A F1 chega ao GP 1000 de sua trajetória e é hora de perguntar: qual foi a maior corrida de toda a história? Essa é uma questão difícil de responder, mas o GRANDE PREMIUM fez uma lista das melhores dos últimos tempos na visão dos jornalistas da casa

 

Qual é a maior corrida da Fórmula 1? A maior das categorias vai disputar na China, neste fim de semana, o GP 1000 de sua trajetória de quase 70 anos de esporte. Muita história, portanto, muitos personagens, campeonatos, mudanças de regulamento e polêmica. Por isso, é incrivelmente difícil determinar qual das 999 provas foi a melhor, mas há aquelas que foram marcantes e que jamais serão esquecidas, ou pelo drama da conquista de um título, ou pela habilidade exuberante de um piloto ou até mesmo pelo número de acidentes. Só que, pela longevidade da F1, é quase impossível entender a fundo o que foram as primeiras corridas da história, por isso a equipe do GRANDE PREMIUM fez uma lista mais recente, usando como critério as provas que o time de jornalistas efetivamente acompanhou.

Nela, há o emblemático GP do Brasil de 2008, talvez a maior final de campeonato da Fórmula 1. Lewis Hamilton e Felipe Massa protagonizaram um embate carregado de drama, superação e dignidade. Da chuva intermitente e quase irritante, a taça nas mãos por quase 40s e o título de um primeiro piloto negro no Mundial diz muito sobre o que Interlagos testemunhou naquele domingo. A lista também lembra outras decisões como a de 2012, entre Sebastian Vettel e Fernando Alonso, depois de uma temporada que teve outros campeões envolvidos. Também traz a definição de 1986 entre os grandes Alain Prost, Nigel Mansell e Nelson Piquet, além da conquista do primeiro título de Ayrton Senna e a polêmica final entre Jacques Villeneuve e Michael Schumacher. 

Entre as corridas da história recente, está o GP do Japão de 2005 que apresentou uma atuação primorosa de Kimi Räikkönen. E, falando em pilotagem impecável, a lista lembra a primeira vitória de Rubens Barrichello, assim como a prova que fez em Donington Park, que ainda povoa o imaginário do fã da F1. Há também as provas mais loucas dos últimos tempos, como o acidentado GP em Baku de 2017 e a molhada etapa do Canadá de 2011. 

Portanto, levando em conta as maiores corridas em um recorte de tempo dos últimos 30 anos, o GRANDE PREMIUM tem a seguinte lista:
 

(Felipe Massa liderou de ponta a ponta o GP do Brasil de 2008 (Foto: Ferrari) )

GP do Brasil de 2008

Sem dúvidas, a maior e mais dramática decisão de título da história da F1. Interlagos foi o palco de uma memorável corrida que teve Lewis Hamilton e Felipe Massa como protagonistas e a chuva decidindo o título mundial. O brasileiro fez uma corrida soberba para alcançar aquela que seria sua última vitória na F1. Mas não bastava vencer: Hamilton teria de chegar pelo menos em sexto para Massa ser campeão do mundo. E assim foi… por 30s.

Com três voltas para o fim, Sebastian Vettel passou a McLaren de Hamilton e o deixou muito perto de perder o título. Mas eis que Timo Glock, que vinha na quarta colocação, havia adotado uma estratégia arriscada de se manter na pista seca com pneus de chuva. Mas o alemão, então na Toyota, perdeu muito rendimento nas voltas finais e foi ultrapassado por Hamilton na última curva. Para Massa, foi a vitória mais amarga da sua carreira na F1. Para Lewis, foi a conquista do primeiro dos seus cinco títulos mundiais.

2 de novembro de 2008. O 803º GP da história da F1 foi o melhor e mais marcante dentre os escolhidos pela equipe do GRANDE PRÊMIO.

GP da Austrália de 1986

A prova em Adelaide também viu uma das mais emocionantes decisões de título da F1. Nigel Mansell, Alain Prost e Nelson Piquet eram os candidatos, sendo que o francês aparecia como o azarão na busca pela taça. Mas uma sequência de infortúnios acabou por limar os favoritos. Mesmo pole, Mansell não conseguiu sustentar a liderança. Em um jogo de equipe, Keke Rosberg assumiu a ponta, forçando o ritmo e trazendo consigo os pilotos da Williams. Prost vinha mais atrás. A McLaren de Rosberg, no entanto, lhe deixou a pé e abriu caminho para o 'Leão'. 

