Falta pouco para o começo da temporada da Fórmula E. Com isso, é hora das já tradicionais fichas com cada equipe e cada piloto do grid de 2021

Techeetah (Foto: Fórmula E)

DS TECHEETAH

Melhor resultado: campeã (2018/19 e 2019/20)
Vitórias: 12
Poles: 11
Pódios: 31
Em 2019/20: campeã

Nada mais natural que a equipe franco-chinesa, fruto da parceria de um conglomerado midiático chinês com a DS Citroën, surja como favorita para o princípio da temporada 2020/21. Afinal, é quem comandou as ações da Era Gen2 na Fórmula E e não tem mudanças significativas. Num ano em que se gasta menos, a equipe leva seu conjunto fortíssimo para nova jornada rumo ao título.

Aliás, por falar em título, são cinco nos últimos três anos: três de Pilotos, dois de Equipes. Nos quadros, o atual campeão António Félix da Costa – que, de olho na Indy, talvez nem tenha vida tão longa na categoria – e o bicampeão Jean-Éric Vergne. Difícil derrotá-los.

Antonio Felix da Costa (Foto: Fórmula E)

António Félix da Costa #13

31 de agosto de 1991 (29 anos), Lisboa, Portugal
65 ePs
5 vitórias
4 poles
11 pódio
Na última temporada: campeão
Melhor resultado na FE: campeão (19/20)

Qualquer dúvida que pudesse existir a respeito da dificuldade de superar Vergne já foi dissipada. Da Costa encaixou como uma luva na Techeetah, alcançando o raro feito de encaixar três vitórias seguidas na Fórmula E e, em cima disso, ser campeão com corridas de antecedência.

A missão para 2021 não é busca um novo patamar, mas sim seguir no atual. Se o fizer, será tremendo. Isso implicaria não só em uma conquista pessoal, com bicampeonato e nova vitória sobre Vergne, mas também em uma consolidação da Techeetah como equipe dominante no grid da Fórmula E.

Jean-Eric Vergne (Foto: Fórmula E)

Jean-Éric Vergne #25

25 de abril de 1990 (30 anos), Pontoise, França
67 ePs
9 vitórias
11 poles
22 pódios
Na última temporada: 3° colocado
Melhor resultado na FE: campeão (17/18, 18/19)

O único bicampeão da Fórmula E começa 2021 com missão clara: colocar ordem no galinheiro. Vergne foi surpreendido por Da Costa ano passado e não teve resposta ao domínio português na maratona de corridas em Berlim. Assumindo que a Techeetah ainda será a equipe a ser batida, não é exagero algum imaginar que uma vitória na disputa interna é meio caminho andado para ser campeão.

Existe pressão, mas o currículo de Vergne mostra que há motivos para crer em uma volta por cima. O francês está no grid desde a temporada inaugural e tem algumas das melhores estatísticas de vitórias, poles e pontos. Apontar que um 2020 que rendeu terceiro lugar na classificação final foi um resultado ruim diz muito sobre o alto nível imposto pelo ex-F1.

Nissan (Foto: Fórmula E)

NISSAN

Melhor resultado: campeã (2014/15, 2015/16, 2016/17)
Vitórias: 17
Poles: 19
Pódios: 37
Em 2019/20: vice-campeã

Nas duas últimas temporadas, a Nissan deu as caras para superar as rivais que ainda estavam ao alcance na briga pelas primeiras colocações do campeonato. Bom, mas não ótimo, porque o título estava longe. Do que o time franco-japonês precisa agora? Aparecer para bailar desde a estreia. Se conseguir oferecer o desafio que só costuma surgir mais tarde, briga por título.

O conjunto é bom. Sébastien Buemi é o maior vencedor de corridas da categoria na história e Oliver Rowland venceu a primeira no fim do ano passado, coroando uma sequência em que se colocou ao nível do companheiro. A mudança do dual motor, banido ano passado, ficou no passado e, assim, o trem de força já é bem conhecido por todos os envolvidos. Hora de dar um passo adiante.

