O Mercedes-Benz Challenge volta ao Autódromo Internacional de Curitiba sete meses depois de se despedir do circuito que, por obra dos deuses do esporte, acabou não sendo vendido. Assim, a classe dos gentlemen-drivers volta ao lugar onde tudo começou

Há pouco mais de sete meses, no fim de semana que abriu a temporada 2016 do Mercedes-Benz Challenge, um misto de ansiedade diante de um novo campeonato contrastava com um sentimento amargo de despedida. Naqueles primeiros dias de março, não apenas a categoria dos gentlemen-drivers, mas o automobilismo brasileiro como um todo lamentava o fim das atividades no Autódromo Internacional de Curitiba. A perspectiva era que a prova daquela etapa fosse a última por lá, justamente numa praça muito especial para o Mercedes-Benz Challenge.

Naquele fim de semana, a perspectiva era de que a valorizada região do autódromo, localizado em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, atraísse potenciais compradores para o terreno em que está localizado o circuito. Mas, depois de muito suspense, as negociações não foram adiante. Curitiba deixou de ter um condomínio empresarial e de casas, como tantos outros, mas manteve uma praça única e especial para o esporte a motor brasileiro.

Depois de tantas perdas, como Jacarepaguá, hoje terreno em que está localizado o Parque Olímpico do Rio de Janeiro, e Brasília, às voltas com uma reforma sem fim, o automobilismo não merecia perder o Autódromo Internacional de Curitiba, onde a trajetória do Mercedes-Benz Challenge começou de fato há pouco mais de cinco anos.

Foi lá que, em 22 de maio de 2011, a classe realizava a primeira prova da sua história. Vamos voltar um pouco no tempo. Nada menos que 22 pilotos alinharam no grid daquela primeira etapa da história da categoria. À época, as provas, com duração de 30 minutos, eram realizadas em sistema de rodadas duplas, com corridas no sábado e no domingo. O carro era o C 250 CGI, com 250 cv de potência.

A pole-position foi conquistada por Marcio Campos, que hoje brilha no Brasileiro de Turismo. O gaúcho travou duelo empolgante com Neto de Nigris, mas acabou sendo superado nas voltas finais da disputa. Assim, De Nigris cruzava a linha de chegada como o primeiro vencedor da história do Mercedes-Benz Challenge, iniciando um casamento de muito sucesso da classe com Curitiba.

Desde então, a relação entre a categoria dos gentlemen-drivers e Curitiba rendeu grandes vencedores. Ainda naquele fim de semana de abertura de 2011, Fábio Delmuta conquistava o triunfo no domingo.

Fabio Delmuta e Neto de Nigris: os primeiros vencedores do Mercedes-Benz Challenge em Curitiba (Fábio Delmuta e Neto de Nigris, os primeiros vencedores do Mercedes-Benz Challenge em Curitiba (Foto: Mercedes))

De Nigris, hoje no grid da CLA AMG Cup, se consolidou como um dos maiores vencedores do Mercedes-Benz Challenge em Curitiba. ‘Um dos’ porque, além do experiente piloto, o maior campeão da história da categoria, Marcio Campos, também alcançou três vitórias naquela que se tornou a segunda principal praça do esporte a motor no Brasil, ficando só atrás de Interlagos.

Uma das vitórias de Campos foi conquistada ao lado do pai, João Campos, coroando a dupla, que faturou os dois primeiros títulos da categoria, em 2011 e 2012, quando o certame ainda se chamava Mercedes-Benz Grand Challenge. Dentre os pilotos que correram com o C 250 CGI e que triunfaram em Curitiba estão também os não menos experientes César Urnhani, Cesare Marrucci e Betinho Sartório, todos com uma conquista.

Mais recentemente, no ano passado, quem venceu foi outra dupla pra lá de laureada na história da categoria. Marcos Paioli e Peter Gottschalk alcançaram o topo do pódio em 2015, já quando a classe C 250 Cup estava em vigor. E, por fim, o último vencedor foi o catarinense Claudio Simão, que em 6 de março deste ano superou favoritos como a própria dupla Paioli/Gottschalk e também Peter Michel ‘Tubarão’ Gottschalk, atual campeão e hoje líder do campeonato.

Dentre as corridas já realizadas pelo Mercedes-Benz Challenge em Curitiba, cinco foram as disputas a partir de 2014, quando a categoria teve uma mudança significativa com a adoção da nova classe CLA AMG Cup, que trazia os novíssimos CLA 45 AMG, lançamento mundial da Mercedes, numa amostra do grande prestígio da categoria perante a matriz na Alemanha. E, nesta nova fase, o grande nome tem sido o de Arnaldo Diniz Filho.

No ano em que foi campeão, 2014, Diniz conquistou uma vitória em Curitiba. Foi o triunfo que o colocou em condições de chegar ao fim daquele campeonato como o primeiro campeão da CLA AMG Cup. A categoria também viu outros pilotos muito experientes chegarem ao topo do pódio neste retrospecto mais recente.

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Grids cheios, competitividade, equilíbrio: marcas desde sempre do Mercedes-Benz Challenge em Curitiba (Foto: Vanderley Soares)

Rodrigo Hanashiro, por exemplo, teve a chance de comemorar uma vitória em Curitiba. E também não dá para se esquecer do triunfo obtido por Eduar Merhy Neto. Filho da terra, o piloto foi contemporâneo de ninguém menos que Mika Häkkinen e Michael Schumacher na antiga F3 Alemã no começo dos anos 90. Um nome histórico, que fez sua carreira no automobilismo e que voltava às pistas naquele ano de 2014.

Por fim, Diniz voltava ao topo do pódio em Curitiba. Um pódio com gosto de despedida, por ele acreditar, como todos naquele fim de semana, que seria o último. A jornada de Arnaldo Filho em 6 de março foi dominante. Sem adversários, o paulista da Comark Racing cruzou a linha de chegada na frente.

“É muito bom recomeçar ganhando, em especial pelos problemas que tivemos no ano passado. É um gosto muito bom. Vou sempre lembrar desta prova e desta vitória importante, justamente na despedida do circuito. Este é um autódromo que eu gosto muito”, comemorou Diniz em meio ao adeus ao AIC. Adeus que, por sorte, acabou não se confirmando, de modo que o paulista terá sua chance para repetir o triunfo e aumentar para três o número de vitórias conquistadas em Curitiba.

Diniz se despedia de Curitiba com vitória em março. Agora, volta ao circuito para lutar pelo bi (Arnaldo Diniz Filho se despede de Curitiba no topo (Foto: Fabio Davini))

Assim, voltar a Curitiba, um lugar tão especial para todos aqueles que militam no automobilismo, é especial e simbólico. Para quem vive desde o começo as emoções do Mercedes-Benz Challenge, trata-se de uma volta ao passado, onde tudo teve início, para continuar a escrever uma história prateada: grids cheios, competitividade, equilíbrio, grandes batalhas do início ao fim e o privilégio de colocar na pista grandes máquinas que caracterizam a tecnologia de vanguarda da Mercedes.

O clima de despedida ficou mesmo no passado. Neste fim de semana, com o regresso a Curitiba, certamente o Mercedes-Benz Challenge terá muitos motivos para comemorar. Ganha a categoria, ganha o automobilismo brasileiro.

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