Ninguém duvida que a Mercedes vai manter a supremacia. Agora é ver o quanto a Ferrari está atrás. Essas e outras questões serão respondidas no fim de semana do GP da Austrália

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Foram apenas oito dias, divididos em duas sessões no circuito de Barcelona. Os testes da pré-temporada mais enxuta da F1 em muitos anos foram cercados de expectativa por conta dos novos carros — ainda que visualmente parecidos com os de 2015 —, a estreia, enfim, da Haas e, principalmente, pela perspectiva de um maior enfrentamento da Ferrari perante a Mercedes, equipe que vem dominando o Mundial desde o início da nova ‘Era Turbo’, em 2014. Fato é que o fã da F1 espera ansiosamente por um verdadeiro confronto de forças e não mais a supremacia dos carros prateados.

Com tempo de pista tão restrito, sobretudo para quem precisa correr atrás do prejuízo, era natural que as equipes focassem na busca incessante por confiabilidade e a maior quilometragem possível, como fez a Mercedes, até porque nas primeiras voltas do novo W07 já foi possível perceber que o desempenho continuava lá.

E a Mercedes foi a grande vedete dos testes e pré-temporada justamente por conta da altíssima quilometragem alcançada em Barcelona. Ao todo, em oito dias de atividades de pista, Nico Rosberg e Lewis Hamilton alcançaram juntos 1.294 voltas, totalizando incríveis 6.024 km. A marca impressiona se a comparação tiver como base o ano passado: com quatro dias a mais de testes, sendo que a primeira sessão teve lugar em Jerez, a mesma Mercedes chegou a 1.340 voltas em todo o inverno.

De modo que os bicampeões do mundo trabalharam para aperfeiçoar o carro vencedor de 2015 e conceberam um W07 praticamente perfeito e quase intransponível. Além disso, a performance do novo bólido prateado assombrou nas poucas vezes em que foi à pista com pneus que não os médios. Ficou evidente que foi só a Mercedes forçar um pouco para mostrar ao mundo que ainda está sobrando na F1.

O tom de confiança na Mercedes é grande, como não poderia deixar de ser: um carro que é uma evolução de um modelo vencedor que oferece alta performance, confiabilidade ao extremo e competitividade sem par só pode mesmo deixar Hamilton e Rosberg com o sorriso de orelha à orelha e colocar a pulga atrás da orelha dos adversários, leia-se, Ferrari.

“Meu palpite é que os outros já colocaram suas cartas na mesa, enquanto nós temos nossas cartas na manga.” (Nico Rosberg nos testes de pré-temporada da F1 em Barcelona (Foto: Getty Images))

A escuderia de Maranello, como era esperado, deu um salto de qualidade significativo com a nova SF16-H. Quando se analisa os tempos de volta como um todo, a performance da Ferrari foi bem relevante, embora seja sempre necessário relativizar o desempenho, uso de pneus, nível de combustível e diferentes programas que compreendem simulação de classificação ou corrida.

O fato é que, numa comparação de igual para igual com a Mercedes ao menos no que tange ao tipo de pneus, os macios, Kimi Räikkönen anotou 1min23s0, a mesma marca assombrosa registrada por Nico Rosberg com os compostos amarelos. Contudo, ao analisar a performance com os médios — os pneus que mais serão usados pela F1 em 2016 —, Rosberg registrou 1min24s1 como melhor marca, contra 1min24s6 de Sebastian Vettel. 0s5 de diferença, algo muito relevante.

Na somatória da quilometragem acumulada pelas equipes em Barcelona, a Ferrari completou 891 voltas, totalizando 4.148 km. Um número bastante sólido, mas que vira pó quando se nota que a Mercedes rodou quase 2 mil quilômetros a mais no mesmo período — e sem enfrentar maiores problemas.

