A Indy deixa a tv brasileira neste 2020. Por isso, lembramos as sete narrações de vitórias brasileiras nas 500 Milhas. Com uma pimenta extra: qual foi a melhor?

Talvez o trocadilho seja ruim se é necessário explicá-lo logo depois de feito – mas sim, "não narra mais" é uma brincadeira que referencia o marcante "não perde mais" de Téo José. É que, na verdade, todos perdemos: a Indy não estará na televisão brasileira em 2020.

Ao menos por ora, salvo mudanças surpreendentes, a transmissão da categoria ficará restrita ao sistema de assinatura do DAZN. Desde o final da década de 1980, ao menos na TV fechada a categoria era disponibiliada aos brasileiros – claro, em ampla maioria dos anos na TV aberta, mesmo, na Band ou, em raras situações, na Manchete ou no SBT.

Por isso, o que ficam são as histórias – e, dentro delas, nas narrações, tal como a clássica de Téo José. Por isso, o GRANDE PREMIUM recorda, neste Conta Giro, as sete narrações brasileiras de vitórias nacionais na principal prova da categoria: as 500 Milhas de Indianápolis.

Mas com uma pimenta extra, para animar a discussão: as sete foram divididas em quatro quesitos e julgadas dentro destes. São eles: animação do narrador, emoção na pista, frase de efeito e, claro, pachequismo – porque narração de vitória brasileira sem pachequismo não tem nem graça. Cada quesito será julgado de uma a cinco estrelas.

E as vitórias? São elas: Emerson Fittipaldi em 1989, Emerson Fittipaldi em 1993, Helio Castroneves em 2001, Helio Castroneves em 2002, Gil de Ferran em 2003, Helio Castroneves em 2009 e Tony Kanaan em 2013.

Abaixo, o ranking:

 

Emerson Fittipaldi e Al Unser Jr. no momento decisivo da Indy 500 de 1989 (Emerson Fittipaldi e Al Unser Jr. no momento decisivo da Indy 500 de 1989 (Foto: Reprodução/Twitter))

Emerson Fittipaldi – 1989

Canal: Band

Narrador: Luciano do Valle

Animação do narrador: ⭐⭐⭐⭐⭐
Emoção na pista: ⭐⭐⭐⭐⭐
Frase de efeito: ⭐⭐⭐⭐⭐
Pachequismo: ⭐⭐⭐⭐⭐

É difícil não dar a nota máxima para Luciano do Valle aqui: a empolgação é contagiante; o toque de Al Unser Jr. em Emerson Fittipaldi, no final da prova, garante o drama na pista; os gritos de "Bateu Al Unser, bateu Al Unser, bateu Al Unser" repetidamente históricos para a categoria no país; e o "Venceu o Brasil!" sem citar o nome do piloto responsável pelo triunfo garante o pachequismo em seu auge.

Emerson Fittipaldi em pit-stop na Indy 500 de 1993 (Emerson fittipaldi Indy 500 1993)

Emerson Fittipaldi – 1993

Canal: Manchete

Narrador: Téo José

Animação do narrador: ⭐⭐⭐⭐⭐
Emoção na pista: ⭐⭐⭐⭐⭐
Frase de efeito: ⭐⭐⭐⭐⭐
Pachequismo: ⭐⭐⭐⭐

Téo José – com voz de adolescente, o que dá um toque especial – tem que narrar Emerson Fittipaldi e Raul Boeel brigando por vitória, então é inevitável a animação na tela da Manchete. A briga na pista é emocionante, com quatro pilotos até o fim podendo vencer. A clássica "Não perde mais" aparece pela primeira vez em uma vitória nacional… Só perde uma estrela no pachequis mo porque, apesar de frases como "O Brasil está sensacional aqui em Indianápolis", ele cita Fittipaldi após a bandeirada como o vencedor, não o Brasil. O certo, mas pouco pachequista!

