Norris perdeu controle no desafiador S e estraçalhou sua McLaren no muro, no dia seguinte ao acidente entre seis carros na W Series. Medo de acidente em T, como com Hubert em 2019, reacende debate por segurança

Uma das curvas mais empolgantes da Fórmula 1, virou também sinônimo de muita preocupação no mundo do automobilismo. A Eau Rouge vitimou Lando Norris neste sábado (28), no GP da Bélgica. O piloto inglês estraçalhou a sua McLaren ao abrir a última parte do treino classificatório e foi encaminhado para o centro médico de Spa-Francorchamps. O grave acidente na pista molhada foi uma confusão entre emoção e irresponsabilidade.

A largada para a 12ª das 23 etapas de F1 acontecerá neste domingo, às 10h (de Brasília), com ao vivo e tempo real do GRANDE PRÊMIO. Ao todo, serão 44 voltas na pista de 7.004 metros. Max Verstappen (1min59s765) sairá em primeiro, com um surpreendente George Russell (+0s321), seguido por Lewis Hamilton (+0s334).

O acidente de Norris aconteceu no dia seguinte à batida de seis carros da W Series. Fabienne Wohlwend, Ayla Agren, Beitske Visser, Abbie Eaton, Sarah Moore e Belén García perderam o controle de seus carros de forma semelhante e se espalharam na parte de cima da curva. As pilotas em geral saíram bem dos carros apesar do enorme susto.

Norris abriu o Q3 em condições de chuva extrema depois de brilhar nas sessões iniciais do sábado. O jovem perdeu o controle do carro no meio do S, em um conhecido trecho de aquaplanagem do “Água Vermelha” (a tradução de Eau Rouge, em alusão a cor de um rio que passa por ali), rodou e encontrou o muro do lado esquerdo da pista. O carro atravessou o traçado e foi parar na nova área de escape. O #4 deixou o carro com dores, mas sem grande necessidade de ajuda. O classificatório ficou interrompido por 30 minutos.

O curioso é que o próprio inglês, antes de abrir a cronometragem, havia informado à equipe da aquaplanagem ao longo da pista. Por mais que tenha assumido a culpa pelo erro, não precisava de um acidente de tamanha proporção. Mais do que isso, Sebastian Vettel, que vinha logo atrás e inclusive parou sua Aston Martin para se certificar de que o companheiro estava bem, havia pedido a interrupção da sessão por bandeira vermelha. “O que eu disse? O que eu disse?”, esbravejou o alemão logo após ser informado do acidente. 

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Vettel havia pedido bandeira vermelha antes do acidente de Norris (Foto: Reprodução/Twitter/@F1)

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Histórico de acidentes

Dado o histórico, seria de bom tom que pelo menos o safety-car desse uma volta antes da parte final para verificar as condições de pista. Segundo o gráfico da transmissão oficial, Lando começou a sequência de S em subida, com 40 metros de elevação, a 299 km/h.

Além dos acidente de Norris e da W Series, sem recorrer muito ao passado, a Eau Rouge foi motivo de debate no acidente fatal de Anthoine Hubert. Em 2019, o piloto da F2 perdeu o controle do seu carro e foi atingido lateralmente por Juan Manuel Correa. O acidente, em T como se diz no mundo do automobilismo, é a forma mais preocupante de batida ainda hoje, justamente por não contar com tantas inovações, como foi a adesão do halo por exemplo.

De lá para cá, a área de escape da pista foi aumentada em um 1,5 metros — algo próximo do limite por limitação natural da Ardennes, a qual o circuito de 7.004 metros se entranha. Não que tenha sido pouco, já que também se fala em abrir mais o ângulo da curva na primeira perna do S por exemplo. Seria impensáve, sim, enfrentar a tradição e o pensamento de que o risco está intrínseco ao automobilismo. Atrasar um pouco o Q3 era plausível.

As mudanças no traçado acontecem desde pelo menos 1985, com o acidente fatal de Stefan Bellof, de Porsche, nos 1000 Km de Spa. Neste ano, Jack Aitken, da F2, mas correndo nas 24h de Spa, também sofreu uma violenta batida no local. Na F1, Philippe Alliot (1993), Jacques Villeneuve (1998), Ricardo Zonta (1999) e Kevin Magnussen (2016) foram os pilotos que tiveram acidentes marcantes por lá. O acidente de Norris era evitável. Confusão da emoção com a irresponsabilidade.

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