Palco da primeira corrida da história da Stock Car, Tarumã foi vetado pela CBA para corridas da categoria por conta de obras não concluídas para aumentar a segurança do circuito. O fato desagradou aos gaúchos

Tarumã é um dos circuitos mais tradicionais e, por que não dizer, desafiadores e icônicos do automobilismo brasileiro. Inaugurado em 1970, o autódromo localizado em Viamão, região metropolitana de Porto Alegre, tornou-se rapidamente o celeiro de talentos gaúchos que ganhariam outras pistas do Brasil e do mundo por conta das suas características, de alta velocidade.

Foi lá em Tarumã que, há quase 40 anos, mais precisamente em 22 de abril de 1979, a Stock Car realizou a primeira corrida da sua gloriosa história, com vitória de Affonso Giaffone. No entanto, o berço da maior categoria do esporte a motor nacional está proibido de receber seu filho mais ilustre.

Em janeiro deste ano, a Comissão Nacional dos Circuitos da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) publicou um documento listando uma série de reformas, algumas obrigatórias e outras recomendadas, para que Tarumã pudesse ser homologada para receber a etapa 10 da Stock Car, que seria realizada neste fim de semana. No entanto, a administração do autódromo, que é de responsabilidade do ACRGS (Automóvel Clube do Rio Grande do Sul) não conseguiu os recursos necessários para realizar o conjunto de obras.

Assim, de acordo com o prazo estabelecido pela CBA — finalização das obras com 30 dias de antecedência antes do evento —, e o respectivo não-cumprimento das mesmas, a comissão, liderada pelo engenheiro Luis Ernesto Morales — responsável pela vistoria de todos os autódromos brasileiros —, anunciou que Tarumã estava fora do calendário. Dias depois, a Vicar, empresa que organiza e promove a Stock Car, definiu Londrina como novo palco da décima etapa neste fim de semana.

Para contar os detalhes que levaram a Confederação a vetar o lendário circuito gaúcho, O GRANDE PREMIUM teve acesso ao caderno de encargos desenvolvido pela CBA e falou também com Márcio Pimentel, administrador do ACRGS e, há mais de 20 anos, responsável pela gestão de Tarumã.

A reportagem também ouviu Vitor Genz, criado automobilisticamente em Tarumã e o primeiro gaúcho a vencer na Stock Car, além de Cacá Bueno, o maior campeão em atividade da categoria.

Tarumã hoje
 

Tarumã tem atualmente 3.039 m de extensão. Com sentido anti-horário, a pista reúne, na sua maior parte, trechos de alta velocidade, como a Curva 1, a Curva do Laço e a Curva do Tala Larga. A velocidade na Curva do Laço foi reduzida depois da instalação de uma chicane, utilizada pela Stock Car e as categorias do seu guarda-chuva de eventos.

Ainda que Tarumã seja uma pista muito apreciada pelos pilotos de um modo geral por conta das suas características, o circuito também traz seus temores relacionados à segurança, ou à falta dela. A falta de áreas de escape, como na própria Curva do Laço — o que motivou a instalação da chicane há quatro anos — e o asfalto bastante abrasivo, o que consequentemente gera um maior desgaste dos pneus, são frequentemente pontuados pelos pilotos como sinais de alerta.

O último grande recapeamento da pista aconteceu em 2004, ano em que Tarumã recebeu a solicitação de uma série de reformas para garantir a segurança dos pilotos, tal qual nesta temporada. Além do novo asfalto, foram determinadas a recolocação e reposicionamento das barreiras de pneus, guard-rails e também melhorias na área de escape.

Além de categorias de âmbito nacional, como a Stock Car, Brasileiro de Marcas, F3 Brasil e Mercedes-Benz Challenge, Tarumã também recebe vários eventos regionais do forte automobilismo gaúcho, além das tradicionais 12 Horas de Tarumã, prova-ícone do endurance brasileiro. Aliás, o Endurance Brasil já realizou uma etapa no traçado em Viamão, em julho deste ano, e vai receber a última prova do calendário, em 17 de novembro.

Outro evento que é bastante tradicional e também gera receita para o circuito gaúcho é o famoso Racha Tarumã, que usa a reta dos boxes para as arrancadas e reúne apaixonados pelo esporte a motor da região às sextas-feiras. Trata-se de um ativo importante para que a administração possa pagar as contas e manter vivo o autódromo, que é de propriedade privada.
 

