Bandidos se especializaram em aguardar luz vermelha dos semáforos para saírem em alta velocidade rumo aos assaltos na região do autódromo. Ano após ano, faça chuva ou faça sol no GP do Brasil, a F1 acaba no 102 DP — justamente o de nome ‘Socorro'

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O GP do Brasil de F1 tornou-se, com méritos, sinônimo de boa corrida, com ultrapassagens desafiadoras proporcionadas por um circuito tradicional, expectativa de chuva e, apesar do pentacampeonato de Lewis Hamilton, até alguma disputa de título neste ano. Por outro lado, tornou-se também sinônimo de algo que aterroriza fãs, equipes e a própria organização: assaltos nos arredores do circuito de Interlagos.

Ao longo da última década, o visitante assíduo do autódromo na zona sul da capital paulista pôde demarcar nos semáforos das avenidas do Rio Bonito, Interlagos, Atlântica e Senador Teotônio Vilela os principais pontos em que criminosos agiam. Nem por assim os órgão de segurança puderam evitar quatro ocorrências notórias só no ano passado. Assim que a luz vermelha da via acendia, bandidos saiam em alta velocidade dispostos até a atirar contra quem não os obedecessem.

A SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) se posicionou contra exposição desnecessária dos últimos anos frente aos frequentes assaltos no entorno do autódromo. Em nota enviada ao GRANDE PREMIUM, o órgão disse que “a distribuição do efetivo está pautada na estimativa do público para cada dia do evento, abrangendo todas as vias de acesso ao autódromo”.

“A Polícia Militar iniciou as medidas preventivas de segurança nos arredores do autódromo por meio do patrulhamento realizado pelos diversos programas de policiamento adotados na região. A dinâmica de circulação das patrulhas será monitorada por meio de uma sala de situação instalada no Posto de Comando da instituição”, diz a nota da SSP.

Arredores de Interlagos ficaram conhecidos por serem pontos de assalto em época de GP do Brasil (AFP)

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As estatísticas disponibilizadas pelos órgãos de segurança para a região do 102 DP, justamente de nome 'Socorro', não discriminam exatamente os assaltos de uma forma ou de outra relacionados à prova. Entre os números existentes para o período — como nenhuma 'ocorrência de porte ilegal de arma' e 'nenhuma arma de fogo apreendida’ — não é possível notar algo conclusivo. Não significa, no entanto, que não tenham existido.

Na última edição da etapa brasileira, as equipes Mercedes e Williams sofreram assaltos à mão armada na região, sempre entre 19h e 20h (de Brasília). Ninguém ficou ferido em nenhum dos casos, mas também ninguém foi preso. Bandidos pararam as vans que transportavam os mecânicos de volta para o hotel, do outro lado da Marginal Pinheiros, e levaram dinheiro, relógios, celulares e até passaportes dos ocupantes do veículo. Depois do ocorrido, o primeiro grupo pediu reforço na segurança para os demais que deixavam o autódromo.

Lewis Hamilton utilizou as redes sociais de milhões e milhões de seguidores ao redor do mundo para lamentar o ocorrido, mas também exigir uma mudança de postura para este ano. O inglês, que também naquela época já chegava a São Paulo com o título de campeão mundial nas mãos, disse que isso acontecia “todo ano” e que estava na hora da “F1 e das equipes fizeram mais”.

“Alguns membros da minha equipe tiveram armas apontadas para suas cabeças ontem [sexta] à noite saindo do circuito aqui no Brasil. Tiros foram disparados e armas colocadas em suas cabeças”, escreveu o #44.

Logo atrás das vans da Mercedes e da Williams, um carro da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) que também transportava funcionários de volta para o hotel presenciou a ação. Os bandidos ainda bateram com as armas contra os vidros desse carro que, blindado e com motorista treinado, conseguiu escapar apesar do susto.
(AFP)

2018

Neste ano, o inglês voltou a ser questionado sobre os episódios do ano passado. Hamilton não quis entrar em uma discussão sobre segurança e, embora tenha feito a ressalva de que “nunca se sabe o que pode acontecer”, reiterou que “sempre se sentiu seguro em São Paulo”. 

"Sempre confiei nas autoridades, sempre me senti seguro aqui. Na verdade, eu nem penso muito nessa questão da segurança, mas é claro que a gente lembra do que aconteceu ano passado, do susto com o nosso time e acho que isso fez com que o pessoal reforçasse a segurança, a gente espera que a organização e as equipes realmente tenham trabalhado nisso. Então, eu estou mesmo confiante de que as coisas melhoraram", disse o pentacampeão já em Interlagos, na quinta-feira. 

