Oficialmente, são 18 candidatos ao título da Fórmula E. Na semana da decisão em Berlim, focamos nos dez com mais chances, explicando jornadas e esperanças

É semana de decisão na Fórmula E. A categoria elétrica vai para Tempelhof, em Berlim, para realizar as duas últimas corridas da temporada 2020/21. De certo, só o incerto: o campeonato está apertadíssimo e prever o campeão é uma tarefa próxima do impossível.

Os motivos por trás do campeonato tão nivelado são vários. Por um lado, há a natureza competitiva da FE. Por outro, há também a falta de um piloto em ano realmente bom. Combine os fatores e vamos para uma decisão com 18 pilotos matematicamente sonhando com o caneco.

Claro, nem todo mundo vai para Berlim com chances claras. Por exemplo, os campeões Lucas Di Grassi e Jean-Éric Vergne dependem de combinações altamente otimistas. Nesse embalo, o 10+ desta semana foca nos dez primeiros colocados do Campeonato de Pilotos. Ou seja, os dez candidatos mais sérios ao título da sétima temporada da Fórmula E. É hora de falar sobre carreiras e temporadas, sobre objetivos e tarefas para o fim de semana em Berlim.

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Assim como em 2020, a Fórmula E decide o título em Tempelhof em 2021 (Foto: Fórmula E)

10) René Rast (Audi)
72 pontos (23 atrás do líder)
0 vitórias
2 pódios

Rast vem sendo uma das gratas surpresas na Fórmula E. A primeira temporada completa do alemão traz pontos de forma regular, compensando a falta de velocidade bruta. É na base disso que, com 72 pontos contra os 95 do líder Nyck de Vries, o veterano ainda pode sonhar com um título em Berlim.

Rast já merece aplausos por, até aqui, derrotar Lucas Di Grassi na briga interna. Depois de anos sendo comparado com Daniel Abt, o brasileiro finalmente pegou um osso duro de roer. Não que título seja obrigação para um René que foi atirado em uma fogueira – a Audi já não é tão forte quanto antes, e está de saída da FE –, mas é impossível evitar a sensação de que dava para ter chances ainda melhores em 2021. Acidentes bobos em Roma e Mônaco deixam o campeão do DTM com chances diminutas neste fim de semana.

9) Edoardo Mortara (Venturi)
74 pontos (21 atrás do líder)
1 vitória
3 pódios

Não faz muito tempo que Mortara liderava o Campeonato de Pilotos, para surpresa geral dos fãs da Fórmula E. O suíço venceu corrida e fez pódios, mas parecia apagado demais. A derrocada recente é um reflexo disso: com 74 tentos, o piloto da Venturi deixou de ser um postulante claro para voltar a ser alguém que corre por fora. Ou seja, mais de acordo com o que se esperava no começo do ano.

Deixando piadas de lado, é necessário destacar o bom trabalho de Mortara. O suíço começou a carreira na FE como um nome de menor destaque em um campeonato cada vez mais badalado. Ainda assim, mostra valor. Enquanto todos erravam na pista traiçoeira de Puebla, o piloto foi lá e conseguiu pódio duas vezes. Que o fim de semana mexicano sirva de inspiração, porque será necessário algo semelhante em Berlim para pensar em título.

Mitch Evans ainda sonha com o título (Foto: Fórmula E)

8) Mitch Evans (Jaguar)
75 pontos (20 atrás do líder)
0 vitórias
4 pódios

Se fala muito sobre como a regularidade é chave na Fórmula E. Evans até conseguiu isso, mas não em um nível suficientemente alto: o neozelandês fez quatro pódios no ano até aqui, mas sempre com terceiros lugares. Em outras palavras, não venceu. Talvez esse seja o fiel da balança para um piloto que decepciona e fica em vias de ser derrotado pelo companheiro de equipe.

Se Mitch quisesse usar a regularidade para se manter com força na briga pelo título – como Frijns faz, mas isso é história para os próximos parágrafos –, seria necessário errar o mínimo possível. Só que o piloto errou tanto quanto os pilotos ao seu redor, vide corridas erráticas em Valência e Nova York. Assim como Rast e Mortara, Evans vai precisar de algo especial para ser campeão. O alento é que o equipamento da Jaguar é bom, com possibilidade de gerar surpresas em Berlim.

7) Nick Cassidy (Virgin)
76 pontos (19 atrás do líder)
0 vitórias
3 pódios

Quem diria que o piloto que passou os quatro primeiros ePs zerado chegaria ao fim do ano se permitindo sonhar com título? Cassidy foi uma grata surpresa ao longo de 2021, evoluindo rapidamente e mostrando mais velocidade que o companheiro Frijns em algumas ocasiões. Dois pódios, dois quartos lugares e duas poles falam por si.

O problema de Cassidy é que a adaptação no começo do ano custou tempo e pontos. 19 pontos de déficit para De Vries não é algo irreversível. Só que, ao contrário de outros no top-10 do Campeonato de Pilotos, não há muita pressão sobre o piloto da Virgin. O que vier em Berlim está de bom tamanho para um possível campeão nos próximos anos

Nick Cassidy faz uma bela temporada de estreia (Foto: Fórmula E)

6) Alex Lynn (Mahindra)
78 pontos (17 pontos atrás do líder)
1 vitória
3 pódios

A Mahindra está longe de ter um grande carro, principalmente quando o assunto é ritmo de corrida e consumo de energia. Isso torna ainda mais empolgante a ascensão de Lynn na segunda metade da temporada 2021. O britânico foi ao pódio três vezes, conseguindo até mesmo uma vitória em Londres. Dá para sonhar com algo maior em Berlim?