(A chicane instalada metros antes da Curva do Laço, em 2014 (Foto: Duda Bairros/Vicar))

O que foi solicitado?
 

Após a inspeção realizada pela Comissão Nacional dos Circuitos, a CBA entregou à administração de Tarumã um documento no qual lista a necessidade de reformas e melhorias em determinados setores do circuito e da estrutura do autódromo como um todo. O GRANDE PREMIUM detalha algumas delas.

Pista e pit-lane

Com a adequação OBRIGATÓRIA da linha de proteção com barreiras de pneus e defensas metálicas e/ou de concreto e o nivelamento das áreas de escape, a pista original estará apta em termos de segurança para sua utilização sem o uso da variante. Porém caso haja interesse em manter a variante como opção de traçado, recomenda-se a modificação da saída da variante com uma melhor concordância para a acomodação dos carros, e do nivelamento da parte interna da segunda perna da variante.

Recomenda-se o recapeamento de toda pista, devido à deterioração do asfalto antigo e a consequente falta de aderência e ondulações existentes.

É obrigatório o recapeamento da reta dos boxes levando até curva 2, pois como esta região é onde ocorre os eventos de arrancada e outras manobras o asfalto encontra-se bem deteriorado e com grande acúmulo de borracha e depressões, aumentando o risco de perda de aderência principalmente nos pontos de frenagem e com o efeito agravante de aquaplanagem durante a ocorrência de piso molhado.

Área de brita e áreas de escape

Necessário revisar todas as áreas de escape, pois muitas estão desniveladas e/ou sem grama (o que acarreta a formação de lama ou poças de água durante ocorrência de chuvas). Onde houver acumulo de água deverá ser feita a drenagem correspondente para eliminar o problema nivelando o local e plantando grama na superfície.

A área de escape da curva 1 deve ser nivelada e executada em asfalto ou concreto em toda sua extensão.

A área de escape da entrada da curva 3 deverá ser asfaltada.

A área de escape da curva 4 (Laço) deverá ser asfaltada em todo o seu contorno.

A área de escape da curva do Tala Larga precisa de drenagem e nivelamento com plantio de grama, e a saída à direita desta curva deverá ser asfaltada na faixa até a barreira de pneus.

As áreas de escape das curvas 8 e 9 precisam ser niveladas com relação à pista com pavimentação em asfalto, observando a drenagem para evitar acúmulo de água de acordo com o croqui comentado em anexo.

Retirar faixa de brita do lado direito da reta de largada, nivelar e executar asfalto ou concreto.

A caixa de drenagem no lado direito da reta dos boxes deve ser nivelada com relação ao pavimento da pista.

Um dos quesitos em que foram solicitadas melhorias: a barreira dos pneus (Barreiras de pneus do circuito de Tarumã (Foto: Duda Bairros/Vicar))

A entidade que rege o esporte a motor brasileiro também recomendou a adequação das zebras de todo o circuito ao padrão utilizado pela FIA e indicou a obrigatoriedade da substituição da zebra da Curva 1 pelo modelo Melbourne.

Também foi pedida a execução de muros ou defensas metálicas para a fixação com cabo de aço das barreiras de pneus em todo o entorno do circuito; demolir o muro do lado esquerdo da entrada dos boxes e construir uma linha de proteção com 60º de alinhamento com muro de concreto ou defensa metálica com barreira dupla de pneus; demolir muro do lado direito da entrada do box que está em perpendicular com a pista e construir um novo segmento em muro de concreto ou defensa metálica em trecho paralelo à pista, com barreira de pneus quádrupla ancorada com cabos de aço.

Sobre o padrão das barreiras de pneus, o documento reforça que é obrigatório que todas elas atendam às normas da FIA quanto à instalação, materiais e condições de uso, destacando que as barreiras devem ser ancoradas com cabos de aço às estruturas fixas, como muros de concreto ou defensas metálicas. A Curva 1 mereceu atenção ainda maior nesse sentido, com a CBA destacando a obrigatoriedade da instalação da linha de barreira de pneus na área de escape desde seu início, durante toda a sua extensão e até a saída.

