Pequena extensão impõe uma corrida de muitas e rápidas voltas, mas proporciona equilíbrio desde a classificação. Sem reformas no traçado, circuito do GP do Brasil serviria para a Fórmula 1 como a relação oval-misto serve para o automobilismo norte-americano

O circuito do GP dos Estados Unidos é ultramoderno, o do GP de Abu Dhabi é deslumbrante. Mas, com respeito à última e à próxima etapa da Fórmula 1, circuito emocionante mesmo é o do GP do Brasil. Apesar do rápido tempo de 1min7s208 do pole-position Max Verstappen neste sábado (16), Interlagos é muito importante para o calendário e não interessa muito a sua hoje questionável extensão. Sebastian Vettel (+0s123) e Lewis Hamilton (+0s191) demonstraram o equilíbrio proporcionado justamente por um tipo de curta.

GRANDE PRÊMIO cobre in loco o GP do Brasil com os jornalistas Evelyn Guimarães, Felipe Noronha, Fernando Silva, Flavio Gomes, Gabriel Carvalho, Gabriel Curty e Pedro Henrique Marum, e o fotógrafo Rodrigo Berton. Acompanhe todo o noticiário aqui e tudo dos bastidores e das atividades em pista AO VIVO e em TEMPO REAL.

Evidentemente que uma manutenção, e mesmo atualização do autódromo, é sempre importante. Isso, claro, não passa por venda ou descaracterização do que nasceu e merece sempre ser um autódromo. Esse equilíbrio característico, os inúmeros pontos de ultrapassagem e, claro, a promessa sempre de uma grande corrida podem não ser o bastante para ter o contrato renovado para depois de 2020. Ainda assim, a F1 pode muito bem mesclar circuitos extensos, com esses mais old school. Mal comparando, seria como os circuitos ovais e o circuitos mistos do automobilismo norte-americano.

Reformado nos anos 90, o Autódromo José Carlos Pace ficou com uma única opção de traçado e, para encurtar a história, apenas 4.309 km — por isso as incomuns 71 voltas, para completar a distância média de 300 mil km de cada corrida. O recorde da pista, sempre medido em corrida, é de Valtteri Bottas, com 1min10s540, em 2018. Para efeito de comparação, no Circuito das Américas a volta mais rápida é de 1min36s169 (Charles Leclerc, justamente neste ano) e nas ruas da Yas Marina é de 1min40s279 (Sebastian Vettel, em 2009).

Uma opção apontada para aumentar a extensão se Interlagos — se isso realmente um dia for preciso, talvez pensando no regulamento de 2021, que pode deixar os carros mais lentos devido às questões aerodinâmicas basicamente — seria alongar a reta oposta, passar por uma chicane, contornar o lago e seguir em outra reta até a ferradura (veja abaixo vídeo de Flávio Gomes) e sem grandes custos.
(Reprodução/Instagram/@renaultf1team)

O assunto foi levado aos pilotos logo no primeiro dia de atividades do GP do Brasil. Mesmo com tanta história, tantas corridas emocionantes, a prova não é necessariamente a preferida dos atuais pilotos e não se sustentará na F1 apenas por isso — segundo o promotor Tamas Rohonyi, o contrato deve ser renovado até 2030 e a ideia do autódromo do Rio de Janeiro ainda não se sustenta. Os pilotos até se dividiram sobre em qual lugar estaria Interlagos entre os 21 circuitos do Mundial.

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“Eu adoraria se eles fizessem uma extensão, se possível. Mais algumas curvas, tornar mais empolgante. Qualquer tipo de curva de alta velocidade, porque isso é algo que eu sinto que falta. Tem trechos técnicos, as curvas 1 e 2 são legais, mas não é muito rápido. Falta uma curva desafiadora. Está no top-20”, disse Daniel Ricciardo, sem parecer deselegante. “É uma pista legal, mas gostaria que fosse um pouco mais longa, com mais curvas. Mas é legal e as corridas são boas. Está no meu top-5, top-10. Temos muitas pistas boas”, disse Sergio Pérez.

De Verstappen até seu companheiro de Red Bull, Alex Albon, na sexta colocação, os pilotos foram separados por menos de meio segundo. Isso faz com que mesmo a classificação gere interesse entre os amantes do automobilismo. Não seria preciso grandes formatos para deixar o sábado atrativo, basta ter competição e uma pista curta pode proporcionar isso em meio ao calendário dominado por longos traçados.

GP do Brasil, em Interlagos, tem contrato com a Fórmula 1 até 2020 (Reprodução/Instagram/@scuderiaferrari)

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