Sergio Pérez representa uma raridade na atualidade: um latino vencendo na F1. O GRANDE PREMIUM olha para o passado e recorda os dez últimos a triunfar na categoria

A América Latina não é tão tradicional no esporte a motor quanto a Europa, mas tem uma história de respeito. Além do trio de brasileiros campeões, países como Argentina, Colômbia e México já emplacaram pilotos de sucesso até mesmo na Fórmula 1. O último fim de semana reservou a coroação definitiva de Sergio Pérez, agora um vencedor na principal categoria do esporte a motor.

A vitória de Pérez, entretanto, expõe uma situação incômoda: as vitórias de latinos na F1 viraram raridade. De 2010 para cá, só dois GPs terminaram com um deles no alto do pódio. Isso em contraste com os anos 1970, 1980, 1990 e até 2000, décadas em que era comum ver alguém nascido na América Latina brilhando na categoria.

No embalo do sucesso inesperado de Pérez, o GRANDE PREMIUM volta a um passado mais glorioso e recorda os últimos dez latinos a pisar no alto de um pódio da F1.

Sergio Pérez finalmente venceu na F1 (Foto: Racing Pérez)

Sergio Pérez, GP de Sakhir de 2020

O vencedor latino mais recente está fresquinho na memória. Pérez fez uma corrida que será lembrada por muito tempo: caindo para último após toque na largada, o mexicano começou reação inabalável e chegou ao terceiro lugar. Foi aí que o destino jogou a favor de Checo: a Mercedes cometeu erros nos pit-stops de seus dois pilotos, comprometendo muito as corridas de Russell e Bottas. Quando o britânico ensaiava lutar pela vitória, um furo de pneu acabou com tudo. Vitória de Pérez após quase uma década de espera.

PASTOR MALDONADO; WILLIAMS; GP DA ESPANHA; 2012; VITÓRIA;
Pastor Maldonado na comemoração de uma vitória improvável na F1 (Foto: Williams)

Pastor Maldonado, GP da Espanha de 2012

Antes de Pérez, o latino mais recente a visitar o alto do pódio foi um dos mais folclóricos da história da Fórmula 1. Maldonado, que sempre será lembrado pelos acidentes, teve um dia abençoado em Barcelona em 2012. Herdeiro da pole-position após punição a Hamilton, o venezuelano teve de brigar com Alonso. O espanhol era franco favorito, mas não levou: a Williams soube jogar bem com a estratégia e permitiu um feito inimaginável para um piloto que nunca mais sequer voltou ao pódio.

Felipe Massa começou a brilhar pela Ferrari em 2006 (Foto: Ferrari)

Felipe Massa, GP da Turquia de 2006

Não era tão raro no começo dos anos 2000 ver pilotos da América Latina no alto do pódio. Com o Brasil ainda em alta na categoria, Felipe Massa surgiu como representante de uma nova geração ao assinar com a Ferrari para 2006. Depois de um começo de temporada de adaptação, Felipe evoluiu e foi ao alto do pódio pela primeira vez no GP da Turquia. Era a primeira de onze vitórias, todas em um espaço de apenas três anos.

Juan Pablo Montoya colocou a Colômbia no mapa da F1 (Foto: Reprodução/Twitter)

Juan Pablo Montoya, GP da Itália de 2001

Se vitórias eram comuns para o Brasil, certamente não eram para a Colômbia. O país passou de ter participação mínima no esporte a motor ao status de protagonista através de Montoya, que alcançou a F1 em 2001 com a Williams. O piloto era audacioso e veloz, mas sofria com uma série de falhas mecânicas. A história foi outra no GP da Itália: uma atuação dominante, aliada a problemas de Rubens Barrichello, trouxe a primeira de sete vitórias na principal categoria do automobilismo.

Foi de forma épica que Barrichello venceu a primeira na F1 (Foto: Reprodução/TV)

Rubens Barrichello, GP da Alemanha de 2000

Falando em Barrichello, ele foi o primeiro latino a vencer um GP de F1 no Século 20. A história já é tão famosa quanto épica: depois de algumas batidas na trave e frustrações acumuladas, Rubens fez a pilotagem de sua vida no GP da Alemanha. Sob chuva, o então ferrarista ficou com pneus de pista seca para derrotar a dupla da McLaren. Deu certo, sendo a primeira de 11 idas ao pódio.

Ayrton Senna superou o toró de Estoril para vencer a primeira (Foto: Reprodução)

Ayrton Senna, GP de Portugal de 1985

Conforme essa lista volta no tempo, chegamos a uma era completamente diferente da F1. Antes de Barrichello, o novo vencedor latino da F1 foi ninguém menos que Ayrton Senna, 15 anos antes. O futuro tricampeão chegou a flertar com o triunfo já pela Toleman em 1984, mas foi só sob um temporal em Estoril em 1985, já pela Lotus, que a grande chance veio. Enquanto todo mundo errava, Ayrton manteve a compostura, vencendo e começando a escrever linda história.

Nelson Piquet começou a fazer história na F1 em 1980 (Foto: Reprodução)

Nelson Piquet, GP de Long Beach de 1980

Os anos 80 prometiam ser um período um tanto melancólico para o torcedor brasileiro, que acompanhava os últimos passos de Fittipaldi na F1 sem o surgimento de um substituto de alto calibre. Piquet mudou isso ainda no começo de 1980: pilotando uma Brabham cada vez mais competitiva, Nelson sobreviveu a um GP de Long Beach caótico e venceu pela primeira vez. O dia ficou ainda melhor com Emerson em terceiro, naquele que seria o último pódio na categoria.

Pace teve carreira breve, mas marcante (Foto: Reprodução)

José Carlos Pace, GP do Brasil de 1975

Enquanto Fittipaldi ainda brilhava nos anos 70, a F1 ainda tinha um outro latino de relativo destaque: Pace. Também brasileiro, o piloto teve que batalhar até receber uma grande oportunidade na Brabham em 1974. A equipe não era tão forte assim, mas brigava por vitórias vez que outra. O piloto teve sua grande chance na versão antiga da Interlagos, em 1975: a vitória veio em uma dobradinha nacional, com Fittipaldi em segundo. Seria, infelizmente, a única vitória do Moco, que morreu em 1977 em um acidente aéreo.

Carlos Reutemann carregava as esperanças da Argentina (Foto: Reprodução)

Carlos Reutemann, GP da África do Sul de 1974

Só há um argentino na lista dos dez últimos latinos a vencer na F1. É Reutemann, que carregou nas costas as esperanças de um país saudoso dos tempos de Fangio. Carlos estreou fazendo pole logo no primeiro GP, o da Argentina de 1972. A primeira vitória, entretanto, teria de esperar um pouco mais: foi só no GP da África do Sul de 1974, pela Brabham. O sonho do título mundial nunca virou realidade, a carreira reservou uma série de fortes campanhas, incluindo um vice.

Emerson Fittipaldi venceu a primeira no GP dos EUA de 1970 (Foto: Reprodução)

Emerson Fittipaldi, GP dos Estados Unidos de 1970

Finalizando a lista dos dez latinos mais recentes a vencer na F1, temos um novo campeão mundial. Fittipaldi surgiu em um contexto de Argentina muito mais respeitada que o Brasil no esporte a motor. Não é por acaso que Emmo é visto como a pessoa que abriu portas para o país lusófono: o piloto fez a estreia na F1 pela Lotus em 1970 e, meses depois, venceu o GP dos Estados Unidos em Watkins Glen. Isso ainda em meio ao luto pela morte de Jochen Rindt, que viria a ser campeão póstumo.

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