Murray Walker morreu aos 97 anos e deixou um legado de narrações marcantes em sua trajetória na Fórmula 1. Hoje, o GRANDE PREMIUM relembra algumas delas

O mundo da Fórmula 1 recebeu uma triste notícia com poucas semanas restantes para o início da temporada 2021. O lendário narrador inglês Murray Walker faleceu aos 97 anos de idade. Ele é considerado como um dos grandes locutores britânicos de todos os tempos e uma das vozes mais marcantes do esporte a motor, por seu entusiasmo e paixão pela modalidade.

No 10+ desta semana, o GRANDE PREMIUM contextualiza e relembra alguns dos momentos mais marcantes e engraçados de Walker em seus anos como narrador oficial da Fórmula 1.

GP da Austrália 1986 – “And colossally..THAT’S MANSELL”

O final do Mundial de 1986 da Fórmula 1 é um dos mais lembrados de todos os tempos. Nigel Mansell, da Williams, era o terceiro colocado e encaminhava o título, até que um estouro de pneu na volta 63 fez o “Leão” abandonar, e a taça caiu no colo do francês Alain Prost, da McLaren.

“E olhe isso! E colossalmente, aquele é Mansell. Aquele é Nigel Mansell”, berrou Murray em surpresa pelo abandono do compatriota, que terminou com um dos vice-campeonatos mais amargos da história.

GP da Áustria de 1987 – O galo de Mansell

A relação de Murray com Mansell era bastante amistosa, e um dos episódios mais engraçados da dupla aconteceu no GP da Áustria de 1987. Na ocasião, Nigel venceu a corrida, mas terminou com um galo na testa ao bater a cabeça em uma passarela do circuito enquanto era transportado por uma caminhonete.

Durante a entrevista pós-corrida, Walker não teve medo ou vergonha de tocar no galo do piloto, que apesar de sentir dor, riu da situação com o carismático narrador.

GP de Mônaco de 1989 – O palavrão de James Hunt

Por muito tempo, Walker foi acompanhado pelo campeão mundial James Hunt na cabine de comentários. O relacionamento de ambos nem sempre foi bom, mas aprenderam a gostar do outro ao longo do tempo e formaram uma dupla marcante, que unia a empolgação e o carisma de Murray com o conhecimento técnico de Hunt.

Durante o GP de Mônaco de 1989, Murray falava sobre o piloto René Arnoux, que andava pela Ligier e com dificuldades de conquistar bons resultados, e citou uma entrevista que fez com o francês, que afirmou que o mau desempenho era por estar muito acostumado com os motores turbo, abolidos naquela temporada.

Hunt respondeu Murray afirmando que os comentários de Arnoux eram uma grande “besteira”. Na língua inglesa, o termo ‘bullshit’ é mais chulo do que soa na tradução para o português, e Walker magistralmente superou o momento constrangedor e engraçado na transmissão, levando adiante como se nada tivesse acontecido.

GP do Japão de 1989 – “Ouch! Oh my goodness! This is fantastic!

O GP do Japão de 1989 é uma das provas mais memoráveis da história da Fórmula 1. Alain Prost liderava, mas tinha Ayrton Senna na cola, buscando a ultrapassagem para manter as chances de título vivas. Quando o brasileiro tenta a ultrapassagem e é fechado pelo francês, causando a colisão que viria a decidir o título, Murray não escondeu a empolgação pelo que tinha acabado de ver, dando uma narração digna a um dos episódios mais emblemáticos de todos os tempos na F1.

“Era a oportunidade que Senna queria e ele tenta! Ah, meu Deus, isso é fantástico! Eles batem! É o que temíamos que poderia acontecer durante a corrida”, narrou o empolgado Murray.

GP do Japão 1990 – “And it happened immediately! This is amazing!

Quando Ayrton Senna resolveu dar o troco em Alain Prost, logo na largada do GP do Japão de 1990, a narração também ficou marcada como uma das grandes da história. Além de se impressionar com outro momento emblemático da Fórmula 1, Murray inteligentemente apontou que o acidente entre os inimigos era previsível por toda a carga de tensão de ambos por conta de tamanha rivalidade.

