Alexander Albon é o décimo piloto a ser afetado por trocas em meio de temporadas. Antes dele, Max Verstappen e Sebastian Vettel, por exemplo

A Toro Rosso chegou no cenário da F1 um ano depois da equipe-mãe, a Red Bull. Então com o espólio da antiga Minardi, tornou-se uma equipe B da marca dos energéticos. Nos 14 anos de lá para cá, não foram poucas as vezes em que uma decisão repentina acabou mudando pilotos no meio de temporadas e abrindo a possibilidade que jovens profissionais estreassem na F1.

Mais uma dessas mudanças foi efetuada no começo desta semana, na última segunda-feira: com a Red Bull definindo pelo rebaixamento de Pierre Gasly, Alexander Albon foi promovido para o time de cima e se transformou no décimo piloto envolvido nas mudanças de meio de temporada a Toro Rosso. O GRANDE PREMIUM destaca todos eles.

Scott Speed (Speed foi substituido por ninguém menos que Sebastian Vettel)

2007

Após chegar no grid em 2006 com a dupla formada por Vitantonio Liuzzi e Scott Speed, a equipe de Faenza esperava fazer algo melhor que o ponto solitário em 2007, mas vivia uma temporada cheia de problemas de confiabilidade. O carro não se aguentava, mas os pilotos também não ajudavam. Em 31 de julho, pouco antes do GP da Hungria, a mudança.

1 – Scott Speed

Em 28 provas pela Toro Rosso, o norte-americano não marcou sequer um ponto – numa época em que apenas os oito primeiros colocados anotavam algo tento. Mas a pá de cal veio alguns antes da demissão, no GP da Europa em Nurburgring. Speed terminou a corrida cuspindo marimbondo após um problema no pit-stop e quase chegou às vias de fato com Franz Tost, chefe da equipe até hoje. Segundo ele, a Toro Rosso queria trocá-lo por Vettel, o que aconteceu. 

Speed não voltou mais para a F1. Esteve em diversas classes da Nascar e da Arca, passou rapidamente pela Indy e pela Fórmula E, mas se especializou em competições de Ralicross em que está desde 2013.

2 – Sebastian Vettel

Vettel estava ligado à BMW naquele ano e havia até participado do GP dos Estados Unidos, onde marcou um ponto, como substituto pontual do lesionado Robert Kubica. Mas o desejo da Toro Rosso em fazer do alemão um titular era notório. Quando Speed perdeu a cabeça, a chance enfim apareceu.

A temporada seguiria difícil até o GP da China, com chuva, quando os dois pilotos pontuaram: Vettel, em quarto, destacou-se. O resto da história é famoso: venceu uma prova pela equipe em Monza, 2008, pulou para a Red Bull na temporada seguinte e, ainda no time dos energéticos, ganhou quatro Mundiais seguidos entre 2010 e 2013. Desde 2015, está na Ferrari.

Sébastien Bourdais (Sébastien Bourdais (Foto: AFP))

2008

Para a temporada 2008, Vettel ganhou a companhia de Sébastien Bourdais, francês que vinha de anos extremamente bem-sucedidos nos Estados Unidos. E o ano foi bom, com uma vitória e encerrando o campeonato à frente da Red Bull, da Williams e da Honda. Mas Bourdais anotou somente quatro pontos e tinha dois em 2009 quando o time resolveu agir mais uma vez antes do GP da Hungria.

3 – Sébastien Bourdais

Campeão da F3000 e depois tetra de uma Champ Car que já se aproximava da fusão com a IRL e duas vezes segundo colocado em Le Mans, havia enorme expectativa sobre o que ele poderia fazer. Bourdais não mostrou muita evolução, porém, e foi cortado para não mais voltar à F1.

Nos anos seguintes, rodou o mundo numa série de categorias até que, em 2011, estabeleceu-se na Indy. Está lá desde então.

4 – Jaime Alguersuari

A escolha de Alguersuari causou longas discussões no mundo da F1. Afinal, aos 19 anos e 125 dias, era o piloto mais novo a guiar na história da categoria. Chegou campeão da F3 Inglesa e era visto como enorme promessa. Em dois anos e meio, entretanto, não apresentou a evolução que Helmut Marko esperava e foi sacado ao fim de 2011. 

Nos anos seguintes, foi piloto de testes para a Pirelli, guiou no Campeonato Alemão de GT e passou pelo grid inaugural da Fórmula E. Saiu em 2015, ainda antes do fim do campeonato, e anunciou a aposentadoria das pistas por conta de um problema no coração.