Oliver Rowland (Foto: Fórmula E)

Oliver Rowland #22

10 de agosto de 1992 (28 anos), Barnsley, Reino Unido
25 ePs
1 vitória
4 poles
3 pódios
Na última temporada: 5° colocado
Melhor resultado na FE: 5° colocado (2019/20)

Sem muita grife, Rowland ainda não virou alguém marcante na Fórmula E. O britânico é veloz e já venceu corrida, sendo particularmente bom também em volta rápida. Mas cadê o próximo passo na evolução na Fórmula E? É isso que Oliver precisa buscar em 2021.

Rowland é mais constante do que o companheiro Buemi, mas em um nível mais baixo. Explica-se: o piloto costumou brigar apenas por pontos em 2020, o que não é ruim, mas ainda não é o que se espera de um piloto da Nissan na FE. Atuações como a da penúltima corrida do ano, com pole e vitória, precisam vir com frequência para finalmente trazer o respeito desejado.

Sebastien Buemi (Foto: Fórmula E)

Sébastien Buemi #23

31 de outubro de 1988 (32 anos), Aigle, Suíça
67 ePs
13 vitórias
14 poles
29 pódios
Na última temporada: 4° colocado
Melhor resultado na FE: campeão (15/16)

Os dias de piloto a ser batido na Fórmula E já estão no passado, mas Buemi ainda é um protagonista no grid. O suíço voltou a ser bastante veloz em 2020, assim como já havia sido em 2019, mas seguiu sofrendo com falta de regularidade para brigar de verdade por título. E é isso que falta arrumar para 2021.

Assumindo que a Nissan siga em boa forma na nova temporada, Buemi vai ter de torcer por um pouco de sorte. Se o campeonato ficar bagunçado, sem ninguém disparando, certamente estará na briga. Joga a favor o fato de o suíço ter em Rowland um companheiro não tão intimidador.

Mercedes (Foto: Fórmula E)

MERCEDES

Melhor resultado: 3º lugar (2019/20)
Vitórias: 1
Poles: 2
Pódios: 5
Em 2019/20: 3ª

Após uma estreia bastante consistente e dois pilotos que se mostraram em alto nível, a Mercedes entra com a expectativa de lutar pelo título. Nada menos que isso para a fábrica que melhor está representada no mundo do automobilismo atualmente.

O fim do campeonato passado não podia ser melhor: vitória de Stoffel Vandoorne, a primeira na Fórmula E, e pódio de Nyck de Vries, que encerrou em alta o que também foi sua primeira temporada com estes bólidos elétricos. O vice-campeonato de Pilotos para Vandoorne deu o tom do que a Mercedes pretende: título.

Stoffel Vandoorne (Foto: Fórmula E)

Stoffel Vandoorne #5

26 de março de 1992 (28 anos), Kortrijk, Bélgica
24 ePs
1 vitórias
2 poles
4 pódios
Na última temporada: 2º colocado
Melhor resultado: 2° colocado (19/20)

Passou a temporada passada sem chamar muita atenção, mas foi vice-campeão mesmo assim. Vandoorne tem essa virtude: o belga erra pouco e traz pontos numa frequência boa, já sendo claramente um piloto mais promissor do que o companheiro Nyck de Vries. Tudo muito bom, mas seria melhor ainda dar um novo passo adiante em 2021.

Talvez seja pedir demais falar em título de Vandoorne esse ano, mas o potencial existe. Basta o campeonato ser mais parelho que o de 2019/20 que o belga tem tudo para estar no pelotão dianteiro. Tudo isso impulsionado por uma Mercedes que está se encontrando rapidamente na FE.

Nyck De Vries (Foto: Fórmula E)

Nyck de Vries #17

6 de fevereiro de 1995 (25 anos), Sneek, Holanda
11 ePs
0 vitórias
0 poles
1 pódios
Na última temporada: 11º colocado
Melhor resultado: 11° colocado (19/20)

Esteve longe de ser uma estrela na temporada passada, mas Nyck de Vries fez um trabalho digno. Corridas fortes, incluindo um pódio na última corrida de 2019/20 indicaram velocidade, ainda atrapalhada pela falta de regularidade.

