Ao longo dos anos, grandes vitórias na Fórmula 1 foram criadas com grandes estratégias, assim como a de Max Verstappen no último GP da França. Por isso, o GRANDE PREMIUM relembra vitórias que tiveram influência da genialidade de pilotos e engenheiros

Grandes vitórias na Fórmula 1 podem ser construídas com atuações perfeitas dos pilotos, mas também com ajuda da outros fatores. E aí podemos incluir sorte, condições climáticas, safety-car e muitas outras atuações externas, até mesmo estratégias brilhantes. No fim, o conjunto disso tudo pode gerar uma vitória surpreendente.

No último domingo (20), Max Verstappen ousou e se deu bem em Paul Ricard. O holandês fez a segunda parada quando era líder, voltou em terceiro, mas com pneus novos foi tirando a vantagem para Lewis Hamilton até assumir a ponta na penúltima volta.

Pegando gancho na grande conquista de Verstappen no GP da França, no 10+ de hoje o GRANDE PREMIUM vai relembrar vitórias que pareciam improváveis, mas que ficaram marcadas na história da Fórmula 1.

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O GP do Japão em 1994 foi um nó tático da Williams na Benetton (Foto: Fórmula 1)

Japão 1994

A prova em Suzuka foi confusa, especialmente pelo temporal que caiu naquele dia 6 de novembro. Michael Schumacher fez a pole, com Damon Hill ao seu lado no grid. Uma combinação de resultados poderia dar, já naquela etapa, o primeiro título mundial do alemão.

Na largada, Schumacher manteve a liderança, seguido por Hill. E assim os dois foram até a volta 14, quando um acidente envolvendo Gianni Morbidelli e Martin Brundle ocasionou a entrada da bandeira vermelha. Foi determinado, então, que a soma de tempos combinados entre as duas largadas determinaria o resultado final.

Na volta 19, Schumacher parou para trocar pneus e reabastecer, voltando atrás do rival. Seis giros depois, foi a vez de Hill, que encheu o tanque para não retornar aos boxes, mas deu um azar: apenas três pneus foram trocados, devido a um problema em uma das porcas.

O alemão voltou ao pit-lane na volta 36 para reabastecer e tentou de todas as formas diminuir a vantagem, enquanto o britânico da Williams segurou-se na liderança com pneus desgastados e venceu por apenas 3s3 de vantagem. Com o resultado, a decisão pelo título foi adiada para a última etapa do certame, no GP da Austrália.

Schumacher teve grande reação e venceu o GP da Bélgica com brilhantismo em 1995 (Foto: Fórmula 1)

Bélgica 1995

Outra vez Schumacher e Hill marcam presença na lista, mas agora no ano seguinte ao embate de Suzuka, já com o alemão com um título assegurado e brigando pelo bi.

Largando em 16º, o piloto da Benetton fez uma ótima prova de reação até chegar nas primeiras posições. Hill era o líder, mas parou para colocar pneus novos e cedeu o posto para Schumacher. Logo depois, a chuva começou a cair e o britânico da Williams entrou nos boxes novamente, dessa vez para colocar compostos especiais para o temporal que pintava no circuito belga.

Apesar da longa pista de Spa-Francorchamps molhada, Schumacher se manteve com pneus slicks e segurou o adversário de todas as formas possíveis. Quando a chuva apertou, o safety-car entrou e os dois pararam juntos, com o alemão levando vantagem e seguido para mais uma dominante vitória na temporada 1995.

ROSS BRAWN; MICHAEL SCHUMACHER; JEAN TODT;
Ao lado de Ross Brawn e Michael Schumacher, Jean Todt foi um dos pilares da dinastia da Ferrari entre 2000 e 2004 (Foto: Ferrari)

Hungria 1998

O campeonato de 1998 chegava na reta final com Mika Häkkinen liderando o campeonato com folga. No travado circuito húngaro, o finlandês marcou a pole-position e viu o rival Michael Schumacher apenas em terceiro, com David Coulthard entre eles. E a situação se mantinha assim durante boa parte da prova até a Ferrari ousar na estratégia do alemão.

A escuderia optou por realizar três pit-stops, enquanto a McLaren faria apenas dois com Häkkinen e Coulthard. O recado de Ross Brawn, diretor-técnico da Ferrari foi simples: “Michael, você possui 19 voltas para abrir 25 segundos. Precisamos de 19 voltas em ritmo de classificação”. Insano, certo? Pois bem, o alemão respondeu apenas “Ok, obrigado” e cumpriu a missão.

