Se o inglês é capaz de ganhar GP da Inglaterra mesmo com três pneus, o finlandês precisava esquecer o freio mental e dividir a primeira curva. Incapacidade de brigar só valoriza ainda mais a história de Rosberg na F1
Dos 19 pilotos que não se chamam Lewis Hamilton no grid da Fórmula 1 2020, mais da metade sequer sonha em disputar alguma coisa com o piloto da Mercedes. Entre os que sobram, uns cinco ou seis até podem ter uma ideia de como bater o quase heptacampeão mundial. Mas, entre todos esses, apenas um tem carro para efetivamente fazer alguma coisa. Falta dividir a primeira curva, como não fez Valtteri Bottas neste domingo (2), no GP da Inglaterra, que teve justamente a vitória do anfitrião ao cruzar a linha de chegada com só três pneus inteiros, devido ao enorme desgaste provocado ao longo da prova.
Com o resultado, Hamilton caminha já ao fim da quarta corrida a passos pra lá de largos para empatar o recorde de sete títulos mundiais de Michael Schumacher. Nem os pneus são capazes de tirar o título dele. O inglês tem 88 pontos, 30 a mais que o finlandês, que ficou fora dos pontos pelo mesmo problema de pneus, mas ainda é o segundo colocado na classificação. Como a próxima etapa acontece também na pista de Silverstone, em condições muito parecidas com as encontradas agora, é de se imaginar que o #44 vá ainda mais para frente no geral, enquanto o #77 de novo faça figuração.
https://platform.twitter.com/widgets.js🏁 CLASSIFICATION 🏁
— Formula 1 (@F1) August 2, 2020
After an absolutely crazy final two laps, confirmation of Lewis Hamilton’s seventh win at Silverstone
And the first one by crossing the line with a puncture!#BritishGP 🇬🇧 #F1 pic.twitter.com/ueDrd5BwOo
Desde 2014, ano do primeiro título de Hamilton com a Mercedes, só um piloto ousou dividir curvas com o inglês que rapidamente se tornou dono da equipe. Depois de duas temporadas, muita frustração, perda de uma amizade de infância formada no kart e algumas batidas na pista, Nico Rosberg conseguiu em vencer o por enquanto hexacampeão mundial, em 2016. Sebastian Vettel, nos dois anos seguintes, bem que tentou alguma coisa, mas se perdeu nos próprios erros e na confusão sem fim da Ferrari. A estratégia aqui mencionada, pode também não dar certo e custar empregos mas, do jeito que está, obviamente não está funcionando.
A largada em Northamptonshire evidenciou a refugada de Bottas. Mesmo na linha mais suja da pista, o finlandês tracionou melhor no apagar das luzes vermelha e chegou com alguma condição de ultrapassagem na Copse. O juízo o fez recuar. Tirou o pé. Evidentemente, que essa era a melhor alternativa pensando em prol da equipe, da boa relação e todo o discurso já conhecido de quando pilotos da mesma garagem dividem alguma coisa. Por mais que o pé queira acelerar, há um freio cerebral que lembra do contra-cheque no quinto dia útil e todas as benesses de pilotar uma Mercedes a cada fim de semana.
Na parte final da corrida, o desgaste dos pneus deu um charme maior à vitória do piloto, que agradeceu aos céus por terminar no lugar mais alto do pódio — se não fossem as duas entradas do Safety Car, a corrida teria ficado ainda mais imprevisível. Bottas, que há voltas vinha administrando a borracha, não pôde brigar efetivamente. Com um pneu furado, inclusive perdeu a sua cativa segunda posição. Com Hamilton foi um pouco mais emocionante, já que o pneu se deteriorou na metade da última volta. Tudo para cruzar a linha de chegada de forma espetacular, em giro que já entrou para a história da F1.
“Nas últimas voltas, comecei a perder ritmo e aí, na última volta, estourou de vez. Fiquei ali com o coração na boca, quase não consegui fazer as últimas duas curvas”, disse. “Até a última volta, estava tranquilo, os pneus pareciam bem. O Valtteri fez uma corrida muito forte, eu estava cuidando dos pneus e achava que ele não estava, então, quando ele estourou um pneu, achei que não fosse acontecer comigo, que estivesse tudo bem. Acho que deveríamos ter parado.”
Nos treinos livres, Bottas inclusive andou melhor que Hamilton. O próprio piloto inglês reconheceu isso nas entrevistas. À parte o talento e a enorme capacidade do inglês de se recuperar mesmo após uma rodada no Q2, faltou um instinto mais agressivo ao finlandês. Se o rival dá brecha, é preciso neutralizá-lo e conseguir a pole-position. Isso não foi possível no sábado, mas domingo era dia de tentar algo novo se quiser mesmo pensar em pelo menos tirar vitórias do companheiro. Ou de nada adiantou o retiro nos alpes gelados finlandeses.
Por tudo isso, o valor de Rosberg é inestimável para a F1. Valor esse que a categoria e os fãs talvez nem reconheçam agora. Talvez precise mesmo Hamilton conquistar o hepta e até o octacampeonato para lembrar como é difícil vencer o melhor piloto dos últimos anos, quiçá de todos os tempos, que ganha corrida mesmo com três pneus inteiros na volta final.
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