Nigel vinha em posição para ser campeão, portanto. Só que um pneu furado acabou por lhe tirar a chance. Aí Piquet passou a ter a taça nas mãos, mas com a liderança da prova. Alain era segundo. Só que a relutância em fazer um pit-stop acabou por limar a oportunidade do brasileiro. Assim, a consistência de Prost finalmente foi premiada com o título do mundo – o primeiro de sua vitoriosa carreira.

 
(Ayrton Senna, Alain Prost, Nigel Mansell e Nelson Piquet (Foto: Williams))

GP do Brasil de 2012

Quatro anos depois, Interlagos voltou a ser palco de uma eletrizante decisão de título na F1. Sebastian Vettel chegava à corrida derradeira da temporada 2012 com 13 pontos de vantagem para Fernando Alonso e, considerando a lógica, tinha uma mão na taça. Mas eis que a sorte do alemão mudou na primeira volta, quando a Red Bull sofreu um toque da Williams pilotada por Bruno Senna. Vettel caiu para último e Alonso lutou como um toureiro para derrotar o touro vermelho no Brasil.

Mas o GP do Brasil teve seus coadjuvantes de luxo: em uma primeira fila formada toda pela McLaren, com Lewis Hamilton, na sua despedida da equipe britânica, na pole-position. Alonso, precisando abrir caminho para conquistar o melhor resultado possível, contou com a ajuda de Felipe Massa, sempre forte em Interlagos, que deu aquela força com o jogo de equipe da Ferrari. Mas Vettel, que seguia os passos da maturidade naquele ano, fez uma grande corrida de recuperação para marcar o resultado necessário. Com Alonso em segundo, só atrás de Jenson Button, bastou a Seb o sexto lugar para comemorar o tricampeonato mundial.

 

GP da Europa de 1997

O GP da Europa daquela temporada foi disputado no circuito espanhol de Jerez de la Frontera, que testemunhou uma das mais controversas decisões de campeonato de todos os tempos. Aquela temporada acompanhou uma batalha entre Michael Schumacher, já experiente e tentando sua primeira taça com a Ferrari, e Jacques Villeneuve, o jovem filho de Gilles apenas em seu segundo ano na F1, mas pilotando uma bem acertada Williams. E a corrida derradeira em Jerez não só teve uma corrida tensa. O grid viu um empate triplo do tempo do pole-position. Villeneuve e Schumacher, além de Heinz-Harald Frentzen cravaram o mesmíssimo tempo: 1min21s072. Jacques acabou conquistando o direito de largar na frente.

Na volta 48 da corrida, o canadense tirou o carro por dentro na Dry Sack para executar a ultrapassagem, mas Michael, surpreso com a atitude do rival, acabou fechando a porta tarde demais e a batida foi inevitável. O ferrarista acabou fora da pista, enquanto o piloto da Williams seguiu e conquistou o título naquele ano.  

 

GP do Japão de 1988

A corrida em Suzuka é lembrando como uma das maiores atuações de Ayrton Senna. Apenas o brasileiro e Alain Prost poderia ser campeões naquele ano. A McLaren dominara amplamente a temporada, apesar de ter de driblar a tensa rivalidade que nascia em suas garagens. O caso é que Senna precisava da vitória no Japão para conquistar o tão sonhado título mundial. Só que nem a pole o ajudou naquele início de corrida.

Na largada, o motor do carro de Ayrton falhou, mas o piloto foi capaz de se recuperar, mas aí já estava no fundo do grid. Tirando proveito do excepcional carro inglês, Senna foi engolindo os adversários até que chegou em Prost na 20ª das 51 voltas daquela prova. E não deu chances ao francês. Fez a ultrapassagem na reta dos boxes e partiu para a vitória, conquistando ali a sua primeira taça do mundo.
(Ayrton Senna 1988 (Foto: Forix/LAT))

GP da Europa de 1993

A largada da corrida em Donington Park é até hoje considerada uma das mais sensacionais – senão a maior – de todos os tempos. E não só de um piloto. A versão mais conhecida apresenta um Ayrton Senna espetacular, partindo em quarto, caindo para quinto e se recuperando até a primeira colocação, superando, na pista molhada, Michael Schumacher, Damon Hill e Alain Prost – que havia partido da pole. Só que, além de Senna, havia outro piloto brilhando: Rubens Barrichello partira de 12º para quarto. O então jovem estreante ainda quase foi ao pódio na vitória do tricampeão.