De Vries vem para 2021 precisando focar em seu próprio trabalho, evitando a pressão causada pelo empolgante Stoffel Vandoorne. Ninguém gosta de ser superado pelo companheiro de equipe, mas não é o fim do mundo para Nyck. Saber controlar expectativas vai ser uma necessidade.

Virgin (Foto: Fórmula E)

VIRGIN

Melhor resultado: 3º (2015/15, 2017/18, 2018/19)
Vitórias: 11
Poles: 7
Pódios: 29
Em 2019/20: 4ª

O fato de ter vencido a abertura da temporada que passou, deu à Virgin e ao público a sensação de que a equipe da marca de Richard Branson tinha condições de duelar com fábricas maiores pelo título. Logo ficou claro, porém, que não. Sem manter o ritmo, caiu para longe.

Agora, tem uma mudança-chave: a saída de Sam Bird. Único piloto a vencer ao menos uma corrida em todas as temporadas – sempre com a Virgin. Mas Bird foi para a Jaguar, ao passo que Robin Frijns passa a ter companhia de Nick Cassidy, reserva de longa data do time, mas estreante em eventos oficiais. É difícil imaginar a Virgin brigando pelo título, mas a quarta colocação, uma vitória e alguns pódios pintam como o máximo que dá para oferecer.

Robin Frijns (Foto: Fórmula E)

Robert Frijns #4

7 de agosto de 1991 (29 anos), Maastricht, Holanda
45 ePs
2 vitórias
0 poles
7 pódios
Na última temporada: 4º colocado
Melhor resultado: 12º colocado (18/19)

Depois de vencer duas corridas em 2018/19 e superar o então companheiro Sam Bird, Robin Frijns virou um nome em ascensão na Fórmula E. Isso até murchar na temporada seguinte, caindo de quarto para 12° no campeonato. Assim, a pergunta de 2021 é simples: qual dessas versões de Frijns é a verdadeira?

Frijns já não tem mais Bird como companheiro e pode ser visto como o líder da Virgin. Isso parece bom em primeira análise, mas é uma pressão extra que ainda não fora enfrentada anteriormente. Se o holandês superar o desafio, pode correr por fora na briga pelo título.

Nick Cassidy (Foto: Fórmula E)

Nick Cassidy #37

19 de agosto de 1994 (26 anos), Auckland, Nova Zelândia
Estreante

Nem todo mundo conhece Nick Cassidy, mas quem acompanhou a Super Formula nos últimos tempos tem motivos para se empolgar. O neozelandês finalmente ganhou oportunidade em uma categoria verdadeiramente de ponta e chega logo em uma equipe com potencial de lutar por vitórias.

O aprendizado na FE nem sempre é fácil, mas Cassidy é o tipo de cara que pode tirar o desafio de letras. Ainda mais já tendo experiência em monopostos. Se souber controlar expectativas e não for com muita sede ao pote, tem boas chances de ser a grande surpresa do ano.

Jake Dennis (Foto: Fórmula E)

BMW

Melhor resultado: 5º lugar (2018/19)
Vitórias: 4
Poles: 4
Pódios: 14
Em 2019/20: 5ª

Se dá para dizer que alguém foi uma grande decepção na temporada 2019/20 da Fórmula E, não resta dúvida: foi a BMW. No segundo ano enquanto equipe de fábrica e após dominar as ações num primeiro momento, caiu para trás de maneira difícil de acreditar. Na jornada sêxtupla de Berlim, ficou zerada de pontos em quatro das seis provas.

Para 2021, Maximilian Günther foi mantido e Jake Dennis substitui Alexander Sims, mas não é sequer a notícia mais relevante: a fábrica anunciou que deixa a categoria ao fim da temporada. Com isso em vista, difícil prever como irá trabalhar e o que preferirá não investir. Após fechar o ano que deveria ser do título em sexto, a BMW até tende a ser melhor que isso, mas entra na temporada causando desânimo público.

