Bottas está em seu último ano de contrato com a Mercedes. Será hora de olhar para outras opções?

Completadas três etapas da Fórmula 1 em 2021, uma coisa parece certa: a luta pelo título é entre Lewis Hamilton, da Mercedes, contra Max Verstappen, da Red Bull. Será uma disputa acirrada, na qual a equipe alemã precisa contar com todas as suas forças — incluindo aí o segundo carro, o de Valtteri Bottas. Afinal, colocar o seu outro piloto à frente do adversário direto é uma forma de ganhar vantagem na disputa.

Porém, após o GP de Portugal, que aconteceu ontem (2), é possível dizer que o finlandês tem pouca bala na agulha para ajudar o heptacampeão do carro ao lado. Por isso, com Bottas em seu último ano de contrato, fica a pergunta: será a hora de fazer a fila da Mercedes andar?

Fazendo uma fotografia atual da Fórmula 1, vamos analisar todas as possibilidades para o segundo carro da equipe alemã. Com quem será que Toto Wolff, chefe da equipe, vai assinar um contrato para 2022?

Valtteri Bottas

Bottas pilotando pela Mercedes em 2020 (Foto: Mercedes)
Bottas pilotando pela Mercedes em 2020 (Foto: Mercedes)

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A primeira opção, claro, é manter tudo como está, renovando com Bottas, de 31 anos. O finlandês é rápido em treinos e na classificação, tem a sua habilidade e pontua constantemente.

Além de tudo, Valtteri é quase aquele escudeiro clássico: praticamente não ameaça o primeiro piloto da equipe, não causa rachas internos e mantém um bom clima nos boxes.

O problema, como já dito, é que o finlandês falha na hora de se colocar à frente de quem disputa o título contra Hamilton. Mesmo em 2020, quando a Mercedes tinha um carro muito melhor que o da Red Bull, quase perdeu o vice-campeonato para Verstappen.

Tem mais: o time anglo-alemão já demonstrou no passado que não tem um primeiro piloto clássico, como era na Ferrari nos tempos de Michael Schumacher. O finlandês, teoricamente, teria caminho aberto para fazer mais, mas não faz.

Tanto é que Nico Rosberg foi o campeão em 2016. Custou tudo e mais um pouco para o alemão, mas ele superou o #44 – algo que Bottas nunca conseguiu.

Para piorar, os detratores de Bottas vão afirmar que ele faz o mínimo que se espera: consegue pódios. Vitórias, até hoje, foram apenas nove. No mesmo período, Hamilton venceu em 44 GPs.

George Russell

George Russell, Mercedes, GP de Sakhir 2020,
Russel quando substituiu Hamilton, no GP do Sakhir de 2020 (Foto: Reprodução/Twitter/@MercedesAMGF1)

Como os ingleses são afeitos à monarquia, podemos dizer que George Russell, de 23 anos, é o primeiro na linha de sucessão da Mercedes. O piloto é cria do programa de formação germânico, tem contrato com o time da estrela de três pontas e foi colocado na Williams para ganhar quilometragem.

No ano passado, quando Hamilton teve covid-19, Russell pilotou pela Mercedes no GP do Sakhir e flertou com a vitória.

O ruim é que o inglês teve anos bem complicados na Williams. Não por culpa do piloto, mas da própria equipe, que construiu carros horríveis. Foi constantemente melhor que os companheiros, mas nenhum deles se mostrou muito parâmetro.

Em 2021 a Williams tem um carro melhor, que consegue disputar posições no último terço do pelotão. Porém, na hora da verdade, Russell vai revelando falta de ritmo de corrida. Corre o risco, assim como Bottas, de ser visto apenas como um “leão de treino”.

De qualquer forma, Russell demonstra ter muito mais gana do que Bottas jamais teve.

Esteban Ocon

Esteban Ocon, Alpine, GP de Portugal 2021,
Ocon vem fazendo um bom começo de ano em 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/@AlpineF1Team)

Com 24 anos, Esteban Ocon é outra cria da Mercedes, fazendo parte do programa de desenvolvimento do time até o final de 2019. Mesmo fora, continuar a ter uma boa relação com Toto Wolff e sua patota.

O francês nunca teve um grande carro nas mãos, mas, dentro das limitações, sempre se mostrou rápido. Em 2017, na Force India, Ocon andou próximo ao companheiro, Sergio Pérez. No ano seguinte, com a perda de desempenho da equipe indiana, ficou mais para trás.

Agora, em 2021, o francês vai demonstrando muita habilidade na Alpine, inclusive conquistando resultados melhores que o companheiro de equipe, Fernando Alonso.

Contra, Ocon tem o fato de ter tido um 2020 ruim, muito atrás do companheiro, Daniel Ricciardo. Além disso, muitos vão dizer que Alonso, com quase 40 anos, está saindo de uma semi-aposentadoria e não é lá muito parâmetro de desempenho.

Será que Esteban Ocon merece essa chance?