 
(Ayrton Senna passa Alain Prost na primeira volta do GP da Europa de 1993, em Donington Park (Foto: AFP))

GP da Alemanha de 2000

Uma Hockenheim lotada viu um piloto arriscar tudo pela primeira vitória na F1. Em seu primeiro ano com a Ferrari e tendo ninguém menos que Michael Schumacher como companheiro de equipe, Rubens Barrichello precisou contrariar a lógica para subir no degrau mais alto do pódio. O brasileiro largava do fundo do grid, mas soube se livrar das confusões e ler bem as condições do veloz circuito da Floresta Negra. Nas voltas finais, optou por permanecer na pista, mesmo diante de uma chuva ameaçadora. A coragem e a ousadia foram premiadas, e Rubens, enfim, pode comemorar o primeiro de seus 11 triunfos na F1. 

 
(Rubens Barrichello, GP da Alemanha, 2000)

GP do Japão de 2005

De 17º no grid para o topo do pódio. Kimi Räikkönen brilhou como nunca no GP do Japão de 2005, no ‘templo da velocidade’ de Suzuka. Uma corrida depois de ver suas chances de título caírem por terra, o ‘Homem de Gelo’ foi um dos que levou azar na classificação que, por conta de um forte temporal, acabou por embaralhar por completo o grid de largada.

Mas Räikkönen não se rendeu. A bordo de uma McLaren ainda em tempos de glória, o finlandês apenas comprovou que era um dos mais talentosos pilotos da sua geração. Sem medo algum de correr riscos, Kimi foi ganhando posições no braço e na raça. O piloto abriu a última volta na segunda colocação, atrás apenas da Renault de Giancarlo Fisichella. Com um golpe de mestre, o nórdico fez a ultrapassagem na curva 1 de Suzuka, deixou o italiano para trás e comemorou aquela que talvez hoje é a maior vitória da sua carreira na F1.
(McLaren MP4-20, 2005, Kimi Räikkönen)

GP do Canadá de 2011

O GP mais longo da história da F1. Quatro horas e quatro minutos depois da largada no circuito Gilles Villeneuve, Jenson Button cruzava a linha de chegada de uma corrida verdadeiramente épica no Canadá, marcada por um dilúvio, paralização, safety-cars, acidentes e um desfecho improvável. Com direito a uma ultrapassagem heroica sobre o campeão mundial Sebastian Vettel, Button vencia pela décima vez na F1. Mas não foi uma vitória qualquer. O britânico sofreu duas batidas, em incidentes com Lewis Hamilton e Fernando Alonso, e ainda recebeu uma punição, caindo para último. Com um show de pilotagem, Jenson escalou o pelotão e aproveitou o momento exato para trocar os pneus de chuva pelos slicks. Na última volta, o bote perfeito para cima de Vettel e, de 21º, o campeão mundial de 2009 conquistava uma das maiores vitórias da sua vida.
(A chuva foi um problema sério no GP do Canadá de 2011 (Foto: Reprodução/Twitter))

GP do Azerbaijão de 2017

Teve simplesmente de tudo no espetacular GP do Azerbaijão realizado em 25 de junho de 2017. Antes da prova, havia a expectativa de uma corrida bastante modorrenta considerando a dinâmica da disputa no ano anterior na capital azeri. Mas finalmente a configuração do mais rápido circuito de rua do planeta conseguiu entregar uma grande corrida em 2017.  Inesquecível!

Safety-cars, bandeira vermelha, vencedor improvável e até briga de trânsito entre Lewis Hamilton e Sebastian Vettel. Até Felipe Massa, com uma já capenga Williams, despontou com chances de vencer, fez uma das suas melhores exibições na F1, mas foi traído por um problema na suspensão traseira. No fim das contas, quem venceu a prova foi Daniel Ricciardo, da Red Bull. Lance Stroll (!!) caminhava para terminar a corrida em um inacreditável segundo lugar, mas foi ultrapassado pela Mercedes de Valtteri Bottas na linha de chegada.

O GP do Azerbaijão do ano seguinte foi novamente muito bom, mas nada que superasse a dose extrema de ação e emoção que o fã da F1 viu em 2017 nas ruas de Baku.
(Reprodução)

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