Helio Castroneves celebra a vitória de 2001 (Helio Castroneves, Indy 500 2001)

Helio Castroneves – 2001

Canal: Band

Narrador: Luciano do Valle

Animação do narrador: ⭐⭐
Emoção na pista: ⭐⭐⭐
Frase de efeito: ⭐⭐⭐
Pachequismo: ⭐⭐⭐⭐⭐

A vitória de Helio Castroneves foi com boa vantagem, então a emoção na pista não foi das maiores, o que talvez tenha prejudicado a narração de Luciano do Valle, que nem aumentar o tom aumentou na hora da bandeirada. A frase de efeito que se destaca é "Vai dar Brasil, duas vezes, de novo, vai dar Brasil, de novo…" não é das melhores, mas traz todo o pachequismo possível.

 

Helio Castroneves venceu novamente em 2002 (Helio Castroneves, Indy 500 2002)

Helio Castroneves – 2002

Canal: SporTV

Narrador: Lucas Pereira

Animação do narrador: ⭐
Emoção na pista: ⭐⭐⭐
Frase de efeito: ⭐
Pachequismo: ⭐⭐

Pouco se fala, mas o SporTV passou, sim, a Indy no começo do século. Por isso, a segunda vitória de Castroneves ficou marcada pela voz de Lucas Pereira. O problema é que ficou marcada, também, por uma batida, de Laurent Rédon e Buddy Lazier, bem na hora em que Paul Tracy passava o brasileiro. Ninguém soube dizer quem havia vencido, já que valia o momento da bandeira amarela surgir. A confusão prejudicou Pereira, que ficou sem chances de frases fortes. O pachequismo ficou por conta da luta para encontrar a regra que dava a vitória ao país.

Gil de Ferran comandou pódio todo brasileiro em 2003 (Gil de Ferran levou a Indy 500 de 2003)

Gil de Ferran – 2003

Canal: SporTV

Narrador: Sérgio Maurício

Animação do narrador: ⭐⭐⭐⭐
Emoção na pista: ⭐⭐⭐
Frase de efeito: ⭐⭐
Pachequismo: ⭐⭐⭐⭐⭐

O grande destaque da narração de Sérgio Maurício é, claro, o pachequismo – afinal, o pódio foi todo brasileiro, com Gil de Ferran, Heio Castroneves e Tony Kanaan. Não há grandes frases de efeito, mas a emoção na voz e as citações ao Brasil garantem boas estrelas. "É o maior momento do automobilismo brasileiro em Indianápolis" pode não ser a frase mais tocante mas, como disse Lito Cavalcanti no comentário seguinte, "isso sem dúvida."

Helio Castroneves se tornou tri em 2009 (Helio Castroneves vence em 2009)

Helio Castroneves – 2009

Canal: Band

Narrador: Luciano do Valle

Animação do narrador: ⭐⭐
Emoção na pista: ⭐⭐
Frase de efeito: ⭐
Pachequismo: ⭐⭐⭐

"Hoje ele não está ganhando as 500 Milhas – ele está ganhando uma carta de alforria para ele mesmo": uma frase sobre escravidão usada para explicar uma questão de acusação de evasão de dívidas e sonegação de impostos não parece muito bem empregada, então Luciano do Valle perde pontos aí. Faltou emoção também, mas é epxlicado já pela fase do narrador na carreira. Sobre pachequismo… "Cidadão brasileiro" ficou até engraçado. Não foi uma narração marcante, porém.

Tony Kanaan levou em 2013 (Tony Kanaan, Indy 500, 2013)

Tony Kanaan – 2013

Canal: Band

Narrador: Luciano do Valle

Animação do narrador: ⭐⭐
Emoção na pista: ⭐
Frase de efeito: ⭐
Pachequismo: ⭐⭐

A última Indy 500 narrada por Luciano do Valle terminou sob bandeira amarela, o que tirou emoção não só da pista, mas também do narrador. Tudo bem: não precisou de nada disso para entrar para a história. 

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