Maximilian Gunther (Foto: Fórmula E)

Maximilian Günther #28

2 de julho de 1997 (23 anos), Oberstdorf, Alemanha
21 ePs
2 vitórias
0 poles
3 pódios
Na última temporada: 9º colocado
Melhor resultado: 9º colocado (19/20)

Pouco se fala, mas Günther vai fazendo um trabalho digno na Fórmula E. Um dos pilotos mais jovens da categoria, foi contratado como uma aposta interessante da BMW na temporada passada. Ainda estava aprendendo, mas mandou bem e fez mais pontos do que o então companheiro Alexander Sims.

Foi um bom cartão de visitas à equipe bávara. Günther agora tem uma base boa para trabalhar em 2021, impulsionado por duas vitórias. Falta apenas ser menos 8 ou 80 – os únicos pontos em 2020 foram com visitas ao pódio. Se pontuar melhor, tem plenas condições de voar mais alto. Pena que a BMW deixa a FE ao fim do campeonato…

Jake Dennis (Foto: Fórmula E)

Jake Dennis #27

16 de junho de 1995 (25 anos), Nuneaton, Reino Unido
Estreante

Dennis abre 2021 como um dos raros pilotos do grid sem um único eP no currículo. O piloto chega como solução para a saída de Sims, que decepcionou e foi para a Mahindra. Mas há como um completo novato fazer um trabalho melhor?

É uma grande incógnita, mas que pode render bons frutos para Dennis. Talvez até mesmo usando o companheiro Günther, jovem e veloz, como referência. Chega apenas para a temporada final da BMW, mas podendo transformar 2021 em trampolim para um futuro sólido na FE.

Audi (Foto: Fórmula E)

AUDI

Melhor resultado: campeã (2017/18)
Vitórias: 12
Poles: 6
Pódios: 43
Em 2019/20: 6ª

Além da BMW, a Audi é outra que deixa a categoria como equipe de fábrica no ano que vem – mas pretende se manter fornecedora de trens de força, o que indica a continuidade do interesse por investir em competitividade. A questão é que a Audi da última temporada nem de perto era tão forte quanto a dos primeiros anos de categoria. Virar essa página com tantas outras rivais é um trabalho e tanto.

Lucas Di Grassi segue sendo um dos pilotos, mas René Rast foi promovido à titularidade após servir de inteiro na sequência da demissão de Daniel Abt. A dupla, como um todo, é mais forte. Resta saber o carro.

Lucas Di Grassi (Foto: Fórmula E)

Lucas Di Grassi #11

11 de agosto de 1984 (36 anos), São Paulo, Brasil
69 ePs
10 vitórias
3 poles
33 pódios
Na última temporada: 6º colocado
Melhor resultado: campeão (16/17)

Pensou em Fórmula E, pensou em Lucas Di Grassi. O brasileiro está na categoria desde o começo, sendo campeão e empilhando pódios. Na temporada passada, entretanto, a história foi outra: a Audi perdeu terreno e Di Grassi não conseguiu brilhar tanto.

Um ano depois, a missão é simples: entender o que houve de errado e corrigir. A concorrência se tornou pesada, tanto da parte das equipes rivais quanto do companheiro René Rast. Se Lucas melhorar em treinos classificatórios, problema nítido em 2020, já será um bom primeiro passo para apagar memórias ruins do passado recente.

Rene Rast (Foto: Fórmula E)

René Rast #33

26 de outubro de 1986 (36 anos), Minden, Alemanha
7 ePs
0 vitórias
0 poles
1 pódio
Na última temporada: 15º colocado
Melhor resultado: 15° colocado (19/20)

Caiu de paraquedas na FE após a demissão de Daniel Abt em 2020, mas não passou vergonha. Muito pelo contrário: René Rast pareceu se encaixar como uma luva na FE, pontuando em três dos seis ePs em Berlim e fazendo pódio. Não por acaso, convenceu a Audi de que merecia uma oportunidade definitiva em 2021.

Rast aparenta ser o primeiro companheiro realmente capaz de desafiar Di Grassi, dado que Abt tinha apenas brilharecos ocasionais. O veterano não tem muito a perder, dado que é tricampeão do DTM e apenas tenta algo diferente na carreira. Só que entra para brigar para valer, quem sabe trazendo o empurrão necessário para a Audi voltar a se destacar no Campeonato de Equipes.

