O GP da Espanha evidenciou o quanto Valtteri Bottas está distante da briga pela vitória, protagonizada por Lewis Hamilton e Max Verstappen. Outros carros ainda vão evoluir ao longo do ano e podem ameaçar o espaço cativo do piloto da Mercedes

O espaço para o terceiro colocado está lá ao final de cada corrida. Um totem de fundo preto, com o número três pintado em branco, deixa bem claro a posição que o piloto deve ocupar. Mas é como se essa placa tivesse também o nome de Valtteri Bottas. O GP da Espanha de Fórmula 1, disputado no último domingo (9), evidenciou que o piloto não consegue acompanhar o ritmo dos postulantes ao título Lewis Hamilton e Max Verstappen. Se não se cuidar, o finlandês corre ainda o risco até de perder a vaga que hoje lhe é cativa.

Nas quatro das 23 provas previstas no calendário da temporada 2021, o finlandês chegou em terceiro em tês oportunidades: no Bahrein, em Portugal e agora na Espanha. Na Emilia-Romanha, quando Verstappen inclusive bateu Hamilton pela única vez até aqui, Bottas se envolveu em um acidente e deixou a corrida. Enquanto isso, o inglês e o holandês se revezavam no lugar mais alto do pódio. Os números da tabela de pontuação talvez ainda nem traduzam o tamanho da desvantagem para os rivais. Se muita água pode rolar para o bem, por outro lado, muita coisa pode piorar. 

Hamilton, de olho no histórico octacampeonato, somou 94 pontos, 14 a mais que Verstappen, com 80, e em busca do seu título inédito. Bottas, na terceira colocação, tem 47 pontos. Exatamente aí, vem uma turma sedenta para tirar de vez a posição do #77 e subir no Mundial de Pilotos. Lando Norris, da McLaren, ocupava exatamente esse posto — impulsionado justamente pelo terceiro lugar em Ímola —, mas não rendeu o esperado no circuito da Catalunha e agora se vê ameaçado por Charles Leclerc, de Ferrari: 41 a 40 pontos. 

A partir da sexta posição, aparece uma leva de companheiros de equipes que deveriam estar mais bem posicionados. Cada um seu primeiro ano na casa nova, no entanto, sofre com acertos e ritmos de corrida. Ainda assim, ninguém duvida que Sergio Pérez (Red Bull), Daniel Ricciardo (McLaren) e Carlos Sainz Jr. (Ferrari), hoje separados por 12 pontos, não possam também subir ao pódio quando verdadeiramente pegarem a mão dos seus carros. Além desses, também não seria estranho considerar Esteban Ocon (Alpine), Pierre Gasly (AlphaTauri) e mesmo Lance Stroll (Aston Martin).

O mundo já esteve perto de desmoronar na cabeça de Bottas algumas vezes. De fingir que nada estava acontecendo até um retiro nas montanhas para voltar mais forte, o finlandês tentou de tudo. Até conseguiu. Uma rápida olhada no currículo é possível ver ali bem claramente as nove vitórias na carreira, outros 50 pódios (nove ainda da época de Williams). O problema está em, de Mercedes, não conseguir pelo menos ajudar Hamilton a tirar pontos de Verstappen. Se não fosse a estratégia pra lá de brilhante de Toto Wolff e sua turma, o time do touro vermelho estaria comemorando a liderança entre os pilotos.

E Bottas, por pouco, não complicou mais as coisas na parte final da corrida. Em estratégias diferentes de pneus, Bottas deveria abrir caminho para Hamilton assumir a então segunda colocação e partir em busca da vitória. Depois de alguma indecisão, avisos bem claros no rádio, o #77 e o #44 inverteram as posições no 59º giro, a oito do final. 

Valtteri Bottas, Mercedes, GP da Espanha 2021,
Bottas foi terceiro colocado em três das quatro corridas até aqui (Foto: Reprodução/Twitter/@Formula1)

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“Não o deixei passar logo cedo, mas estava fazendo a minha corrida e de olho em construir uma vantagem para o Leclerc para fazer um novo pit-stop e tentar a volta mais rápida. Minha prioridade era a minha própria corrida”, reconheceu o piloto na entrevista coletiva. “Esse tipo de coisa é sempre difícil. No final, acho que foi tranquilo.” 

Mesmo para os padrões de um Sir que é Hamilton, esse será um campeonato complicado. Verstappen é constante nas corridas, infinitamente mais maduro, agressivo sem ser afobado e com um carro muito rápido apesar de um tanto arisco para o gosto de outros pilotos, como Pérez, por exemplo. A classificação pode ser um ponto a melhorar, o que atrapalharia ainda mais a vida na garagem preta-prateada. Por isso, tirar mesmo que o ponto extra da volta rápida pode ser fundamental lá no fechamento do ano, em Abu Dhabi.

Até lá, inclusive, Bottas pode ter encaminhado sua saída da Mercedes. Como se sabe, esse é o último ano de contrato do finlandês com a equipe e muita gente no grid está de olho em sua vaga. Vaga de piloto, não propriamente a vaga cativa de terceiro colocado.

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