“Senna tenta ultrapassar por dentro e eles batem imediatamente! Isso é incrível. Senna passa reto na primeira curva, mas o que aconteceu com Prost? Ele está fora também! Isso é incrível, porém, previsível”, comentou Murray.

GP da Austrália 1995 – “And into the pit-lane…OOOOH! My goodness!”

A última corrida da Fórmula 1 em Adelaide, que encerrou a temporada 1995, foi uma das mais malucas da época, com diversos abandonos e o vencedor Damon Hill triunfando com mais de duas voltas de vantagem para Olivier Panis, o segundo colocado.

De todos os abandonos, nenhum foi tão bizarro quanto o de David Coulthard. O escocês da Williams liderava a corrida desde a largada, mas errou o ponto de freada e bateu na entrada do pit-lane. A descrição de Murray é dramática e empolgante, mas com um lado cômico.

“E no pit-lane…Meu deus! David Coulthard se elimina do GP da Austrália, eu jamais vi isso. Ele tenta entrar no pit-lane e acerta o muro”, narrou Murray.

GP do Japão 1996 – “And i’ve got to stop because i have a lump in my throat”

De todas as relações de Murray com pilotos, nenhuma igualou a com Damon Hill. Com uma antiga amizade com Graham, pai de Damon, Walker nunca escondeu a admiração e criou um belo laço de amizade com o piloto, até com certa torcida.

Na última volta do GP do Japão de 1996, prova que marcou o título mundial de Damon, Murray não segurou a emoção ao ver o amigo no topo do mundo cruzando a linha de chegada, trazendo aquela que é sua frase mais marcante nas narrações.

“Damon Hill sai da chicane e vence o GP do Japão. E eu preciso parar, pois tenho um nó na garganta”, citou o emocionado Walker.

A amizade de Murray e Damon foi abordada de forma cômica em um comercial da rede de restaurantes Pizza Hut, veiculado em 1996.

GP da Austrália de 1997 – “Ab-so-lutely furious”

No GP da Austrália de 1997, Jean Alesi teve uma das atitudes menos inteligentes já vistas na Fórmula 1. O piloto da Benetton se recusou a ir para os boxes por seguidas voltas mesmo com a insistência da equipe pelo reabastecimento. O francês sofreu uma pane seca e acabou abandonando.

Murray levou a situação da forma engraçada que mereceu. “E você pode ver pela linguagem corporal dos mecânicos da Benetton que eles estão absolutamente furiosos! Porque eles sabem que Alesi foi informado volta após volta que deveria parar, e ele simplesmente ignorou”, narrou.

GP da Bélgica de 1998 – “Oh, God! Michael Schumacher hits David Coulthard”

Outro momento marcante dos anos 1990 que ganhou uma grande narração de Murray foi o acidente entre Michael Schumacher e David Coulthard no GP da Bélgica de 1998. O alemão da Ferrari liderava a corrida e caminhava para tomar a liderança do Mundial, mas bateu na traseira do retardatário David Coulthard.

“Oh, Deus. Michael Schumacher bate em David Coulthard e está fora do GP da Bélgica! Talvez poderia ser mais cauteloso em ultrapassar. Mika Häkkinen está feliz com a situação”, narrou, de forma surpresa.

GP da Alemanha de 2000 – “Ding dong, are we gonna see a race now?”

A invasão durante o GP da Alemanha de 2000 (Vídeo: F1)

O GP da Alemanha foi determinante para Walker encerrar a carreira como narrador titular da transmissão britânica em 2001, mas ainda trouxe um “Murraysmo” (termos engraçados que ele cunhava durante as corridas) marcante na épica prova em Hockenheim.

Com a invasão de um ex-funcionário da Mercedes na pista, o safety-car foi acionado e bagunçou as ações, reduzindo o favoritismo de Mika Häkkinen a vencer. Em sua genialidade, Murray perguntou: “Ding dong, vamos ver uma corrida agora?”, e ele estava certo, já que quem triunfou no fim foi Rubens Barrichello, que foi alvo de gafe do narrador no início da corrida, já que afirmou que o brasileiro teria se acidentado na primeira curva com Giancarlo Fisichella, o confundindo com Michael Schumacher, que largou 16 posições à frente do companheiro de Ferrari.

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