Com pista seca e sem quebras, o GP da Estíria mostra de forma mais clara o equilíbrio de forças de 2020 na Fórmula 1

Lewis Hamilton voltou aos seus tempos de “Sunday driver”, de piloto de domingo. De forma fácil e tranquila, o inglês venceu o primeiro (e, provavelmente, o único) GP da Estíria da história, que aconteceu neste domingo (12) no Red Bull Ring, Spielberg, Áustria. Uma corrida que, de forma um pouco mais clara, revelou o equilíbrio de forças da Fórmula 1 para 2020.

Claro, a dificuldade de Hamilton foi no sábado. Com a pista molhada, a Mercedes negra número 44 teve que se impor mais na classificação – e foi pole com muita, muita sobra. Hoje, com pista seca e sem ser ameaçado pela Red Bull de Max Verstappen na largada, o inglês dirigiu com uma tranquilidade que lhe permitiu cuidar com todo amor e carinho do W11 – o que, como sabemos, em 99% das vezes vai resultar em vitória.

A verdade é que o ineditismo de tempos de pandemia e a longa pausa fizeram do GP da Áustria, na semana passada, um ponto fora da curva. Muitas quebras e incidentes (fora as duas punições ao Hamilton), que deixaram Charles Leclerc colocar a Ferrari em segundo e Lando Norris alcançar o pódio.

Hamilton e sua Mercedes na Estíria (crédito: Mercedes / Twitter)
O melhor carro com o melhor piloto: difícil imaginar que o hepta não vem (Foto: Twitter / Mercedes)

Passado tudo isso, o GP da Estíria, segunda etapa do campeonato, foi mais tranquilo. Boa parte da emoção, na realidade, foi causada pela “acomodação” das posições após a classificação molhada. As Racing Point, por exemplo, largaram lá atrás – e partiram para frente. 

A luta pelo vice

Sem erros e em igualdade de condições, fica claro que dificilmente Valtteri Bottas poderá fazer frente a Hamilton. Dentro disso, o finlandês até que fez uma interessante corrida de recuperação na perseguição a Red Bull de Max Verstappen.

Mesmo em casa, onde a equipe vai bem, os austríacos não conseguiram ter o mesmo ritmo da Mercedes. O holandês fez o máximo possível com o seu #33, mas o erro de estratégia da Red Bull comprometeu. Parando mais cedo e com pneus mais gastos no fim, Max não pode fazer frente a Valtteri. Uma boa disputa no final da corrida, com vantagem para o finlandês. 

Red Bull de Max Verstappen no GP da Estíria (crédito: Twitter / Red Bull Racing)
Depois de dois anos com vitória em casa, a Red Bull se viu superada pela Mercedes nas duas provas em Spielberg de 2020 (foto: Twitter / Red Bull Racing)

Claro, cada pista é diferente da outra – e o travado GP da Hungria, em Hungaroring já no próximo fim de semana, pode mudar as coisas -, mas parece que os dois terão apenas uma interessante luta pelo vice. Verstappen andando mais que o carro, Bottas andando (quase sempre) menos que o companheiro. 

Até porque, se Hamilton não tiver grandes problemas com o carro (ou maiores erros como os da semana passada em uma temporada de tiro mais curto), o heptacampeonato já é dele. Ainda que Bottas continue liderando o campeonato neste momento, sabemos que isso é circunstancial.

A F1B

Entre os construtores, a maior briga que se vai se consolidando é entre McLaren e Racing Point na luta pelo título de campeão do resto, da Fórmula 1 B.

Lando Norris e Carlos Sainz se deram melhor na pista molhada de sábado, enquanto as Mercedes cor-de-rosa se deram mal naquelas condições e tiveram que remar mais no domingo. Tudo isso resultou em uma boa disputa entre eles, principalmente na parte final do GP.

No final, Lando Norris (que tinha largado em nono por causa de uma penalização) ultrapassou as duas Racing Point na última volta, finalizando a prova em quinto. Ótimo resultado para o britânico, que, assim como Sainz, parece estar tirando tudo que é possível dos carros laranjas. 

Não é por menos que, neste momento, a equipe inglesa é a segunda no Mundial de Construtores, com 39 pontos contra incríveis 80 da Mercedes.

Já a Racing Point tem um grande carro, cópia da Mercedes de 2019, mas parece perder em relação à McLaren na peça mais importante: aquela que segura o volante. Ok, Sergio Perez é um bom piloto, largou em 17º e chegou em sexto neste domingo, mas Lance Stroll… Bom, por mais que faça algo, continuará tendo a sombra de ser o filho do dono.

Quem mostrou que pode, dependendo das circunstâncias, se meter ali é Daniel Ricciardo. O australiano soube aproveitar as brechas para colocar a Renault na oitava posição, mas isso ainda é muito pouco para o potencial dele – e já vimos que a equipe não está muito preocupada em ajudá-lo, também. Vai dormir hoje sonhando em vestir laranja e azul, o que acontecerá em 2021… 

E a Ferrari?

O GP da Estíria mostrou que o segundo lugar de Charles Leclerc na semana passada foi um tiro de sorte. A realidade é que o carro não é bom nem mesmo para andar na chuva, como vimos ontem. O motor Ferrari andou para trás, com resultados ruins para todos os times que usam.

Acidente Ferrari GP da Estíria (crédito: Twitter / @F1)
O momento da batida entre as Ferrari, na visão de Kimi Räikkönen (Foto: Twitter / @F1)

Para piorar, o monegasco claramente sentiu a pressão, foi muito agressivo e tirou ele e Sebastian Vettel da corrida. Ficaram nos dois últimos lugares da classificação final deste domingo. Se 2020 é para todos nós esquecermos, a situação é ainda pior para os italianos. 

Na prática, agora é hora de tentar conter os danos para não ter uma temporada de maiores vexames na classificação final do mundial – afinal, a equipe está em quinto lugar no momento, atrás de Mercedes, McLaren, Red Bull e Racing Point. 

Muito pouco para um time com tanta história. 

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