Diga o que quiser de Pastor Maldonado e seu talento, mas 95 largadas e uma vitória são números expressivos para um piloto que chegou à F1 como pagante. Rio Haryanto chega de forma parecida e provavelmente ficará feliz com um currículo parecido
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O paralelo entre Pastor Maldonado e Rio Haryanto começa e praticamente fica apenas no dinheiro investido pelas petrolíferas nacionais em suas carreiras. A aposta da Venezuela em Pastor Maldonado o acompanhou desde os tempos de Hugo Chávez e foi sempre calcada por bons resultados. Haryanto foi parte de um êxodo que o sudeste asiático mandou de pilotos para a Europa nos últimos anos, mas geralmente sem chamar muito a atenção. Foi diferente para Rio.
Pastor começou a vencer na Europa com o título da inóspita F-Renault Italiana 2.0 em 2004 – então com 19 anos. A grana venezuelana já entrara, e Maldonado conseguiu uma vaga de piloto reserva na F1 com a finada Minardi. Mas ainda era extremamente inexperiente. A inconstância que mostrou na F1 foi o que Maldonado mostrou toda a carreira.
Foi bem na World Series em 2006, chegou à GP2 pela Trident, depois passou na Piquet Sports. Entre boas e más temporadas na principal categoria-satélite da F1, conseguiu enfim chegar ao título em 2010 com o que foi o recorde de pontos da categoria – batida apenas por Stoffel Vandoorne em 2015. Um título com moral para cima de uma competição que incluía Sergio Pérez e Jules Bianchi.
Já Haryanto, ao contrário de Pastor, não foi direto para o Velho Continente. Teve que brigar de foice nas categorias asiáticas para conseguir um suporte importante. Quando venceu, em 2009, a F-BMW do Pacífico passando o carro pela concorrência, então aos 16 anos de idade, conseguiu. Foi à Manor no ano seguinte, começando uma parceria que o levaria para a F1.
Haryanto chegou todo pimpão e com grana
Passou dois anos sem grande brilho na GP3 antes de chegar à GP2. Foram quatro temporadas de GP2 – a última delas com vitórias e o quarto lugar no campeonato.
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A entrada de Pastor se deu por um pagamento astronômico para a Williams por meio da PDVSA e seu grande contrato de patrocínio. A equipe de Grove, então em crise, retirou seu promissor novato Nico Hülkenberg para parear Maldonado com Rubens Barrichello na temporada 2011. Ganharia muito dinheiro nos anos seguintes para abrigar o campeão da GP2, um piloto que podia ser extremamente rápido. Haryanto se valeu de um time nanico e em busca desesperado por um piloto que podia oferecer aquilo que Will Stevens e Alexander Rossi não podiam dar: grana.
Diga o que for do tempo de Maldonado na F1, mas o indonésio Haryanto sonhando em ter no Mundial uma carreira parecia à do venezuelano. Foram 95 largadas e uma vitória – no GP da Espanha de 2012 – algo que um novato de equipe pequena sonharia em emular. Os novos tempos da Manor podem deixar ao menos Rio rascunhe alguns sonhos.
País: Venezuela
Idade: 31 anos
Primeira equipe: Williams
Chegou à F1 com: 25 anos
Carro: #13
Petrolífera patrocinadora: PDVSA
Valor inicial da vaga: R$ 77,3 milhões e crescendo nos anos seguintes
Temporadas na GP2: quatro
Vitórias na GP2: dez
Pódios na GP2: 18
Melhor resultado na GP2: campeão em 2010
Melhor resultado anterior: terceiro lugar na World Series em 2006
Largadas na F1: 95
Vitórias na F1: 1 (GP da Espanha de 2012)
Primeiras três corridas: abandono, abandono e 18º
(Pastor deixou a F1 de forma melancólica)
País: Indonésia
Idade: 23 anos
Primeira equipe: Manor
Chegou à F1 com: 23 anos
Carro: #88
Petrolífera patrocinadora: Pertamina
Valor inicial da vaga: Quase R$ 66,7 milhões
Temporadas na GP2: quatro
Vitórias na GP2: três
Pódios na GP2: sete
Melhor resultado na GP2: quarto lugar em 2015
Melhor resultado anterior: quinto lugar na GP3 em 2010
Primeiras três corridas: abandono, 17º e 21º
Largadas na F1: 3
Vitórias na F1: 0
(Rio Haryanto (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio))
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