A CBA recomendou também a instalação de cercas de alambrado em postos de observação dos fiscais de pista e outros postos utilizados por operadores de câmeras de TV, por exemplo. A entidade também faz uma observação sobre a torre de controle do autódromo, onde se localizam as salas do diretor de provas, comissários desportivos e cronometragem: “É pequena e não dispõe de espaço para atendimento, sendo recomendado um estudo para uma área complementar para desenvolvimento dos trabalhos”.

Luis Ernesto Morales reiterou a necessidade das reformas e modificações para que Tarumã possa oferecer mais segurança aos pilotos, os verdadeiros artistas do espetáculo, e informou que o veto ao circuito foi resultado do não cumprimento do caderno de encargos.

"Em janeiro, a vistoria da Comissão Nacional de Circuitos detectou a carência de diversas modificações no Autódromo de Tarumã para que se tornasse possível a realização da prova. No documento enviado naquele mês, a CNC solicitou que as reformas estivessem concluídas até 30 dias antes do início do evento. Ao longo do ano, CBA, Federação Gaúcha de Automobilismo e Vicar buscaram alternativas para que os problemas fossem solucionados. Infelizmente, encerrado o prazo estipulado, constatou-se que não foram efetuadas as alterações mínimas necessárias, o que inviabilizou a liberação da praça. Cabe ressaltar que seis pistas que integram o calendário da principal categoria nacional precisavam de reformas. Com exceção a Tarumã, todas as outras realizaram as obras solicitadas", disse o presidente da Comissão Nacional dos Circuitos.

As seis pistas mencionadas por Morales são, além de Tarumã, Londrina, Cascavel, Goiânia, Santa Cruz do Sul e Velopark, as duas últimas também no Rio Grande do Sul. Dessas, apenas Tarumã não se adequou ao que foi solicitado pela CNC e, por isso, foi vetada pela CBA.

O fato é que a CBA mostrou interesse em garantir a Stock Car em Tarumã, assim como a Federação Gaúcha e a própria Vicar, dona do evento em si. Em conjunto, buscaram investidores para a realização das reformas necessárias e assegurar a liberação do autódromo. No entanto, a administração de Tarumã não conseguiu viabilizar as garantias bancárias necessárias para conseguir a liberação do dinheiro.
 

(Trecho do circuito de Tarumã (Foto: Duda Bairros/Vicar))

Uma reforma milionária
 

O GRANDE PREMIUM conversou com Márcio Pimentel, administrador do Automóvel Clube do Rio Grande do Sul e responsável pela gestão de Tarumã há mais de 20 anos. O dirigente se mostrou pessimista quanto ao retorno da Stock Car ao circuito gaúcho e acredita ser “impossível” que a categoria volte a Viamão em 2019, 40 anos após a primeira corrida da sua história.

Segundo Pimentel, os custos da realização de uma reforma completa no autódromo, nos moldes do que foi pedido pelo relatório da Comissão Nacional dos Circuitos da CBA, giram “entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões”, uma quantia que, o dirigente reforça, não há como bancar. Márcio entende que falta critério na comparação com outras pistas, que as reformas exigidas para Tarumã voltar a receber a Stock Car estão fora da realidade e sugeriu até uma motivação política pelo veto ao circuito gaúcho.

“A única coisa que causou desconforto é o fato de a CBA não ter um certo critério. Tarumã não está em melhores ou piores condições em relação a muitos autódromos. A gente vê, por exemplo, que o Mercedes [Challenge] correu em Rivera [no Uruguai], e lá tinha muitos barrancos… quase que um carro passou para o outro lado, na Copa Truck também. Não há o que dizer. Um recapeamento está fora de cogitação. Se a gente comparar o nosso asfalto como o de Campo Grande, por exemplo…”, diz.

“Claro, houve um embasamento técnico, mas se traçarmos um comparativo, você vai ver que circuitos como Curvelo também oferecem riscos. Mas o que mais chama a atenção é a segurança do público. Locais em que as pessoas que pagam ingressos estão em risco. Sou piloto, já ganhei corridas, e muitos cartolas nunca sentaram num carro de corridas, nem têm ideia do que é competição”, disparou Pimentel.