Pierre Gasly

PIERRE GASLY; ALPHATAURI; BAHREIN; PRÉ-TEMPORADA; FÓRMULA 1;
Pierre Gasly teve um 2020 inesquecível (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

Olhando para além dos muros da Mercedes, Pierre Gasly, de 25 anos, pode ser uma opção. O francês ainda está nos domínios da Red Bull, mas já teve a sua chance no time principal da companhia dos energéticos e foi sacado sem nenhuma cerimônia. Pior: quando poderia receber uma segunda chance na equipe austríaca, foi preterido.

E olha que Gasly está em alta. A temporada de 2020 foi mágica para o piloto, com resultados constantes e a primeira vitória na carreira, no mítico GP da Itália, com uma equipe italiana, a AlphaTauri. Não é pouco.

Porém, pesa contra ele o insucesso na Red Bull entre 2018 e 2019. O ambiente na equipe austríaca não é dos mais fáceis, claro, mas também não é fácil estacionar o seu carro ao lado do de Lewis Hamilton. Apesar que o francês pode ter aprendido com os erros na disputa contra Verstappen.

Em 2021, Gasly faz um começo de ano dentro das possibilidades da AlphaTauri, pontuando em dois dos três GPs – está em décimo no campeonato. Se ele conseguir ir além disso nas próximas etapas, talvez consiga uma reunião com Toto Wolff…

Lando Norris

Norris é terceiro colocado no Mundial de Pilotos de 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/@McLarenF1)

Dá para dizer que Lando Norris tem o melhor apoiador possível para conseguir um lugar na Mercedes: Lewis Hamilton. O heptacampeão já incentivou o compatriota publicamente diversas vezes, de quem parece ter muito apreço.

Não é por menos: o inglês de 21 anos tem feito boas corridas pela McLaren e ajudou o time a conquistar o terceiro lugar no Mundial de Construtores em 2020. Tudo isso andando próximo ao então companheiro, Carlos Sainz, principalmente na segunda metade da temporada.

Em 2021 o desempenho está ainda melhor: Norris é nada menos que o terceiro colocado no Mundial de Pilotos, à frente justamente da Mercedes de Valtteri Bottas. É um ótimo cartão de visitas.

Contra si, o inglês tem o fato de ainda ser muito jovem. Ele também pode preferir continuar na McLaren, de onde é cria do programa de formação de pilotos e tem uma perspectiva interessante para o futuro, principalmente a partir do novo regulamento aerodinâmico, em 2022.

De qualquer forma, o cartão de visitas já está na mão de Toto Wolff…

Daniel Ricciardo

Daniel Ricciardo, Renault, GP da Bélgica 2020,
Ricciardo fez um bom 2020 pela Renault (Foto: Reprodução/Twitter/@RenaultF1Team)

O australiano, de 31 anos, acabou de trocar a Renault pela McLaren, com um contrato válido para 2022. Porém, o australiano é, certamente, a opção mais experiente que a Mercedes tem no grid para colocar no lugar de Bottas. Será que vale pagar a multa?

Ricciardo teve um ótimo começo na Red Bull, sendo melhor que o companheiro, o tetracampeão Sebastian Vettel. Depois, andou na frente de Max Verstappen por um tempo, mas foi superado e saiu em busca de outros ares. Desde então, não teve mais um carro para lutar por vitórias.

Em 2020, Daniel teve um bom ano de Renault, levando os franceses ao pódio algumas vezes – e ficou em quinto no Mundial de Pilotos, atrás apenas de Sergio Pérez na disputa para ser o “melhor do resto”. Na McLaren, está envolvido com o projeto de fazer o time inglês novamente vencedor. Será que consegue?

O fato é que, na Mercedes, o australiano finalmente teria um carro para lutar pelo título. Mais do que isso: teria mais uma vez a chance de voltar a superar Verstappen.

Para os anglo-alemães, trata-se de alguém experiente, que já venceu corridas e que não se intimidaria com a presença de Hamilton. Também é alguém que contribui para um clima bom internamente.

A idade pesa pelo lado oposto, no entanto. Com a aposentadoria de Hamilton no horizonte, talvez a Mercedes queira apostar em alguém mais novo, com mais anos de sucesso pela frente. Além disso, a derrota contra Verstappen em 2018 é algo que pode pesar contra.

Mick Schumacher

Mick Schumacher, Haas, GP da Emilia-Romanha, F1 2021,
Mick Schumacher faz a temporada de estreia na F1 em 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/@HaasF1Team)

Essa, talvez, é a escolha mais improvável. Antes de fazer parte do programa de formação de pilotos da Ferrari, Mick Schumacher andou de motores Mercedes na época em que foi campeão da F3 Europeia. Depois, entre uma disputa entre italianos e alemães, a Ferrari ficou com o piloto.

O alemão é claramente uma aposta da Ferrari para o futuro, mas o pai de Mick, Michael, também tem muita ligação com a Mercedes. Toto Wolff já rasgou elogios publicamente ao jovem de 22 anos, que será um futuro campeão, na visão do dirigente.

Contra si, Mick tem a falta de experiência na Fórmula 1 – esse começo de campeonato na Haas não parece ser muito parâmetro de desempenho. No entanto, se Bottas ganhar uma sobrevida na Mercedes e a fila não andar na Ferrari, não será surpresa ver o alemão na equipe da estrela de três pontas. Tudo, claro, vai depender dele corresponder na pista.

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