Um dos destaques da pré-temporada, a Suzuki vai para a temporada 2020 sob os holofotes. Depois de duas vitórias em 2019, o que será que o time comandado por Davide Brivio poderá fazer?

A Suzuki pode não ter o currículo recente de Honda e Yamaha na MotoGP, mas nem por isso é uma coadjuvante. A marca de Hamamatsu ostenta um bom trabalho de desenvolvimento e, ano após ano, dá novos passos em direção à ponta da tabela.

Desde que Maverick Viñales encerrou uma longa estiagem em 2016, a Suzuki conseguiu apenas outras duas vitorias ― com Álex Rins no ano passado ―, mas a frieza dos números não faz jus à performance da GSX-RR.

Com exceção de 2017, quando os japoneses erraram a mão no projeto, a Suzuki conseguiu evoluir a moto ano a ano e, nesta temporada, foi uma das protagonistas da fase de testes.

Às vésperas do início do Mundial, Davide Brivio, chefe do time, conversou com o GRANDE PREMIUM e, além de um balanço do campeonato passado, também falou de suas previsões para 2020.

Álex Rins foi um dos destaques da pré-temporada 2020 (Álex Rins (Foto: Suzuki))

GRANDE PREMIUM: Cinco temporadas se passaram desde que a Suzuki voltou a MotoGP. Qual a avaliação desse periodo? Qual foi o melhor momento? E o pior?

DAVIDE BRIVIO: “É, já são cinco temporadas desde que voltamos à MotoGP. Claro, as melhores memórias que temos são as vitórias. Nós vencemos três corridas nesses cinco anos, mas, sim, também tivemos momentos difíceis, especialmente em 2017, quando tivemos dificuldades com nosso pacote e foi difícil para os pilotos conseguirem bons resultados. Mas estou bem feliz, pois aquele momento difícil foi muito importante para nos manter fortes, nos manter unidos como uma equipe, para não desistirmos e seguirmos trabalhando. Com certeza foi, de alguma forma, um bom investimento. Mas, claro, também queremos lembrar os bons momentos, os muitos pódios que fizemos, as vitórias… Vamos tentar continuar essas boas memórias”.

GP*: A pré-temporada mostrou um passo adiante da Aprilia. A KTM também está constantemente crescendo. Que tipo de campeonato você espera ver neste ano? Você espera ver seis fábricas na briga pelo pódio?

DB: “Com certeza, a competição está se tornando mais e mais difícil. Todo mundo está melhorando, também a fábrica que estava com um pouco mais de dificuldade está aprendendo e melhorando, então eu espero muito mais competição, que seja muito mais difícil talvez chegar no pódio, com certeza. Mas, ok, esse é o bom do esporte. Acho que nós estamos construindo um bom pacote, nós também temos dois grandes talentos, pilotos talentosos que estão crescendo, e espero que eles estejam entre os pilotos top. Então um bom pacote, bons pilotos, e vamos tentar lutar para estarmos no meio da luta e tentar chegar ao pódio o máximo possível”.

Joan Mir vai para o segundo ano na MotoGP (Sylvain Guintoli (Foto: Suzuki))

GP*: A Suzuki conseguiu duas vitórias no ano passado. Você traçou alguma meta para este ano?

DB: “Nós realmente não traçamos uma meta clara ou precisa, apenas o que queremos fazer é melhorar. Melhorar sempre. Ano passado, Álex terminou em quarto no campeonato, Joan estava em sua temporada de estreia, então será um bom ano se melhorarmos estas posições. É isso que estamos tentando fazer”.

GP*: Álex Rins conseguiu duas vitórias no ano passado, mas poderia ter conseguido outras se tivesse começado algumas corridas mais para frente no grid. O que você acha que Alex tem de melhorar em sua performance para esta temporada?

DB: “Sempre tem alguma coisa para melhorar, todo ano. No ano passado, digamos que em algumas corridas nós deveríamos ter começado um pouco mais à frente, então, com certeza, melhorar a classificação. E, no fim do ano, nós perdemos um pouco a consistência nos resultados, então sermos mais constantes. Mas esses são todos aspectos de que estamos cientes. Álex é o primeiro a saber disso. Ele trabalhou ao longo do inverno, então acho que vamos aprender este ano a partir daquela situação”. 

Davide Brivio quer manter Álex Rins e Joan Mir para o próximo ano (Álex Rins (Foto: Suzuki))

GP*: Joan Mir melhorou a performance dele corrida a corrida no ano passado e também mostrou algum progresso durante a pré-temporada. Qual a sua expectativa para 2020?

DB: “No caso de Joan, a margem de melhora é ainda maior, pois ele era um novato no ano passado. Este ano, ele começou com muito mais confiança, um ano de experiência, então também estamos esperando algumas boas corridas dele”.

GP*: A GSX-RR já tinha um bom chassi, mas mostrou um déficit de potência no ano passado. Qual foi a meta principal para melhorar a moto para 2020?

DB: “Sejamos claros: nós temos um motor de 4 cilindros em linha, que é muito bom em termos de velocidade de curva, manejo, é muito bom de pilotar, mas, no que diz respeito à potência pura, velocidade máxima, é muito mais difícil de extrair uma potência top. Mas, dito isto, nós de qualquer forma tentamos sempre melhorar e acho que o motor de 2020 é melhor do que o motor do ano passado, nós melhoramos nossa velocidade máxima, então essa deve ser uma pequena ajuda. E, sim, temos de tentar usar os pontos fortes da nossa moto e tentar nos defender o máximo possível quando for só uma questão de potência”.

A GSX-RR mostrou uma boa evolução em relação ao ano passado (Joan Mir (Foto: Suzuki))

GP*: A Suzuki tem uma certa tradição em abrir as portas da MotoGP para jovens pilotos e foi muito bem sucedida com Maverick Viñales e Álex Rins, por exemplo. O quão diferente é trabalhar com novatos? É, de alguma forma, mais fácil trabalhar com alguém que não tem experiência ou vícios de outra moto?

DB: “É, com certeza, muito empolgante trabalhar com jovens pilotos, muito empolgante trazer um novato da Moto2 e vê-lo crescer e melhorar passo a passo, aprender a pilotar a moto e é, também, muito empolgante para todas as pessoas envolvidas, os técnicos, os engenheiros, porque você tem de explicar como a moto funciona, como a MotoGP funciona, é muito mais complexa do que a Moto2, com muito mais parâmetros, muito mais dados, muito mais informações e isso é uma coisa que também esses jovens pilotos estão sempre muito disponíveis para aprender. Isso é muito empolgante. Talvez seja mais fácil de um lado, porque, sendo jovem, você pode dizer mais coisas, mas, por outro lado, é até mais difícil, porque, por exemplo, quando são novatos, você tem de ser paciente, tem de dar a eles tempo para aprender, e esperar que eles ganhem experiência, mas, sim, a Suzuki gosta muito deste caminho. Isso é parte da nossa filosofia. Nosso cenário ideal é levar nosso piloto ao sucesso desde novato, sendo sempre um piloto Suzuki”.

GP*: A Suzuki ainda tem de confirmar seus pilotos para o próximo ano. Você está confiante em manter Rins e Mir no futuro?

DB: “É nossa meta clara manter os mesmos pilotos para o futuro. Eles também estão felizes em seguir com a Suzuki, então estamos todos felizes em ficarmos juntos. Agora é só uma questão de finalizar o acordo, estamos preparando os papeis para conseguir as assinaturas”.

A Suzuki espera a concorrência ainda mais forte em 2020 (Álex Rins (Foto: Suzuki))
 

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