Francês tocou roda com Kevin Magnussen e acabou com toda a corrida da Haas logo na primeira volta do GP da Inglaterra. Equipe americana poderia buscar piloto na Indy, mas as coisas não são tão fáceis assim. Pietro Fittipaldi não parece ser cogitado para já

Principal categoria do automobilismo mundial, a Fórmula 1 deveria contar com os 20 melhores pilotos do planeta. Faz tempo que não é assim, tudo bem, mas o número de competidores capazes de tirar o melhor dos seus carros deveria ficar pelo menos perto das duas dezenas. E nem mesmo nesse cenário imperfeito há mais lugar para Romain Grosjean e suas desculpas. O desempenho do francês da Haas foi lamentável não só no último domingo (14), como em todo o fim de semana de GP da Inglaterra.

Com mais um abandono, de novo com doses das suas melhores (piores) trapalhadas, já são cinco em dez corridas. Na classificação do Mundial de Pilotos, o #8 aparece só na 17ª posição, com míseros dois pontos conquistados, à frente de Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo), com um ponto, e dos zerados George Russell e Robert Kubica (ambos da Williams) — não que o companheiro Kevin Magnussen venha fazendo um papel extraordinário, mas esse pelo menos é o 12º, com 14 pontos.

De trás para frente, Grosjean tocou roda com roda, na curva 5, logo na primeira volta justamente com Magnussen. Desnecessário dizer que a corrida acabou para os dois poucos giros depois. Ainda pior, no entanto, é a incapacidade de ler a corrida e chegar para as entrevistas dizendo que não se sentia culpado pelo acidente. Novamente, apontou para um furo no pneu, os danos no assoalho do carro e qualquer outro componente minimamente capaz de confrontá-lo.

Grosjean é apenas o 17º na tabela de classificação da Fórmula 1, com míseros dois pontos conquistados (Divulgação/Haas)

“O chefe vai nos ligar mas, no meu ponto de vista, não acho que tenha feito nada de errado. É uma pena porque queríamos fazer a comparação entre os carros durante a corrida. Tinha boas esperanças para a corrida”, disse Grosjean, já prevendo uma dura ligação do chefe Gene Haas.

Já no primeiro dia de atividades, o piloto cometeu um erro ridículo para o templo de Silverstone. Ainda que na primeira sessão de treinos livres, o piloto deixou os boxes e, na saída do pitlane, rodou, bateu no guard rail, quebrou a asa dianteira e, segundo ele, riu com a equipe do que classificou como “acidente bizarro”. Culpa dos “pneus frios”. Como se não bastasse, ele próprio protagonizou nova rodada, desta vez, por culpa de “um pouco de sujeira na pista”.

Guardadas às proporções, o acidente lembrou o esbarrão em um botão no GP do Azerbaijão de 2018, sob regime de safety-car, quando o francês rodou absolutamente sozinho na corrida. Naquela oportunidade, ele desconfiou que Marcus Ericsson, de Sauber, havia tocado nele. Aquele era o pior momento psicológico do piloto, hoje com 33 anos, 154 largadas e dez pódios na F1 — todos da época de Lotus, entre 2012 e 2015.

Sem superlicença, Pietro Fittipaldi parece ser preparado para a Haas para os próximos anos (Reprodução/Instagram/@pifitti)

Ruim com ele…

Mesmo fora da F1 não há tantos outros pilotos assim capazes de substituir rapidamente Grosjean. A norte-americana Haas bem que poderia olhar para o seu mercado interno por exemplo, mas a situação não é fácil. Josef Newgarden e Alexander Rossi evidentemente seriam excelentes nomes se não estivessem palmo a palmo na disputa do título da Indy. Da Fórmula E, Pascal Wehrlein e Stoffel Vandoorne até poderiam voltar se não fossem vistos com desconfiança.

Durante as sessões de treinos livres, bastava Grosjean voltar para a pista que a transmissão oficial dava um jeito de mostrar Pietro Fittipaldi. Tanto que o piloto de testes da equipe chegou a ser creditado como bicampeão de F1 em 1972 e 1974, títulos do avô. O caminho para a titularidade, no entanto, ainda está longe. O brasileiro não tem os pontos necessários para a exigida superlicença.

Pietro, de 22 anos, hoje se divide no trabalho de testes e simulador da Haas e na temporada do DTM pela Audi. Pelo caminho natural das coisas, suas melhores chances estariam para 2021, já com mais rodagem pela própria equipe americana e o currículo necessário para lutar por uma vaga no grid da F1. Bem por isso, a equipe não o cogite como substituto natural apesar da necessidade para depois da parada para as férias.

 

A trágica participação da Haas em solo britânico ainda teve uma confusão sem precedentes com a principal patrocinadora. A Rich Energy havia comunicado ainda na quarta-feira, via redes sociais, que estava insatisfeita com o desempenho do time e por isso estava encerrando o contrato. Mais tarde, veio à tona a versão oficial de que um “indivíduo desonesto” havia invadido a conta. Especulou-se também em uma tentativa de golpe contra a empresa de energéticos.

“Estou dizendo o óbvio aqui. O melhor que os nossos poderiam fazer era trazer uma escavadeira para cavar o buraco que estamos cada vez mais fundo”, disse o caricato Guenther Steiner. “Preciso me acalmar, não há nenhum ponto para eu sentar com alguém no momento. Preciso relaxar e vou encontrar uma solução. Normalmente, sugiro soluções para seguir em frente, esse é o meu trabalho, e o que quer que seja, vou motivar os pilotos também.”

Depois do GP da Alemanha, em 28 deste mês, e do GP da Hungria, na semana seguinte, a F1 volta a se reunir só em 1º de setembro, para o GP da Bélgica. Não seria surpresa se a Haas já não contar mais com os serviços de Grosjean até lá.

(Divulgação/Haas)

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