Jaguar (Foto: Fórmula E)

JAGUAR

Melhor resultado: 6º (2017/18)
Vitórias: 2
Poles: 2
Pódios: 6
Em 2019/20: 7ª

Mitch Evans chegou a liderar a temporada passada e, em dado momento, era colocado no primeiro time de favoritos ao campeonato, mas tudo caiu por terra quando a Fórmula E chegou a Berlim. Nenhuma outra fábrica investiu mais interesse no automobilismo elétrico nos últimos anos que a Jaguar, que segue com o título nos planos.

Em 2021, pela primeira vez, terá uma dupla forte. Tentou que fosse assim quando contratou Nelsinho Piquet, mas não funcionou; quis Romain Grosjean para o ano passado, mas perdeu a competição para a Haas. Assinou com James Calado porque foi o que deu, mas Sam Bird nesta jornada para fazer dupla com Mitch Evans. Ao menos na classificação do campeonato de Equipes tende a fazer muita diferença.

Sam Bird (Foto: Fórmula E)

Sam Bird #10

9 de janeiro de 1987 (34 anos), Roehampton, Reino Unido
69 ePs
9 vitórias
5 poles
19 pódios
Na última temporada: 10º colocado
Melhor resultado: 3º colocado (17/18)

Depois de anos de estagnação na Virgin, Bird resolveu apostar em uma mudança de rumos em 2021. O britânico assinou com a Jaguar, equipe que sofre para crescer na Fórmula E, mesmo com investimento de montadora. É a decisão correta?

Talvez não seja, mas Bird tem na mudança de ares a chance de revigorar uma carreira empacada. Mitch Evans representa um grande desafio, tendo devorado seus companheiros de equipe até aqui. Além disso, tem na sua inconstância e na da própria Jaguar desafios temerários. É hora de usar a experiência a favor para dar a volta por cima.

Mitch Evans (Foto: Fórmula E)

Mitch Evans #20

24 de junho de 1994 (26 anos), Auckland, Nova Zelândia
48 ePs
2 vitórias
2 poles
6 pódios
Na última temporada: 7º colocado
Melhor resultado: 5º (18/19)

Evans representa um caso nítido de piloto que é veloz, mas que ainda não tem muitos resultados para evidenciar isso. As duas vitórias na Fórmula E merecem aplausos, mas ainda não representam muito para alguém que ainda não brigou para valer por um título.

2021 é, de certa forma, um ano decisivo. Se a Jaguar voltar a ir mal como foi nas seis corridas em Berlim, Evans terá motivos de sobra para começar a se incomodar. Além disso, tem em Bird um companheiro de equipe mais perigoso do que em anos anteriores. Com tudo isso na equação, é um ano de vai ou racha.

Porsche (Foto: Fórmula E)

PORSCHE

Melhor resultado: 8º (2019/20)
Vitórias: 0
Poles: 2
Pódios: 0
Em 2019/20: 8ª

Toda a estrutura da Porsche estreou mesmo na temporada 2019/20 – a Mercedes havia entrado, pelo menos para aprender, ainda um ano antes, como HWA – e o desempenho foi mesmo de iniciante. Mas nada vergonhoso: com André Lotterer, fez dois pódios, um deles na estreia e mostrou que é opção viável na categoria.

Para 2021, trouxe Pascal Wehrlein para render um Neel Jani que quase nada ajudou em relação à pontuação. Caso consiga dar um passo à frente, a Porsche tem dupla de pilotos mais que suficiente para começar a lutar por pódios a cada corrida e vitórias eventuais.

Andre Lotterer (Foto: Fórmula E)

André Lotterer #36

19 de novembro de 1981 (39 anos), Duisburg, Alemanha
36 ePs
0 vitórias
2 poles
6 pódios
Na última temporada: 8º colocado
Melhor resultado: 8º (17/18, 18/19, 19/20)

Como bons vinhos, Lotterer envelhece muito bem. Em vias de virar um quarentão, o alemão ainda tem gás para ser o protagonista em uma equipe de fábrica com o pedigree da Porsche. Com capacidade de resultados bem menor do que nos dias de Techeetah, o piloto foi responsável quase solo por um começo digno da passagem da montadora pela Fórmula E. E a expectativa ainda é alta para 2021.