Isso tudo contrasta bastante com o que Hamilton disse em 2017, quando citou a Cidade do México, etapa anterior à brasileira, como exemplo a ser seguido.

“Tenho certeza que esse é um problema que o governo daqui está constantemente lutando, mas acho que, talvez, em um fim de semana como esse, pudesse haver algum protocolo para ajudar nessa situação. Por exemplo, nós estivemos no México, e houve um esforço neste sentido por lá”, afirmou se referindo ao forte esquema de segurança que foi feito na corrida na Cidade do México dias antes.

De fato, houve uma reunião entre a FIA (Federação Internacional de Automobilismo), a F1 e os promotores do GP do Brasil, ainda no fim da temporada passada, para que se reforçasse a segurança para o evento deste ano. Novos protocolos foram ajustados entre as partes, para evitar a repetição dos casos dos últimos anos. O GRANDE PREMIUM também apurou que não houve, no entanto, pedidos das equipes à organização para segurança extra ou privada. Mas todos estão seguindo protocolos estabelecidos pela federação. 

 

Oportunidades roubadas

Um quarto assalto foi registrado contra um grupo da Pirelli. Os profissionais da fabricante de pneus deixavam o autódromo já no domingo quando homens rapidamente cercaram o carro em que estavam. Apesar dos gritos e das armas em punho, o carro escapou, mas não sem cancelar atividades que teria com a McLaren no decorrer da semana em Interlagos.

“Após uma tentativa de roubo, neutralizada pela segurança da Pirelli, a uma van na saída do circuito — após um fim de semana de episódios similares com outras equipes — decidimos cancelar os testes de pneus planejados. A decisão, compartilhada com McLaren, FIA e Fórmula 1, foi tomada a partir do interesse na segurança do pessoal, tanto da McLaren quanto nosso, que participariam do teste”, comunicou a fabricante na época.

Devido a casos como esses, a Force India saiu na frente e se pronunciou ainda antes de desembarcar no Brasil com relação ao sistema de segurança que irá adotar enquanto estiver por aqui. A equipe informou que circulará com carros neutros, sem adesivos ou credenciais aparentes, e com rígidos procedimentos de segurança.

O GRANDE PREMIUM apurou que a organização do GP do Brasil teve uma reunião severa com a SSP-SP para que medidas fossem tomadas. No ano passado, depois dos episódios com as equipes, a Polícia Militar aumentou o efetivo para 600 homens ao redor do circuito. Mais do que isso, havia armamento mais pesado do que em relação aos que estavam sendo usados anteriormente.

Em nota, os responsáveis pela penúltima prova do calendário diferenciaram a segurança de dentro e fora do autódromo:

“Organização do GP Brasil de F1 é responsável pela segurança dentro do Autódromo de Interlagos e é considerada de altíssimo padrão. Não tivemos nenhum problema no ano passado dentro do Autódromo”, diz o texto da organização.

“Com relação à segurança nos arredores do autódromo e demais áreas próximas, a Secretaria de Segurança Pública está tomando todas as medidas necessárias para garantir a segurança de todos os visitantes, estrangeiros ou brasileiros.”

Além disso, as próprias equipes também estão mais cuidadosas, especialmente quanto aos horários de chegada e saída do autódromo. De fato, há mais policiamento no entorno da pista, principalmente à noite, muito semelhante ao que foi visto em 2017 no domingo, após as ocorrências do fim de semana. Desde o início da Avenida Interlagos até os portões de acesso ao circuito, há policiais com carros e motos, monitorando a área. 
 

(Divulgação/Pirelli)

Alegria e medo

Jenson Button guarda boas e más recordações do GP do Brasil. Em 2009, o inglês foi campeão em Interlagos; no ano seguinte, sofreu uma tentativa de assalto assim que deixava o circuito. A ação foi praticamente a repetida nos dias de hoje. Homens abordaram o carro em que Button estava com o pai John, o fisioterapeuta Mike Collier e o empresário Richard Goddard. Na época, foi dito que a violência no país teria sido um dos motivos para que Button não tivesse trazido a namorada Jessica Michibata à corrida.

O motorista que dirigia o carro naquela oportunidade, um policial treinado para situações como essa, forçou uma passagem no trânsito parado e conseguiu escapar com o carro blindado que dirigia para a McLaren. 

 

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