“Fomos para uma reunião, eu e o presidente da Federação Gaúcha de Automobilismo, que à época foi oposição a essa diretoria da CBA, ele pertencia a um outro grupo. E aí talvez esteja parte da explicação. Temos de pensar em todas as possibilidades”, afirma Márcio. No fim de 2016, Waldner Bernardo, o ‘Dadai’, foi eleito como novo presidente da CBA após vencer nas urnas o paranaense Milton Sperafico, que foi apoiado pela Federação Gaúcha.

“As coisas que nos foram pedidas eram totalmente fora da realidade. Fazer o que? Segue a vida, Tarumã está aberto, lindo, maravilhoso e de grama cortada. A política deveria ser uma coisa positiva, mas no nosso país ela é nociva. E é ruim principalmente para o automobilismo. Tarumã tem vida própria, sobrevive. E o futuro a Deus pertence”, complementa Pimentel.
(Trecho da reta dos boxes de Tarumã (Foto: Fernanda Freixosa/Vicar))

Vitor Genz entende que a CBA foi rígida demais com Tarumã (Vitor Genz (Duda Bairros/Vicar))

Longe de casa
 

Vitor Genz entrou para a história do automobilismo local ao ser o primeiro gaúcho a vencer uma corrida na Stock Car. O feito do piloto, hoje com 29 anos, foi conquistado na corrida 2 da etapa de Cascavel do ano passado. Natural de Porto Alegre, Vitor tem em Tarumã praticamente seu berço esportivo, uma vez que foi lá que o piloto deu as suas primeiras aceleradas e abriu de fato sua carreira.

Dessa forma, Vitor encara com natural tristeza a impossibilidade de correr em casa nesta temporada. Por mais que o circuito do Velopark seja tão ou ainda mais próximo de Porto Alegre — fica localizado em Nova Santa Rita —, o traçado é bem mais novo e, obviamente, tem bem menos tradição do que Tarumã.

Ao GRANDE PREMIUM, Genz lamentou por ter de acelerar longe de Tarumã neste fim de semana. “Fico bem chateado porque é minha pista de criação, é a pista onde aprendi a dirigir, de fato, não somente a pilotar… Como tenho tanto tempo nesse autódromo, vi a evolução que houve nesses anos, de infraestrutura, boxes novos, toda a parte de banheiros reformada, então o pessoal vem investindo, mas é muito difícil porque se trata de um autódromo privado”, comenta o piloto da Carlos Alves.

“Então a gente já imagina qual a dificuldade de conseguir verba para obras de melhoria. A Stock Car ajudou, em alguns momentos, que essas obras acontecessem. O autódromo sempre arrecadou verbas, como o Racha Tarumã, que acontece toda sexta-feira, e em outros campeonatos, que ajudaram para a melhoria do autódromo. Mas, infelizmente, as obras que foram pedidas exigem muito dinheiro, uma verba impossível de retornar”, analisa.

Genz acredita que seria possível viabilizar as reformas se elas fossem realizadas de forma gradual e faz coro ao discurso de Márcio Pimentel ao entender que a CBA foi mais exigente com Tarumã. “Na minha opinião, essas obras poderiam ser divididas em etapas, um pouco agora, outro pouco no ano que vem. Eles foram muito exigentes, até mais exigentes que em autódromos onde a gente corre atualmente”.

“Claro, Tarumã é uma pista rápida, esse é o principal ponto, por isso que o risco aumenta um pouco. Mas a pista de Londrina, por exemplo, também tem seus riscos, não me sinto 100% seguro andando lá. Tem várias curvas complicadas, por exemplo: na descida do S de alta, é muito fácil um carro bater e voltar para a pista, causando assim um acidente sério. Os acidentes mais sérios que já vi foram assim. E, nisso, Tarumã oferece um pouco menos, talvez ali na curva 9, mas Londrina, por exemplo, tem lugares piores”, diz.

“Faz parte, seguir a linha da segurança é importante, mas reforço que em Tarumã poderiam ter feito por etapas [exigências para a reforma]. Ainda mais por ser o primeiro gaúcho a ter vencido uma prova da Stock Car, tem toda a tradição do Sul, ver Tarumã fora me deixa muito chateado”, complementa o filho da terra, que vai acelerar a partir desta sexta-feira em Londrina.
 