Por isso, a impressão que dá é justamente o que Rosberg disse: há muito mais por vir da Mercedes, e é essa a dúvida quanto ao verdadeiro potencial da Ferrari, não totalmente explícito nos testes de pré-temporada. O quanto os italianos melhoraram a ponto de lutar pra valer com a Mercedes em 2016? Muito, certamente, mas não parece ainda o bastante para Vettel ter nas mãos um carro capaz de lutar pelo pentacampeonato.

Vettel ainda enxerga a Mercedes bem à frente da Ferrari (Sebastian Vettel ainda enxerga a Mercedes bem à frente da Ferrari (Foto: Getty Images))

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Se é fato que a F1 tem um grupo de ponteiros bem definido com Mercedes à frente da Ferrari, o desempenho mostrado em pista nesta segunda sessão da pré-temporada indica que a Williams, depois de uma primeira semana apenas razoável, se mantém forte e, ao que tudo indica, deve começar 2016 como a terceira força do Mundial.

A Williams se destacou pelo bom equilíbrio exibido pelo FW38, e isso se mostra que, dos cinco pneus de pista seca disponíveis para 2016, Valtteri Bottas completou os stints mais longos de toda a pré-temporada com três deles: sete com os ultramacios (assim como Sebastian Vettel), 17 com os macios e 26 com os duros, que foram pouco usados em Barcelona.

O time de Grove também mostrou um bom trabalho na busca por uma boa quilometragem, sobretudo na segunda semana, e não apresentou grandes problemas no novo carro. No total dos oito dias de testes, Bottas e Felipe Massa registraram um total de 856 voltas, ou 3.985 km, número superior a Red Bull e Force India, concorrentes diretas por um lugar no top-3 da F1 em 2016.

“Nós vamos saber mais onde estamos na Austrália, mas estou feliz e totalmente pronto para começar a temporada, não só eu, mas a equipe.”

E se a primeira semana de testes mostrou a Force India em boa forma, o começo de março indicou que a Williams parte à frente. No comparativo dos tempos de volta com pneus médios, por exemplo, Massa cravou 1min24s8, 0s4 mais rápido que a Force India de Nico Hülkenberg, que usa o mesmo motor Mercedes.

Assim, emerge um cenário em que a Williams surge atrás somente de Mercedes e Ferrari neste começo de temporada. Mas, logo após a equipe britânica, a performance de pista, analisando tempos de volta e também quilometragem, indica a Toro Rosso ligeiramente à frente de Force India e Red Bull. Os taurinos de Faenza impressionaram, sobretudo no que diz respeito à confiabilidade, calcanhar de Aquiles do time no ano passado.

Em termos de quilometragem, a Toro Rosso foi, depois da Mercedes, a única equipe que ultrapassou as 1.000 voltas nos oito dias de testes em Barcelona. Foram exatos 1.049 giros, que totalizaram 4.883 km, muito acima dos 4.148 da Ferrari ou dos 3.803 da matriz Red Bull. A Toro Rosso parte de uma base muito forte com o chassi do STR11, desenvolvido por James Key, e também conta com um sólido e confiável motor Ferrari, que vai lhe dar uma boa margem de segurança, ao menos neste princípio de Mundial.

No comparativo dos tempos de volta com pneus macios e médios, a Toro Rosso também ficou à frente de Force India e Red Bull. Aos números: Carlos Sainz, em sua melhor passagem em Barcelona com os compostos ‘amarelos’, cravou 1min23s9, contra 1min24s2 de Hülkenberg e 1min24s4 de Daniel Ricciardo, da Red Bull. Com os médios, Max Verstappen anotou 1min24s9, enquanto Hülk e Ricciardo registraram 1min25s2.

Depois de um 2015 de calvário com quebras seguidas com o motor Renault, a Toro Rosso indica estar no rumo certo, mesmo considerando o déficit de desenvolvimento da unidade de força da Ferrari, algo que vai ficar mais evidente com o desenrolar do campeonato.
(A Toro Rosso surpreendeu pela confiabilidade exibida no inverno (Foto: Getty Images))

“Estou muito feliz e animado! Não vejo a hora de chegar a Melbourne. Acho que estamos todos muito confiantes, tudo me parece muito bom.”

