Perdida, a Ferrari conseguiu a proeza de ocupar os dois últimos lugares do GP da Estíria - e esse pode ser apenas o começo de duas temporadas para esquecer

Impacto na primeira volta no GP da Estíria, ontem (12). Imprudente, Charles Leclerc foi com muita sede à curva e atingiu o companheiro de equipe, Sebastian Vettel. Ambos os pilotos acabaram, eventualmente, fora da prova em Spielberg. Desastre para a Ferrari, que ocupou os dois últimos lugares da corrida.

Esse não foi um resultado circunstancial.Circunstancial, na realidade, parece ter sido o lugar de Leclerc na primeira prova de 2020, na mesma Áustria, só que uma semana antes. 

Coincidência ou não, depois do polêmico e secreto acordo com a FIA sobre a ilegalidade de seus motores, a Ferrari e suas equipes clientes andaram para trás. Todas perderam desempenho, o que já é um péssimo sinal.

Para piorar, o chassis do SF1000 também tem seus problemas. Ou, talvez, o fim da vantagem na unidade de potência tenha relevado esses problemas. O fato é que se a questão fosse apenas falta de potência, a pista molhada da classificação em Spielberg, no sábado (11), teria ajudado a equilibrar esse jogo.

Não só não ajudou, como Leclerc ficou pelo Q2, enquanto Vettel avançou para o Q3 para conquistar o décimo (e último) tempo.

“É hora de olhar para frente, para reagir e não de buscar responsabilidades ou culpados. Temos de garantir que o time fique unido para que possamos progredir o mais cedo possível”, disse Mattia Binotto, chefe da Ferrari, em entrevista à TV Globo

Gestão de erros

Junte tudo isso ao psicológico e a falta de tato da Ferrari para lidar com um tetracampeão. É verdade, o alemão (assim como Fernando Alonso, aliás) falhou em liderar a equipe na pista na conquista de um título. Mas, ele falhou sozinho? Seja como for, foi Vettel que pagou o pato da fase ruim e foi praticamente rifado pela Scuderia antes mesmo que esta temporada, atrasada, começasse.

Já trabalhou de aviso prévio? Se sim, bom, você sabe exatamente como é ser Sebastião. Digo, Sebastian.

Ferrari de Vettel no GP da Estíria (foto: Twitter / Scuderia Ferrari)
Vettel vai fazendo um ano de “aviso prévio” na Ferrari (Foto: Twitter / Scuderia Ferrari)

Em Leclerc vai caindo sobre os ombros a pressão de liderar uma equipe que irá completar 1000 GPs agora em 2020. São 70 anos de história para um piloto de 22 anos. O excesso de ímpeto parece vir daí. 

Isso enquanto o sangue italiano não fala mais alto mais uma vez, promovendo mais mudanças drásticas no time – que, como sabemos, é uma estratégia que não está resolvendo a situação.

Impacto nos números

Claro que só foram realizadas duas provas em 2020, mas os números registrados até aqui têm grande peso em um ano no qual, até agora, apenas dez GPs estão confirmados – e o calendário deve fechar com algo por volta de 15 etapas. Números esses que estão, com perdão do trocadilho, no vermelho para a Ferrari.

Mesmo com o segundo lugar de Leclerc no GP da Áustria, o time ocupa o quinto lugar no campeonato – atrás de Mercedes, McLaren, Red Bull e Racing Point. Mesmo que um duplo abandono não tivesse acontecido, na pista não parece que a Ferrari tenha um carro muito melhor, talvez nem igual, aos que usam as cores laranja e rosa. 

A situação não está muito melhor para quem usa os motores italianos. A Alfa Romeo marcou apenas dois pontos e ocupa a oitava posição no Mundial de Construtores. Já a Haas está abraçada com a também zerada Williams, mas fica atrá dos ingleses no desempate. 

Haas de Magnussen no GP da Estíria (Foto: Twitter / Haas)
Haas: na rabeira do campeonato (Foto: Twitter / Haas)

Há pouco tempo para reagir em 2020, uma temporada curta com GPs muito próximos. Pior: com a entrada do novo regulamento técnico adiada para 2022, todos os times vão disputar o próximo ano com os carros do atual temporada (com modificações pontuais). Um panorama de filme de terror para a Ferrari.

Afinal, no esporte, os últimos continuam sendo os últimos. 

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