a pré-temporada e não saíram mais, mas parte considerável do paddock da MotoGP estava impossibilitado de entrar. Foi a pá de cal sobre a prova no Oriente Médio.

02/03 – GP da Tailândia é adiado, assim como abertura da Super Formula

A segunda baixa da MotoGP veio apenas um dia após a primeira. O GP da Tailândia, outro que estava pendurado, foi adiado para evitar problemas de saúde. O próprio governo anunciou a decisão de não receber a categoria em março, apostando em tentar remarcar as provas das três classes para algum outro momento de 2020.

Só que esse não foi o único adiamento do dia. A Super Formula, em posição geográfica delicada, precisa repensar seu calendário também. O certame japonês de monopostos, que já havia cancelado testes de pré-temporada em Suzuka, agora fez o mesmo com a rodada de abertura. A prova, que estava marcada para 5 de abril na pista de F1, agora não tem data para acontecer. Talvez seja só o começo para uma categoria muito mais ameaçada do que as demais.

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