A verdade é que Lynn provavelmente bateu no teto. Além de não ter um grande carro, o piloto vai se classificar no sempre tenebroso Grupo 1 do treino classificatório, o que provavelmente significa dificuldades na corrida 1 de Berlim. Some isso ao déficit de 17 pontos para De Vries e chegamos a um cenário preocupante: a busca por um grande fim de semana na capital alemã será com obstáculos extras.

5) António Félix da Costa (Techeetah)
80 pontos (15 pontos atrás do líder)
1 vitória
3 pódios

Chegamos no top-5, e finalmente com um piloto que esperávamos desde o começo do ano como um candidato sério ao título. Da Costa está longe de ter um ano tão bom quanto o que teve em 2020, mas faz o feijão com arroz para seguir na briga em um ano nivelado por baixo. A vitória e os dois terceiros lugares ajudaram a esquecer as decepções de outras corridas em que tudo deu errado. A mais recente foi o eP de Londres 2, quando o piloto da Techeetah foi prensado por André Lotterer e abandonou no ano.

Mesmo que com um déficit de 15 pontos para o líder De Vries, Da Costa tem bons motivos para acreditar em uma virada. Foi no Tempelhof que o piloto se mostrou dominante em 2020, sendo campeão com sobras. Uma história semelhante em 2021 seria suficiente para terminar o fim de semana como um bicampeão.

António Félix da Costa sonha com o bicampeonato (Foto: Fórmula E)

4) Jake Dennis (BMW)
81 pontos (14 pontos atrás do líder)
2 vitórias
2 pódios

Com o devido respeito à grande comunidade de fãs do Dennis no Brasil, esse é um caso incrível de vaca em cima do poste. Ela está lá, mas como chegou e como se manteve são outros 500. O britânico não fez nada nas primeiras quatro corridas do ano, mas usou o formato bizarro de treino classificatório a seu favor e, com méritos, venceu duas corridas. Resultado: é um candidato sério ao título.

Ninguém dava nada por Dennis no começo do ano, mas, tal qual Cassidy, conseguiu aflorar rapidamente. A vitória em Valência veio na base da sorte, sim, mas a de Londres foi fruto de uma pilotagem genuinamente boa. A velocidade encontrada pelo representante da BMW é inegável. Só que, tal qual Lynn, é bem possível que fazer a classificação para a corrida 1 de Berlim no Grupo 1 dificulte muito a briga pelo título. Ainda assim, uma grande temporada de estreia na Fórmula E.

3) Sam Bird (Jaguar)
81 pontos (14 pontos atrás do líder)
2 vitórias
3 pódios

O homem que mais sofre para manter boas performances ao longo de uma temporada inteira deu um passo adiante em 2021. Bird conseguiu duas vitórias e, apesar de alguns momentos bem apagados no ano, fez o que precisava para seguir nas primeiras posições. Pontuar mais do que o companheiro Evans ainda na primeira temporada pela Jaguar já é um grande feito, mas é possível também pensar em título sem parecer louco.

A situação de Bird em Berlim não é tão diferente da de Da Costa. Vai se classificar nas piores condições possíveis na corrida 1, mas com um carro bom a ponto de permitir resultados bem dignos. A diferença é que Sam não foi tão bem assim nas corridas de Tempelhof em 2020, precisando agora de uma volta por cima para pensar em título inédito em 2021.

Só que é Nyck De Vries quem lidera o campeonato(Foto: Fórmula E)

2) Robin Frijns (Virgin)
89 pontos (6 pontos atrás do líder)
0 vitórias
2 pódios

Já pensou a Fórmula E ter como campeão alguém que nem venceu corrida em 2021? O maior candidato a isso é Frijns, que mostrou regularidade suficiente para chegar à rodada de Berlim apenas 6 pontos atrás do líder De Vries. A regularidade se manifesta também no baixo número de erros, vide o piloto da Virgin terminando todas as corridas, sem um único abandono.

Robin começou 2021 sem ser um candidato óbvio ao título, mas ganhou terreno conforme ficou claro que ninguém estava incrivelmente forte, a ponto de ser campeão com sobras. A vitória não veio por detalhe, mas talvez não faça muita falta. Secar os candidatos diretos pode bastar para ser campeão, mesmo sem performances inesquecíveis em Berlim.

1) Nyck de Vries (Mercedes)
95 pontos
2 vitórias
4 pódios

Se Mortara é um mistério na Fórmula E, o que dizer de De Vries? O holandês começou muito bem, passou por uma fase tenebrosa e, mesmo assim, ainda é o homem a ser batido. Uma rodada excelente em Nova York, com dois segundos lugares levou à liderança com 6 pontos de vantagem.

Só que, como o próprio De Vries disse em Londres, talvez seja o momento errado para virar líder. O formato de classificação vai ser o maior desafio para o holandês, possivelmente exposto aos ataques de pilotos que vêm um pouco mais atrás na classificação. Não há favoritismo algum, mas dá para dizer: se há alguém com algo a perder em Berlim, este alguém é o piloto da Mercedes. Olho nele.

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