(Vitor Genz e Valdeno Brito em Tarumã (Foto: Fernanda Freixosa/Vicar))

‘Amante’ de Tarumã, Cacá Bueno vê decisão correta

Dias depois de a Vicar anunciar a mudança na rota e a volta de Londrina ao calendário da Stock Car no lugar de Tarumã, Cacá Bueno falou ao GRANDE PREMIUM sobre o assunto. Maior campeão em atividade na Stock Car, o carioca já venceu três vezes pela categoria em Tarumã: em 2004, 2008 e, a última, em 2015. Em Mogi Guaçu, o piloto da Cimed demonstrou todo seu apreço pelo veloz circuito gaúcho, mas defendeu a mudança para Londrina. Na visão do carioca, a prioridade deve ser sempre a segurança dos pilotos.

“Até achei que a etapa fosse mantida no Rio Grande do Sul, que para mim teria sido o ideal. Sei que não é fácil, mas não ponho a culpa no promotor. Às vezes, os outros autódromos do Rio Grande do Sul têm uma agenda completa e não tem como transferir outros eventos. Achei até que iria voltar ao Velopark para ser na capital, mais perto de Porto Alegre. Achei que isso iria acontecer, mas não”, opina Cacá, feliz por poder correr novamente na terra onde mora o pai, Galvão Bueno.

“Foi para Londrina, o que é ótimo, é mais uma segunda casa, já que minha família mora lá. É bem verdade que nosso carro não andou bem lá, mas a gente tem um bom caminho em Londrina e vamos ver. Fiquei surpreso, mas, pelo que vi, foi porque havia um encargo de obras a ser feito em Tarumã, e o autódromo não cumpriu. Por isso, a CBA não liberou”, emenda.

Cacá aplaude decisão da CBA e diz que Tarumã precisa evoluir em segurança (Cacá Bueno em Tarumã (Foto: Duda Bairros/Vicar))

Cacá, que sempre foi muito crítico em relação à Confederação, apoiou a iniciativa da entidade que gere o automobilismo brasileiro em prol da segurança. “Palmas para a CBA. Bato palmas para a CBA quando tem de bater, palmas para a CBA neste momento”, afirma Bueno.

O pentacampeão lembra ainda que é algo frequente as promessas feitas por promotores e administradores de circuitos para melhorar a estrutura como um todo e a segurança em particular, mas pouco do que é prometido costuma ser cumprido. “Muitas vezes a gente correu em autódromos que não tinham a menor condição, e era um esforço do promotor, de todo mundo, de políticos, no sentido ‘vamos lá, porque aí eles vão fazer para o próximo ano’. E chegava o próximo ano e não faziam. Isso tem de ser levado a sério”.

“Amo Tarumã, acho sensacional, assim como outros autódromos, mas o que tem de se entender é que nos anos 1970 os carros atingiam determinada velocidade, e agora é outra, completamente diferente. Autódromos dos anos 1970, que não passaram por nenhuma modernização, e hoje os carros não chegam a 180 km/h, mas a 250 km/h, fazem as curvas a 220 km/h, e isso muda muito o impacto, a saída, quando o carro sai da pista, e o corpo humano continua sendo o mesmo de 50 anos atrás. Mas os carros de corrida, não. Então precisamos de um aspecto de segurança bem melhor do que algumas praças têm oferecido para a gente. E se a decisão foi defendendo isso, de que as obras não foram feitas, ela foi corretíssima”, defende Cacá Bueno.

Claro que a presença de uma praça importante e, no caso de Tarumã, dona de toda uma ligação histórica com a Stock Car, seria benéfica para o esporte a motor como um todo e para o apaixonado público gaúcho, que tradicionalmente lota e até acampa nos arredores do autódromo.

Contudo, a vida está acima de qualquer coisa. O risco é inerente ao automobilismo (Motorsport is dangerous), mas qualquer tipo de ação para proporcionar um pouco mais de segurança, seja para os pilotos, pessoas envolvidas nas corridas ou o público em geral, é louvável.  

Que Tarumã possa voltar a receber a Stock Car em breve. E que o todos sigam lutando por um esporte cada vez mais seguro. A vitória, neste caso, é de todos nós.

Berço da Stock Car, Tarumã recebeu a categoria pela última vez em 2017 (Largada da corrida 1 da etapa de Tarumã de 2017 (Foto: Fernanda Freixosa/Vicar))

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