Lotterer não deve ser mais a esperança única de pontos, já que o decepcionante Neel Jani foi trocado por Pascal Wehrlein, mas ainda há de ser o primeiro piloto. A grande dúvida é se isso implica em seguir lutando por pódios ou se dá para beliscar a primeira vitória na FE.

Pascal Wehrlein (Foto: Fórmula E)

Pascal Wehrlein #94

18 de dezembro de 1994 (26 anos), Sigmaringen, Alemanha
17 ePs
0 vitórias
1 pole
1 pódio
Na última temporada: 12º colocado
Melhor resultado: 18º (18/19)

Tão logo caiu a ficha de que a Mahindra não seria mais uma equipe de ponta, Wehrlein começou a se assanhar com o projeto da Porsche. Esse foi o motivo para a saída conturbada do alemão da equipe indiana, ainda no meio da temporada passada. O ex-F1, que ainda não engrenou na categoria elétrica, fica em uma posição melhor para voar mais alto. Vai dar certo?

O maior obstáculo de Wehrlein é, sem dúvidas, Lotterer. O alemão já está adaptado e tem mais experiência na FE. Para Pascal, se estiver interessado em um envolvimento de longo prazo com a Porsche, talvez seja o momento de se adaptar aos poucos antes de de fato virar o protagonista na escuderia.

Mahindra (Foto: Fórmula E)

MAHINDRA

Melhor resultado: 3º (2016/17)
Vitórias: 4
Poles: 7
Pódios: 18
Em 2019/20: 9ª

Há dois anos sem ir ao pódio, foi-se o tempo em que a Mahindra entrava nas temporadas pensando em beliscar pontos e, caso desse tudo certo, brigar por título de Pilotos. A Fórmula E ficou cara demais, mas o preço está baixando. A Mahindra tem condições de voltar a momentos mais importantes nos próximos anos, mas para isso tem de resistir agora.

A dupla de pilotos perdeu em qualidade com a aposentadoria de Jérôme D’Ambrosio e Pascal Wehrlein, mas conseguiu manter pilotos experientes ao assinar com Alexander Sims e Alex Lynn. O objetivo lógico é se consolidar como equipe de importância do meio do pelotão, sem cair para as últimas colocações que chegou a frequentar em dado momento no ano passado.

Alexander Sims (Foto: Fórmula E)

Alexander Sims #29

15 de março de 1988 (32 anos), Londres, Reino Unidos
24 ePs
1 vitória
3 poles
2 pódio
Na última temporada: 13º colocado
Melhor resultado: 13º (18/19, 19/20)

Sims parecia capaz de engrenar um bom 2020 após vencer a primeira corrida, mas passou o resto do ano caindo pelas tabelas até terminar em 13°. Uma mudança de ares era necessária, com a saída da BMW levando à ida para a Mahindra. O objetivo de 2021 não poderia ser outro: recuperar a moral.

O problema de Sims é que a Mahindra dá sinais de andar para trás, e está certamente um patamar abaixo da BMW. Ainda assim, o britânico é bom o suficiente para fazer um trabalho digno no pelotão intermediário e dar uma acalmada nas críticas.

Alex Lynn (Foto: Fórmula E)

Alex Lynn #94

17 de setembro de 1993 (27 anos), Goodmayes, Reino Unidos
27 ePs
0 vitórias
1 pole
0 pódios
Na última temporada: 17º colocado
Melhor resultado: 16º (17/18)

Lynn já recebeu mais de uma oportunidade na Fórmula E, mas nunca engrenou para valer. Isso tudo mudou em 2020, quando a chance de substituir Pascal Wehrlein na Mahindra foi bem aproveitada: o britânico pontuou melhor que o companheiro Jérôme D’Ambrosio e convenceu os indianos a permanecer para 2021.