Apesar de ter ficado preso atrás da Williams de Jacques Villeneuve depois do primeiro pit-stop, empilhou voltas rápidas, conseguiu tempo suficiente até a última parada e ainda voltou na frente de Coulthard.

Como prêmio pela missão cumprida, ainda viu Häkkinen enfrentar um raro problema na McLaren e terminar em sexto. Foi, no fim, uma das maiores atuações da carreira do alemão.

Barrichello bancou uma ousada estratégia e venceu pela primeira vez na F1 (Foto: AFP)

Alemanha 2000

Algumas estratégias são definidas por engenheiros, matemáticos e outras pelo instinto do piloto. Foi que aconteceu com Rubens Barrichello no caótico GP da Alemanha de 2000, onde conseguiu sua primeira vitória na Fórmula 1.

Largando em 18º, o piloto da Ferrari escalou o pelotão pouco a pouco até chegar na terceira posição. Depois da entrada do safety-car, a chuva começou a cair em Hockenheim e alguns pilotos foram para os boxes. O líder Mika Häkkinen foi um deles, prontamente seguido pelo companheiro David Coulthard. Com isso, Barrichello assumiu a liderança.

Aproveitando do enorme traçado alemão, o brasileiro notou que chovia apenas em uma parte do circuito e manteve os pneus slicks, mesmo com os apelos de Ross Brawn para que entrasse nos boxes. Após 45 voltas, a consagração da ousadia, com a primeira conquista na F1, 7s452 na frente de Häkkinen.

Schumacher apostou em uma ousada estratégia para vencer na França, em 2004 (Foto: Ferrari)

França 2004

Esta corrida talvez tenha a estratégia mais maluca, mas antes precisamos relembrar um detalhe. Em 2004, os pilotos disputavam a classificação com a estratégia na cabeça e com o combustível disponível para a largada. Ou seja, tudo era planejado antes mesmo do sábado.

Fernando Alonso colocou a Renault na frente em Magny-Cours, aproveitando da vantagem dos pneus Michelin em altas temperaturas contra os rivais da Bridgestone, melhores em longas distâncias. Michael Schumacher ficou em segundo no grid. Ambos previam três pit-stops na corrida.

Alonso manteve a liderança na largada, seguido pelo alemão. Na volta 11, a Ferrari chamou Schumacher para os boxes. Três voltas depois, a Renault ficou preocupada e chamou Alonso, que manteve a liderança e voltou a segurar o rival de todas as maneiras no estreito circuito francês.

Schumacher parou de novo na volta 29 e colocou pouco combustível, para apenas nove voltas. Alonso fez o mesmo alguns giros depois, mas antes do previsto pela Renault. Nesse período, o piloto da Ferrari encaixou voltas rápidas incríveis e voltou aos boxes na 42ª volta, mas sem encher o tanque mais uma vez.

Com o carro leve, Schumacher voltou a achar voltas rápidas, contou com a pista livre e aproveitou-se da terceira parada de Alonso para assumir a liderança. Depois, ainda fez uma quarta parada e conseguiu tomar de vez a primeira posição até a bandeira quadriculada. Um nó tático da Ferrari com a ajuda de um excelente piloto na pista.

Räikkönen surpreendeu ao vencer na abertura da temporada 2013 (Foto: Pirelli)

Austrália 2013

A Fórmula 1 chegou a Melbourne para a primeira etapa do campeonato com alguns favoritos em mente, especialmente Sebastian Vettel e Fernando Alonso, rivais na temporada anterior. O que se viu na Austrália, no entanto, foi uma surpreendente vitória de Kimi Räikkönen com ajuda da estratégia.

Largando em sétimo, o finlandês rapidamente subiu para o quinto lugar na largada. Em um ano que os pneus Pirelli se desgastavam com facilidade, o ritmo na pista era controlado pelos compostos. Vettel, Alonso e Felipe Massa foram primeiro para os boxes, com Kimi fechando a sequência, voltando em sexto lugar.

Alonso fez a segunda parada, veja bem, na volta 20. Vettel, na 21. Räikkönen, por outro lado, continuava com bom ritmo apesar dos pneus desgastados e só voltou ao pit-lane no giro 34, retornando na quinta colocação.

Enquanto os demais competidores sofriam com os compostos da Pirelli e faziam o terceiro pit-stop, Räikkönen seguiu com sua Lotus na pista e não parou mais, inclusive fazendo a volta mais rápida da prova no giro 56, até conquistar com maestria o GP da Austrália, com 12s4 de vantagem para Alonso.

