Proposta da Fórmula 1 no GP da Emília-Romanha era reduzir custos, mas também dar menos tempo de treino livre e assim diminuir a desvantagem das outras equipes. Hamilton venceu em Ímola, com Bottas em segundo

Um único treino livre, a classificação logo duas horas e meia depois, eventualmente corrida 1 no sábado, corrida 2 no domingo… Associações desse tipo, em geral, causam calafrios nos mais tradicionalistas do automobilismo. A Fórmula 1, no entanto, decidiu ter no GP da Emília-Romanha os primeiros sopros de ideias que podem vir a pintar no calendário nos próximos anos. Ainda assim, se o objetivo era só dificultar a vida da Mercedes com um falso equilíbrio entre as equipes, o fim de semana curto deu errado. 

A Mercedes deixou o autódromo de Ímola, em San Marino, na Itália, com o seu sétimo título seguido do Mundial de Construtores. Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, claro, trataram de comandar a festa após as 63 voltas, seguidos por Daniel Ricciardo, da Renault, no pódio. O time preto/prateado somou 479 pontos, incríveis 253 a mais que a segunda colocada Red Bull e não pode mais ser alcançado nas quatro etapas restantes.

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Com o calendário modificado pela pandemia do novo coronavírus, a F1 correu para encontrar pistas nos países em que acreditava que não sofreriam uma segunda onda de contágio. Além de testar esquecidos circuitos bem diante dos olhos do mundo, aproveitou para também por em prática o antigo plano de novos formatos. O inegável plano é de, em breve, ter até 25 corridas no campeonato, ganhando mais e gastando menos.

A matemática é simples: um dia a menos de compromissos oficiais no autódromo, evidentemente baratearia os custos em todos os lados, das equipes aos fornecedores; soma-se a isso, mais locais para que possa arrecadar dinheiro com o caro aluguel anual para receber a corrida — no ano passado, a ‘promoter fee’ exigida pelo Liberty Media girava em torno de US$ 35 milhões, com exceções para mais e para menos de acordo com a tradição e da riqueza da cidade disponível a receber a prova.

Normalmente, a quinta-feira de um fim de semana de corrida é reservada somente para as caminhadas na pista e as entrevistas. Na sexta, acontecem a primeira e a segunda sessão de treinos livres. No sábado, há a terceira e última atividade de prática e aí o classificatório. Só no domingo, depois de muita borracha de pneu gasta e muita gasolina queimada (sem falar em diárias de hotel e pessoal), é que acontece a corrida. Para o GP da Emília-Romanha, o fim de semana foi curto, com os compromissos da quinta acontecendo na sexta. Por isso, o sábado com treino livre e tomada de tempo.

GP da Emília-Romanha 2020,
Circuito de Ímola provou que pode oferecer boa corrida em um calendário ampliado da F1 (Foto: Reprodução/Twitter/@F1)

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Mas, à parte o lado da grana, no lado técnico, a expectativa nem tão velada assim era de maior equilíbrio entre as equipes. Para os organizadores, sem os dois primeiros longos treinos de uma hora e meia e o último, também de mesmo período, os carros poderiam andar mais próximos e a corrida até reservar mais surpresas. Isso sem falar em possíveis erros de pilotos que, só em teoria, não teriam tanta prática assim. Não se tratou de um boicote propriamente à Mercedes, mas uma tentativa de nivelar por baixo quem não pode atingir por incapacidade profissional e/ou financeira o mesmo patamar. 

A equipe de Toto Wolff não só ganhou de novo (a 11ª das 13 provas disputadas), é bem verdade que a Red Bull andou bem no treino livre, como ganhará mais em quanto mais provas tiverem no ano. O título conquistado tão antecipadamente em 2020 já permite a fábrica em Brackley, em South Northamptonshire, na Inglaterra, já pensar o carro do próximo ano. Se quiser verdadeiramente um equilíbrio nesse sentido, ele só acontecerá em 2022. Aí sim, com um regulamento esportivo, técnico e financeiro alterado, alguma coisa de diferente será vista.

GP da Emília-Romanha 2020, Hamilton, Wolff, Bottas, 7º título Construtores Mercedes,
Mercedes, de Hamilton, Wolff e Bottas, venceu 11 das 13 corridas disputadas até aqui (Foto: reprodução/Twitter/@MercedesAMGF1)

Do contrário, se persistir ideias como o teste em San Marino, será visto apenas um novo festival de voltas deletadas porque pilotos excederam o limite da pista, que inclusive foi modificado na curva 9 durante o fim de semana. Bottas, por exemplo, deu 47 voltas em um só treino, ou seja, 75% da corrida. Essa situação de um treino livre apenas repete o que aconteceu no GP de Eifel, em Nurburgring, mas ali as condições climáticas atrapalharam o decorrer das atividades.

Introduzidos adequadamente ao calendário, os GPs da Toscana (Mugello), de Eifel (Nurburgring), de Portugal (Algarve) e agora o da Emília-Romanha (Ímola), assim como pode vir a ser o da Turquia (Istambul), na semana que vem, podem oferecer boas corridas à F1. A montanha russa que se mostrou o circuito no Algarve foi bastante elogiada pelos pilotos, que também elogiaram estar no meio do parque Acqua Mineralle para a corrida desse fim de semana curto. A impressão que se deu é que as pistas já deram mais certo que o formato. Enquanto isso, a Mercedes continuará vencendo corridas.

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