Lynn, assim como Sims, é alguém que precisa buscar estabilidade na FE. Uma equipe média é um bom ponto de partida, com menos pressão do que em outros lugares. Se pontuar com regularidade, dá para ganhar respeito no paddock. Talvez não dê para pedir muito mais do que isso por enquanto.

Venturi (Foto: Fórmula E)

VENTURI

Melhor resultado: 6º (2015/16)
Vitórias: 1
Poles: 0
Pódios: 5
Em 2019/20: 10ª

A Venturi agora conta com Jérôme D’Ambrosio… como chefe de equipe-adjunto. O ex-piloto passa a ser o braço-direito de Susie Wolff na tentativa de devolver a Venturi ao meio do pelotão em que esteve dois anos atrás. Sem Felipe Massa, Norman Nato será o companheiro de Edoardo Mortara.

O time monegasco deixou gosto amargo na boca quando, na expectativa de seguir o crescimento da jornada 2018/19, fracassou ano passado. O ano de 2021 dará a resposta se aquilo foi mesmo uma anormalidade ou se 2019/20 foi somente um percalço.

Edoardo Mortara (Foto: Fórmula E)

Edoardo Mortara #48

12 de janeiro de 1987 (34 anos), Genebra, Suíça
22 ePs
1 vitória
0 poles
3 pódios
Na última temporada: 14º colocado
Melhor resultado: 13º (17/18)

Tá aí um cara que, fosse mais jovem, poderia voar alto na Fórmula E. Mesmo limitado pelo equipamento da Venturi, Mortara fez um trabalho bastante digno ao longo das últimas duas temporadas, sobrando na comparação direta com o agora ex-companheiro Felipe Massa. O piloto no outro lado da garagem será outro, mas o prognóstico ainda é positivo.

Mortara tem tudo para se manter como aquele cara que pontua regularmente e traz estabilidade para a escuderia. É claro que seria bom para a Venturi ter alguém com mais brilho, mas o suíço faz um feijão com arroz no capricho. Está de bom tamanho para o pelotão médio da Fórmula E.

Norman Nato (Foto: Fórmula E)

Norman Nato #71
8 de julho de 1992 (25 anos), Cannes, França
Estreante

Tão logo Felipe Massa decidiu encerrar a passagem pela Fórmula E, a Venturi tratou de buscar um bom substituto. Terminou com Norman Nato, que é uma escolha curiosa: o que um piloto com passagem mediana pela Fórmula 2 e ainda amadurecendo no endurance pode oferecer?

Nato não tem o melhor currículo, mas tem talento para pelo menos ser lapidado. Afinal, Mortara também não tem grande currículo e foi uma boa aposta da Venturi. Se pontuar com regularidade e ir um patamar acima do de Massa em 2020, já terá convencido o paddock da FE de que merece novas oportunidades no futuro.

Dragon (Foto: Fórmula E)

DRAGON

Melhor resultado: 3º lugar (2015/16)
Vitórias: 2
Poles: 2
Pódios: 9
Em 2019/20: 11ª

O time estadunidense já deixou bem claro qual seu lugar no grid da Fórmula E ao longo dos últimos anos, isso é algo que está claro. Então não há que se esperar muito a não ser brilharecos de seus pilotos, como foi com Max Günther há dois anos. As últimas posições são praticamente certeza.

E quem são os pilotos? Nico Müller teve o contrato renovado, ao passo que Sérgio Sette Câmara chega para disputar uma temporada completa. É uma chance importante de chamar a atenção de uma equipe com mais condições que a de Jay Penske.

Nico Muller (Foto: Fórmula E)

Nico Müller #6

25 de fevereiro de 1992 (28 anos), Thun, Suíça
10 ePs
0 vitórias
0 poles
0 pódios
Na última temporada: 25º colocado
Melhor resultado: 25° colocado (19/20)

Pouca gente lembra, mas Nico Müller de fato disputou a temporada 2019/20 da FE. O suíço ficou de mãos atadas em uma Dragon cada vez mais fraca e nem sequer pontuou no ano de estreia. Em contrapartida, não errou muito.

