Silverstone recebe a Fórmula 1 desde 1950, quando a categoria aproveitou uma antiga base aérea britânica para abrir o primeiro campeonato de sua história. O autódromo segue no calendário, mas as mudanças ao longo de 70 anos são incontáveis

Silverstone é o berço da Fórmula 1. A frase é lugar comum, mas é verdade: além de o autódromo ter sido palco da primeira corrida do primeiro campeonato, a Grã-Bretanha pode ser apontada como país mais tradicional do mundo do automobilismo. Entretanto, seria exagero dizer que Silverstone de hoje tem muito a ver com Silverstone de quase 70 anos atrás.

Tudo mudou, seguindo a linha de evolução da F1 em si. O autódromo que funcionava de acordo com o asfalto que já existia na base aérea de Silverstone virou um autódromo de ponta, referência para a Europa. Isso pode ser visto com nitidez: tanto a estrutura do circuito mudou por completo quando o traçado em si precisou se readequar aos tempos modernos, com menos curvas de alta velocidade e menos risco.

Na semana da edição de 2019 do GP da Inglaterra, o GRANDE PREMIUM aproveita o gancho e volta no tempo. Postos lado a lado estão Silverstone de 1950 e 2019. O lugar é o mesmo, assim como a paixão dos fãs. E talvez esses sejam os únicos pontos em comum.

O traçado antigo de Silverstone (Silvertstone 1950)

Silverstone, 1950

Uso: 1949-1951
Distância: 4,649 km
Curvas: 8
Recorde: 1:43.4 (José Froilán González, Ferrari, 1951)

Em sua origem, Silverstone era o circuito mais simples possível. A antiga base aérea da RAF deixou três pistas de pouso/decolagem, além da pista de apoio que rondava o terreno. Era com isso que os britânicos teriam que se virar para montar um traçado.

A primeira solução foi engenhosa, com o GP da Inglaterra de 1948 usando as pistas de decolagem para criar hairpins e zonas de frenagem como um todo. Por questões de segurança, uma versão mais simples ainda foi criada em 1949: a pista seria essencialmente dos trechos de asfalto que rondavam o perímetro. Mais por sorte do que por juízo, saiu algo legal: Silverstone tinha longas retas, curvas velozes e zonas de escape com um tamanho decente – para os anos 1950, claro.

Em termos de estrutura, o circuito evidentemente não era espetacular. Eram apenas duas arquibancadas cobertas, com o resto do público tomando espaço nos barrancos à beira da pista. Uma curiosidade é que a reta de largada era a Farm – hoje nem utilizada mais –, logo antes da Woodcote, que levava à reta de largada tradicional, usada até 2010.

A configuração da primeira corrida da história da Fórmula 1 vigorou apenas por mais um ano, 1951. Em 1952, a área de pits passou para seu ponto tradicional. O traçado em si, entretanto seguiria intacto até 1974, quando mudanças começaram a acontecer para driblar as velocidades cada vez mais altas.

O traçado atual de Silverstone, vigente desde 2011 (Silverstone 2011)

Silverstone, 2019

Uso: 2011-hoje
Distância: 5,891 km
Curvas: 18
Recorde: 1:30.621 (Lewis Hamilton, Mercedes, 2017)

Fora o local, Silverstone da atualidade em nada tem a ver com Silverstone de sete décadas atrás. Aquilo que ainda funcionava como um puxadinho em uma base aérea precisou se profissionalizar, com uma estrutura cada vez mais profissional ao longo dos anos.

O último passo nessa modernização veio em 2011. Na ocasião, a versão atual do traçado entrou em uso, com a reta de boxes indo para o novo local, com a estrutura atraente do Silverstone Wing virando nova marca registrada. Em essência, é um autódromo que não fica devendo muito para os tilkódromos de anos recentes.

Só que essa mudança só veio após negociações turbulentas. Em 2008, Bernie Ecclestone anunciou que o GP da Inglaterra iria para Donington Park a partir de 2010. A pista do icônico GP da Europa de 1993 tinha planos de obras grandiosas. O problema é que faltou dinheiro e nada virou realidade, levando a Fórmula 1 a seguir em Silverstone. O BRDC – organização dona do autódromo – aproveitou a situação para fazer grandes obras e se consolidar de vez como casa da F1 na Grã-Bretanha.

As obras vieram a um custo. O trecho das curvas Bridge e Priory foi desativado, sendo trocado pelo projeto da Arena – cinco novas curvas, de alta e baixa velocidade, incluindo uma longa reta. Esta pode ser considerada a primeira configuração de Silverstone que deixa para trás as raízes do passado. Um exemplo disso é que essa é a primeira versão em que nenhuma das oito curvas originais é preservada, com todas sendo modificadas de um jeito ou de outro.

Em termos de espaço para o público, poucos autódromos europeus conseguem chegar ao nível de Silverstone. A mudança recente de reta de largada e chegada significa que o autódromo ficou com dois trechos com arquibancadas da melhor qualidade. De quebra, o trecho com barrancos que vai desde a Stowe até a Club permite a presença de milhares de fãs.

Silverstone: o circuito é lendário, mas mudou um monte com o passar do tempo (Visão aérea de Silverstone)

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