Sebastian Vettel contou com a sorte na estratégia para vencer na Austrália (Foto: Ferrari)

Austrália 2018

Lewis Hamilton largou na pole em Melbourne e parecia pronto para começar mais uma temporada mostrando quem dominava o grid da Fórmula 1. Sebastian Vettel, no entanto, fez de tudo para apagar isso, mas contando com uma dose de sorte.

O britânico da Mercedes partiu em primeiro, seguido por Kimi Räikkönen e Sebastian Vettel, ambos da Ferrari. No giro 19, o ‘Homem de Gelo’ parou nos boxes, seguido pelo líder da prova na volta seguinte. Com isso, Vettel tomou a ponta.

Aí veio a mudança de sorte. Um erro no pit-stop da Haas fez com que a roda traseira de Romain Grosjean fosse mal fixada e o carro encostou na pista na saída da curva 2. O safety-car virtual foi acionado, Vettel aproveitou para fazer o pit-stop e voltou na frente de Hamilton.

A partir daí, foi só Vettel controlar o ritmo de corrida e anular qualquer ataque de Hamilton, vencendo o GP da Austrália com 5s de vantagem e começando a temporada já na liderança.

Lewis Hamilton recuperou-se e superou Max Verstappen no fim do GP da Hungria (Foto: Pirelli)

Hungria 2019

O GP da Hungria de 2019 marcou a primeira pole-position da carreira de Max Verstappen na F1, com apenas 0s018 de vantagem para Valtteri Bottas. Na corrida, porém, seu grande adversário foi Lewis Hamilton.

O britânico assumiu a segunda posição na largada, após um erro do companheiro de equipe, e partiu para o ataque contra Verstappen. O problema é que o circuito húngaro é travado e com uma única chance de abrir o DRS.

Verstappen parou na volta 25, Hamilton só na 32, mas a ordem seguiu idêntica. No giro 39, o britânico tentou um ataque, mas sem sucesso. Com isso, e somado a um superaquecimento do freio, a Mercedes optou por mudar para uma estratégia de duas paradas, o que aconteceu no giro 48.

Com voltas velozes em sequência, e contra um Verstappen quase sem pneus, Hamilton chegou no holandês da Red Bull no giro 66 e fez a ultrapassagem no fim da reta principal para assumir a liderança e vencer em Hungaroring.

Max Verstappen driblou a Mercedes no GP dos 70 Anos da F1 (Foto: Pirelli)

70 Anos da F1 – 2020

Na semana anterior, no mesmo circuito de Silverstone, a Fórmula 1 tinha presenciado pilotos sofrendo com pneus nas voltas finais, inclusive Lewis Hamilton vencendo a corrida com três rodas. Mesmo assim, os compostos fornecidos pela Pirelli para o GP de 70 Anos, no mesmo circuito inglês, foram idênticos.

Valtteri Bottas, o pole, largou com pneus médios. Lewis Hamilton, que chegou a primeira fila, seguiu a mesma tática. A dupla da Mercedes, porém, sofreu com o desgaste causado pelo forte calor e os pilotos pararam nas voltas 13 e 14, respectivamente, junto com aqueles que largaram com pneus macios.

Max Verstappen partiu da quarta colocação e seguiu com os pneus médios até a volta 26, quando finalmente foi para o pit-lane. O holandês da Red Bull voltou no segundo lugar, mas rapidamente ultrapassou Bottas e seguiu para uma grande vitória na temporada.

O GP da Espanha de 2021 viu outro embate entre Hamilton e Verstappen (Foto: Pirelli)

Espanha 2021

Essa é mais recente, aconteceu há pouco tempo. Lewis Hamilton tinha duas vitórias em 2021, contra uma de Max Verstappen antes do GP da Espanha. Uma pista conhecida de todos os pilotos e equipes do grid. O britânico ficou com a pole por poucos milésimos, mas a liderança não durou até o fim da reta principal depois da largada.

Verstappen tirou os pneus macios e colocou os médios na volta 23. Hamilton esticou a sequência de voltas na pista e só foi ao pit-lane na 28. Voltou em segundo lugar, claro. Sem conseguir ultrapassar, a Mercedes decidiu mudar tudo nos boxes.

Hamilton foi chamado novamente na volta 43 para tentar o xeque-mate em cima da Red Bull. No giro 60, depois de muito recuperar tempo, o inevitável aconteceu: o britânico ultrapassou o rival e assumiu a liderança. O mesmo cenário visto na Hungria, em 2019, se repetia em Barcelona.

O problema é que a Red Bull não esqueceu essa derrota e devolveu na mesma moeda com o triunfo na França um mês depois.

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