Piloto inglês não fez a mais exuberante das suas apresentações, mas cuidou de tudo para garantir o título antecipado no GP da Turquia. Na entrevista, pediu para que as crianças não desistam dos seus sonhos e reforçou o seu lugar na história também fora de um cockpit de F1

Lewis Hamilton possivelmente tenha feito neste domingo (15) a sua mais desastrosa apresentação dos últimos anos. Ainda assim, superou toda e qualquer saída de pista, incomum para os seus próprios padrões extraordinários, e conquistou a vitória no GP da Turquia. De quebra, como já era quase que garantido para esta temporada de Fórmula 1, levou antecipadamente o seu sétimo título mundial e consolidou uma das maiores gratas hegemonias do esporte com a Mercedes. Ídolo como piloto e também como cidadão, o inglês se mostrou humano e chorou de felicidade.

A história no Istanbul Park poderia ter sido diferente, até mais divertida para muitos fãs de automobilismo, com a inusitada pole-position e liderança de Lance Stroll por boa parte da prova. Mas o piloto canadense perdeu rendimento na troca de pneus e viu seu companheiro de Racing Point, Sergio Pérez, chegar em segundo. Grande amigo e antigo rival de Hamilton, com que travou grandes batalhas, Sebastian Vettel, de Ferrari, fez companhia ao campeão com o terceiro lugar no pódio e um longo cumprimento logo ao descer do carro.

O heptacampeão Hamilton somou 307 pontos e, claro, não pode mais ser alcançado pelo segundo colocado, seu companheiro de Mercedes, Valtteri Bottas, com 110 pontos a menos, em apenas três corridas (78 pontos) por disputar. A protocolar 15ª etapa do alterado Mundial modificado pela pandemia do novo coronavírus, daí a inclusão do GP da Turquia, por exemplo, acontece em 29 deste mês, no GP do Bahrein. O circuito de Sakhir ainda receberá uma segunda corrida, no anel externo, em 6 de dezembro, antes da última prova, em 13 do mês que vem, no GP de Abu Dhabi.

“Estou definitivamente um pouco sem palavras”, começou o piloto, após chorar no capacete e se emocionar com o chefe de equipe Toto Wolff, no rádio. “É tão importante que as crianças vejam isso. Nunca deem ouvidos a ninguém que lhe diga que você não pode alcançar os seus objetivos. Sonhe o impossível. Você tem que trabalhar pelos seus sonhos e nunca desistir”, completou o piloto, hoje com 35 anos, em uma entrevista que reforçou seu lugar na história também fora de um cockpit de F1.

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O #44, de 94 vitórias na principal categoria do automobilismo, cuidou de cada detalhe para igualar o recorde de títulos mundiais do alemão Michael Schumacher (1994, 1995, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004) — Hamilton conquistou o seu primeiro campeonato ainda com a McLaren, em 2008, e os outros seis com a Mercedes, em 2014, 2015, 2017, 2018 e agora 2019. Mesmo tendo de lidar com um asfalto escorregadio por um irresponsável tardio recapeamento, prejudicado ainda mais com a chuva antes da largada, o inglês ainda perguntava da temperatura dos pneus, da possibilidade de mais chuva, da entrada dos boxes que poderia estar escorregadia para uma parada nos boxes nas últimas voltas… Enfim, nada passou em branco ao campeão. 

Como nada passa em branco a ele fora das pistas. Por mais que incomode muita gente, às vezes gere até mais antipatia do que um aumento expressivo em sua base de fãs, o inglês entrou em brigas incomuns para o mundo da F1, ele põe a cara a tapa. A causa animal, as queimadas na Amazonia, a violência policial, o preconceito e o racismo fazem parte de suas preocupações. Não basta sentar no melhor carro e se provar o melhor piloto do mundo. Talvez justamente por esses tantos motivos, ele ainda queira continuar na categoria apesar de não ter assinado contrato para a próxima temporada. Em suas palavras, nas entrevistas após a corrida, o homem que ainda é suscetível a erros disse que a coisa mais empolgante a fazer depois do sétimo título seria chegar em casa e tomar uma sopa.

Lewis Hamilton, hepta, GP da Turquia 2020,
Hamilton fez uma corrida incomum ao largar da sexta colocação e assumir a ponta só na volta 37 (Foto: Reprodução/Twitter/@F1)

Pode nem ser 100% verdade. Hamilton já teve sua cabeça mais focada no glamour que a F1 oferece e menos nas corridas em si, mas aprendeu com os erros do passado e hoje se igualou ao maior campeão da história. Com algum requinte de crueldade, o momento mais emblemático da prova aconteceu na 46ª das 58 voltas. Após o terceiro erro seguido na mesma Curva 1, Bottas, o único que em tese poderia pelo menos adiar a festa do título, levou uma volta justamente de Hamilton. O inglês ainda se deu ao trabalho de, mesmo no asfalto escorregadio, tirar uma das mãos do volante e questionar os movimentos do companheiro de equipe. Só mesmo alguém com muita frieza e habilidade poderia se dar a esse luxo.

A corrida não foi perfeita para o heptacampeão Hamilton. A começar que foi facilmente batido na classificação pelas duas Racing Point e pelas duas Red Bull, já que além de Verstappen, Alex Albon ainda fez um melhor tempo. Até mesmo Daniel Ricciardo, de Renault, largou na frente do sexto colocado, que chegou a frequentar a sétima posição antes de se recuperar, ultrapassar Pérez na 37ª volta e só aí ver a real possibilidade de subir ao lugar mais alto do pódio. Algo que nem precisaria. Bottas, o único concorrente, rodou na primeira curva, da primeira volta, e jogou fora suas chances logo de cara. No final, o finlandês ainda serviu de cobaia para ver se os pneus do companheiro aguentariam até a bandeira quadriculada. Aguentaram apesar de chegarem praticamente ‘carecas’, sem os sulcos.

Lewis Hamilton, Sebastian Vettel, hepta, GP da Turquia 2020,
Vettel, que já travou batalhas com Hamilton, tratou de cumprimentar o amigo (Foto: Reprodução/Twitter/@F1)

“Sonhe o impossível e fale com ele”, registrou Hamilton para a história, ao final da corrida que lhe rendeu o sétimo título mundial.

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