Piloto estava preparado para comentar GP de Eifel para uma TV alemã quando foi chamado pela Racing Point para assumir a vaga de um indisposto Stroll. Sem nenhuma volta de treino livre ficou com última colocação no grid e levantou debate sobre a efetividade do piloto reserva

Treinos livres cancelados pelo mau tempo, tudo bem… Podem, e é até melhor, que não aconteçam devido à segurança dos pilotos. Mas daí alguém, que estava escalado para ser comentarista de TV, assumir neste sábado (10) uma vaga para disputar o GP de Eifel é um tanto mais difícil de aceitar se olhado com mais profundidade. A ligação da Racing Point para Nico Hülkenberg substituir Lance Stroll a quatro horas do treino classificatório para a corrida depõe contra a categoria. O episódio pode ser uma bonita história para os netos lá na frente, mas reforça a impressão de que hoje qualquer um pode guiar um F1. 

A largada para a 11ª das 17 corridas previstas no calendário modificado pelo coronavírus acontece neste domingo, às 9h10 (de Brasília), com tempo real e ao vivo do GRANDE PRÊMIO. Valtteri Bottas cravou a pole-position (1min25s269), seguido por Lewis Hamilton (+0s256) e Max Verstappen (+0s293).

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A chuva insistente e a densa neblina, conhecidas da cidade de Nürburg para essa época do ano, cancelaram as atividades da última sexta-feira. Com a impossibilidade de voo do helicóptero médico, os treinos livres 1 e 2 não puderam ser realizados. Na manhã seguinte, neste sábado, o sol apareceu e permitiu a realização da fundamental atividade que antecede à classificação. Mas foi justamente sob essas condições climáticas que uma nova confusão começou em um ano que parece todo fora do lugar.

Stroll “não se sentiu 100% bem nesta manhã, e a equipe tomou a decisão de não seguir com ele para o restante da etapa”, limitou-se a dizer a Racing Point em comunicado. O nome de Stoffel Vandoorne, reserva de Lewis Hamilton e Valtteri Bottas na Mercedes, foi cogitado por veículos de imprensa no paddock, mas prevaleceu a opção pelo piloto que justamente havia substituído Sergio Pérez, em Silverstone, nos GPs da Inglaterra e dos 70 anos da F1, em agosto. O mexicano havia sido diagnosticado com a Covid-19.

Nico Hülkenberg, Racing Point, GP de Eifel 2020,
Hülkenberg ficou com 20º tempo para GP de Eifel de F1 (Foto: Reprodução/Twitter/@RacingPointF1)

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Sem ritmo de corrida e sem nem capacete próprio, com as cores e patrocinadores da equipe, Hülk saiu de Colônia, onde estava, deixou os comentários na emissora RTL e pegou pouco mais de 60 km de estrada para reassumir o cockpit do carro do time que correu por cinco temporadas, entre 2011 e 2016, quando a esquadra ainda se chamava Force India. Com 40 minutos de conversas com os engenheiros, evidentemente, nada de muito fantástico poderia ser feito. O alemão não deu uma volta sequer no TL3 e já foi para a classificação.

Se nada de extraordinário poderia ser feito, então não é mesmo qualquer um que pode guiar um F1, certo? Realmente não é qualquer um, sem dúvida, e o dono do #27 (ah, deu tempo da equipe estampar o número no carro de Stroll) ficou com a 20ª e última posição a 0s469 para o 16º colocado, Romain Grosjean, com a Haas. Ou seja, Nico não fez feio. Stroll, indisposto, também não poderia bancar o herói e “lutar contra a natureza”. Mas a questão mesmo é com a organização da F1. Lá atrás, o CEO Chase Carey havia dito que os pilotos reservas estariam disponíveis em casos de Covid e mesmo de uma inesperada “intoxicação alimentar”.

Hülkenberg exibiu orgulhoso a carteirinha de piloto Racing Point nas redes sociais (Foto: Reprodução/Twitter/@HulkHulkenberg)

Atualmente, é mais comum que, por questões de logística, as equipes carreguem os pilotos reservas apenas em provas fora da Europa. É bem verdade que, dada a limitação de testes, o trabalho deles aparece pouco e só mesmo o maior fã de automobilismo conhece os suplentes das equipes — para citar exemplos brasileiros, Sérgio Sette Câmara e Pietro Fittipaldi acompanham respectivamente a AlphaTauri e a Haas. 

Não há duvida que, alguém que conhecesse melhor o carro, tivesse guiado por mais vezes, participasse das reuniões prévias poderia fazer melhor. Quem sabe até se mostrar para a equipe e brigar por uma vaga com os titulares. Nada disso. Existe uma descaracterização dos times, com a imagem de que qualquer um pode sentar no carro, prender o cinto de segurança, apertar meia dúzia de botões e acelerar como no PlayStation. 

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No GP da Inglaterra, Hülkenberg não conseguiu sequer largar devido a um parafuso quebrado na embreagem da Racing Point. No outro fim de semana, o alemão conseguiu partir da terceira posição e terminar a prova em sétimo, só uma posição atrás de Stroll.

Apesar do circo criado, a F1 real não é a mesma das que os amantes da categoria eventualmente jogam no videogame. Preterido por Hülk, aliás, Vandoorne passará o fim de semana de bobeira, jogando Call of Duty, como ele próprio postou nas redes sociais.

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