Saber manter o carro inteiro é o primeiro passo para aproveitar aquelas corridas loucas que a FE costuma oferecer. Resta ver ser Sérgio Sette Câmara, apenas um pouco menos experiente, vai ter velocidade para empurrar Müller para fora da zona de conforto em 2021.

Sergio Sette Camara (Foto: Fórmula E)

Sérgio Sette Câmara #7

23 de maio de 1998 (22 anos), Belo Horizonte, Brasil
6 ePs
0 vitórias
0 poles
0 pódios
Na última temporada: 27º colocado
Melhor resultado: 27° colocado (19/20)

Sette Câmara foi uma grata surpresa em 2020. O brasileiro parece ter largado o assunto quando o assunto é o sonho da Fórmula 1, fazendo a transição ainda bem jovem para a Fórmula E. A série de corridas na temporada passada foi uma boa base para 2021, mas até onde o mineiro conseguirá chegar?

Joga a favor o fato de Sette Câmara seguir na Dragon para a campanha de 2021, mas é necessário aparar algumas arestas. O piloto teve dificuldades com consumo de bateria em 2020, além de ser um tanto errático. Tudo bem, a pilotagem desses carros é difícil. Só que a hora de mostrar progresso é agora, sob o risco de rumar ao ostracismo em uma das equipes mais lentas do grid.

NIO (Foto: Fórmula E)

NIO

Melhor resultado: 4º lugar (2014/15)
Vitórias: 2
Poles: 1
Pódios: 6
Em 2019/20: 12ª

A NIO tem novos donos há quase dois anos, mas eles prometeram investir em desempenho apenas neste 2021. É curioso que, apesar de ser a pior equipe do grid há bastante tempo, a NIO tem um caminho mais promissor que Dragon e Mahindra – pelo menos por enquanto. Ao menos para pontuar aqui e acolá e jamais sair zerada como no ano passado inteiro.

A dupla de pilotos tem a manutenção de Oliver Turvey, que lá está desde 2015, e o efetivado Tom Blomqvist. E dá para dizer que o anglo-sueco é o piloto mais talentoso a entrar na equipe nos últimos anos. Dependendo do que tenha nas mãos em termos de conjunto, tem condições de brigar.

Oliver Turvey (Foto: Fórmula E)

Oliver Turvey #8

1º de abril de 1987 (33 anos), Penrith, Reino Unido
58 ePs
0 vitórias
1 pole
1 pódio
Na última temporada: 24º colocado
Melhor resultado: 10º colocado (17/18)

Trata-se de um enorme mistério na FE. Turvey tem talento, mas segue preso a uma NIO que é, com sobras, a pior escuderia do grid. Será a sétima temporada na relação entre os dois, e ainda sem muita expectativa de dias melhores.

A diferença para 2021 é que Turvey terá um companheiro relativamente bom, e que pode ser um desafio um pouco maior internamente. Pensando em uma briga com rivais, será necessária uma corrida meio louca para sequer pontuar. Porque nem mesmo o formato de classificação, que privilegia o fundão do grid, bastou para conseguir pontuar na temporada passada.

Tom Blomqvist (Foto: Fórmula E)

Tom Blomqvist #88

30 de novembro de 1993 (27 anos), Cambridge, Reino Unido
8 ePs
0 vitórias
0 pole
0 pódio
Na última temporada: 26º colocado
Melhor resultado: 20º colocado (17/18)

É difícil lembrar, mas Blomqvist não é estreante na Fórmula E. O britânico, que fez carreira voltada ao turismo e ao endurance com apoio da BMW, já teve participações em duas temporadas diferentes do certame elétrico, disputando corridas ocasionais por Andretti e Jaguar. Salvo reviravoltas, fará em 2021 sua primeira temporada completa.

Não ser um completo novato é uma vantagem, mas seria uma mentira falar em ano promissor quando a equipe em questão é a NIO. Se Blomqvist superar Turvey, já será ótimo. Se pontuar, tem motivos para estourar uma garrafa de champanhe por conta própria.

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