Verstappen e Marko vibram com vitória na Espanha, em 2016 (Getty Images/Red Bull/Content Pool)

2016

A briga entre Tost e Speed em 2007 foi páreo duro, mas é difícil imaginar que aconteceu envolta num Carnaval como o da mudança de 2016. Isso porque havia uma necessidade de que um fato novo abrisse a porta para um piloto extraordinário. Apesar de mandarem Kvyat começar o ano, voltaram atrás rapidamente.

5 – Daniil Kvyat

O piloto russo subiu para a Red Bull após apenas um ano, quando Vettel foi para a Ferrari, e engatou um pódio em 2015. Enquanto isso, na Toro Rosso, surgia Verstappen – e Sainz ao lado dele. No GP da Rússia de 2016, quarta corrida da temporada, Kvyat cometeu dois erros graves e acertou – nas duas vezes – o tetracampeão. Vettel reclamou abertamente e chamou o russo de 'Torpedo', um apelido que pegou. Era o que Marko precisava.

6 – Max Verstappen

O holandês já despontava como dono de um talento fora da curva quando mostrou talento na F3 Euro. Do kart para a F1, uma escalada de apenas um ano. O momento dele chegar na Red Bull se aproximava inevitavelmente e tornava quase impossível fazer com que ele esperasse até o fim do ano. Quando Kvyat errou, Verstappen ganhou a chance. Logo na estreia dele na Red Bull, na Espanha, venceu a primeira na F1.

2017

A Toro Rosso seguiu o baile em 2016 com Kvyat e Sainz. Em 2017, os dois abriram o ano e mostravam uma enorme diferença entre si. Sainz conseguia pontos e chancelava ser uma promessa. Após 14 corridas, tinha 48 tentos contra quatro de Kvyat. A mudança viria em profusão.

7 – Pierre Gasly

Antes do GP da Malásia, 15ª etapa do campeonato, Kvyat foi dispensado. No lugar dele, o campeão da GP2 do ano passado: Gasly, que estava na Super Formula japonesa. O francês quase não teve chances naquele restante de campeonato, com os motores Renault causando punição à dupla da Toro Rosso a cada etapa. Inclusive, a atuação em 2018 fez com que fosse promovido à Red Bull em 2019. E aí, bem…
(F1 2018, GP DO JAPÃO, SUZUKA, PIERRE GASLY; )

8 – Carlos Sainz

Diferente de Kvyat, Sainz chamava a atenção. Tanto que a Renault apareceu na equação e propôs um empréstimo para ficar com o espanhol por um ano e meio. Se nesse ínterim a Red Bull quisesse o piloto de volta, poderia pegar. E para Sainz, bom, teve a chance de alçar voos mais altos na carreira. O período na Renault rendeu o convite na McLaren, onde chegou em 2019 e já tem contrato renovado para o ano que vem. 

9 – Brendon Hartley

Quando Sainz foi emprestado, pegaria mal trazer Kvyat de novo e não havia ninguém pronto para a oportunidade na academia da Red Bull. Marko, então, voltou-se para um velho conhecido. Hartley tinha sido feito parte do projeto e estava fora há meia década. Estava no endurance, onde fora vencedor em Le Mans e campeão do WEC. Mas Hartley voltou, tentando retomar o velho sonho. Após o restante de 2017 e a temporada 2018, Hartley foi superado por Gasly e acabou novamente fora do grid e com o pires na mão.
(F1 2018; GP DA RÚSSIA; SÓCHI; BRENDON HARTLEY; TORO ROSSO; RED BULL CONTENT POOL)

Alexander Albon (Alexander Albon a bordo do novo STR14 da Toro Rosso (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))

2019

10 – Alexander Albon

O tailandês sequer estava no guarda-chuva da Red Bull no ano passado. Albon foi bem na F2, mostrou talento e brigou com Lando Norris e George Russell, ambos em equipes melhores. O convite para a FE veio forte: Albon andaria ao lado de Sébastien Buemi na Nissan, até que as mudanças da Toro Rosso tiveram efeito. Com Gasly na Red Bull e Hartley demitido, a marca dos energéticos teve de recolocar Kvyat na Toro Rosso, mas ainda faltava um piloto para completar – Sainz desmanchou o acordo com a marca dos energéticos.

Albon foi o escolhido. Red Bull e Toro Rosso foram tardiamente atrás dele, que foi o 20º a fechar para o grid em 2019. Albon não martelou a classificação geral, tem até menos pontos que Kvyat – embora a grande causa disso seja o acerto na estratégia do russo na Alemanha, onde Albon até guiou melhor. Em termos de atuação, Alex impressiona mais. E agora tem a chance da carreira.

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