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Uma das lições desta pré-temporada é ver que a McLaren avançou significativamente em Barcelona. Depois de uma primeira semana com altos e baixos — bom desempenho nos dois primeiros dias e muitos problemas nos outros dois —, o time, em conjunto com a Honda, mostrou que conseguiu corrigir os problemas no sistema de reaproveitamento de energia do motor, o ERS, entregando uma performance muito útil a Fernando Alonso e Jenson Button.

Na pista, em momento algum a McLaren impressionou, mas parece ser capaz de, pelo menos neste ano, colocar seus pilotos frequentemente na zona de pontuação. Diferente da Mercedes, que já contava com uma ótima base tanto de chassi quanto de motor, a McLaren teve de trabalhar para corrigir muitos problemas e desenvolver um conjunto mais equilibrado. Entre erros e acertos aqui e ali, o MP4-31 parece bom na comparação com o carro do terrível ano de 2015.

Claro, a McLaren de 2016 ainda não vai ser aquela McLaren, mas também não deverá passar vergonha, devendo brigar diretamente com Renault e Sauber. O novo C35 de Felipe Nasr e Marcus Ericsson, mesmo com metade do tempo de pista em relação aos carros das outras dez equipes do grid, não comprometeu nos testes do começo de março em Barcelona e teve uma performance bastante honesta. O modelo indica ser equilibrado e realmente um passo em frente, corrigindo problemas crônicos do C34 como a falta de estabilidade na traseira e o sistema de freios.

Diante de um chassi que parece ser equilibrado, a Sauber leva vantagem sobre McLaren e Renault no quesito motor: o propulsor Ferrari é mais forte e confiável atualmente que o Renault e o Honda, e isso pode fazer a diferença em favor da equipe suíça, como ficou evidente nos testes em Barcelona.
(Fernando Alonso (Foto: Getty Images))

A Haas mostrou desempenho, mas sofreu com a falta de confiabilidade em Barcelona. Algo natural (Romain Grosjean teve de lidar com naturais problemas de confiabilidade da Haas (Foto: Getty Images))

Os testes também indicam que Haas e Manor deverão segurar o fim do pelotão da F1 no começo da temporada, com a Haas ligeiramente à frente. As equipes foram as que menos completaram voltas nos oito dias de testes em Barcelona, por uma série de problemas, algo que era até esperado no caso da estreante equipe norte-americana e também da Manor, que se reestruturou para 2016.

A Manor completou 484 voltas, dez a mais em relação à Haas, totalizando 2.253 km completados na Catalunha. A comparação chega a ser cruel, mas é quase quatro vezes menos do que o percorrido pela Mercedes.

Nos tempos de volta como um todo, a Haas indica ter uma condição melhor com o novo VF-16: com os pneus macios, Romain Grosjean virou 1min25s2, contra 1min27s do jovem estreante Pascal Wehrlein. Já com os médios na semana passada, Esteban Gutiérrez virou mais de 2s mais rápido que a Manor de Wehrlein: 1min26s6 contra 1min28s4. Só que o principal problema da Haas nem diz respeito à performance, mas, sim, à confiabilidade.

Na quinta-feira passada, Grosjean teve problemas de dirigibilidade e ficou com as rodas do carro travadas em um trecho da sessão. No dia anterior, Gutiérrez sequer havia conseguido completar uma volta, tudo por conta de um problema no turbo do motor Ferrari. Fase de aprendizado em que vai ser normal cometer mais erros do que acertos.

No fim das contas, é isso. Os dados foram lançados. Faltam poucos dias para que as certezas se confirmem (ou não) e as perguntas sejam respondidas. Que venha o GP da Austrália e que seja logo dada a largada da 67ª temporada do Mundial de F1.

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