Com o começo da temporada 2021 dando a entender que haverá um embate entre Lewis Hamilton e Max Verstappen pelo título, o GRANDE PREMIUM compara os dois

É sempre complicado traçar situações prováveis para uma longa temporada após uma única etapa. Mas vamos lá, é o que faremos aqui: Lewis Hamilton e Max Verstappen irão lutar pelo título mundial de Fórmula 1 em 2021. Pronto, está dito. A Red Bull tem plenas condições de incomodar e Verstappen é talentoso bastante para se esgueirar para a briga mesmo um pouco atrás. O que as coisas indicam, entretanto, é o contrário: a Mercedes e Hamilton é que terão de recuperar território. E a lógica vale igualmente.

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Ranking GP: As notas do GP do Bahrein de 2021

Como o Bahrein mostrou, a Mercedes sempre guarda suas cartas na manga para alcançar o troféu mesmo quando parece destinado a outra equipe. Hamilton, desnecessário dizer, segue com a categoria de heptacampeão mundial em dia. Batê-lo vai demandar força gigantesca.

Agora, com uma década e meia de Fórmula 1 de um contra alguns anos de outro, é injusto comparar os números brutos para mostrar o quão descomunal é o talento destes dois protagonistas com que a F1 2021 acena. Justo, então, tirar um naco inicial das carreiras para começar a traçar esse paralelo entre os dois.

Muito antes de se tornar sete vezes campeão e maior vencedor de corridas de todos os tempos, Hamilton alcançou a marca de 120 corridas no Mundial durante a temporada 2013, quando estreava pela Mercedes. Este mesmo número, 120 largadas, é o que Verstappen atingiu no GP do Bahrein.

Lewis Hamilton, Max Verstappen, GP do Bahrein 2021,
GP do Bahrein terminou assim, com Hamilton logo à frente de Verstappen (Foto: Reprodução/Twitter/@MercedesAMGF1)

LEWIS HAMILTON – 120 corridas

Período: GP da Austrália 2007 – GP da Hungria 2013
Temporadas: 7
Títulos de Pilotos: 1 (2008)
Títulos de Construtores: 1 (2008)
Vitórias: 22
Vitórias de companheiros de equipe: 15
Poles: 30
Pódios: 53
Voltas mais rápidas: 12
Voltas lideradas: 1.342
Abandonos: 18
Equipes defendidas: McLaren (110) e Mercedes (10)
Derrotas para companheiro de equipe: Jenson Button, 2011
Companheiros de equipe: Fernando Alonso, Heiki Kovalainen, Jenson Button e Nico Rosberg

Verstappen é a grande esperança da Red Bull para mudar a história recente da F1 (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

MAX VERSTAPPEN – 120 corridas

Período: GP da Austrália 2015 – GP do Bahrein 2021
Temporadas: 7
Títulos de Pilotos: zero
Títulos de Construtores: zero
Vitórias: 10
Vitórias de companheiros de equipe: 4
Poles: 4
Pódios: 43
Voltas mais rápidas: 10
Voltas lideradas: 616
Abandonos: 26
Equipes defendidas: Toro Rosso (23) e Red Bull (97)
Derrotas para companheiro de equipe: Daniel Ricciardo, 2016 e 2017
Companheiros de equipe: Carlos Sainz, Daniel Ricciardo, Pierre Gasly, Alexander Albon e Sergio Pérez

Fato é, porém, que Verstappen não está de frente ao Hamilton de 2013. Como uma esponja de predicados, Lewis absorveu diversos aspectos dos estilos e abordagens de gente que enfrentou nestes últimos anos, como Nico Rosberg e Max Verstappen. O inglês é um piloto muito mais completo e cheio de vertentes após esta insana sequência de títulos mundiais. Falaremos um pouco mais sobre isso, mas, antes, os números atuais – e os mais impressionantes da história.

Lewis Hamilton, GP do Baherein 2021, Mercedes
Hamilton 1 a 0 em 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/@MercedesAMGF1)

LEWIS HAMILTON – 267 corridas

Período: GP da Austrália 2007 – GP do Bahrein 2021
Temporadas: 15
Títulos de Pilotos: 7 (2008, 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020)
Títulos de Construtores: 8 (2008, 2014, 2015, 2016, 2017, 2018, 2019 e 2020)
Vitórias: 96
Vitórias de companheiros de equipe: 44
Poles: 98
Pódios: 166
Voltas mais rápidas: 53
Voltas lideradas: 5.126
Abandonos: 26
Equipes defendidas: McLaren (110) e Mercedes (157)
Derrotas para companheiro de equipe: Jenson Button, 2011
Companheiros de equipe: Fernando Alonso, Heiki Kovalainen, Jenson Button, Nico Rosberg e Valtteri Bottas

Há uma diferença importante. Hamilton já foi mais como Verstappen, arisco e inquieto, dono de qualquer gap, agressivo ao extremo. A maturidade trouxe a Hamilton outro aspecto de suas habilidades: a paciência e capacidade de cuidar do equipamento, por exemplo. Uma das cenas mais marcantes da F1 nos anos 2000 foi Lewis na brita do GP da China de 2007, quando estava a algumas voltas de conquistar o título mundial no ano de estreia. O piloto de hoje, aos 36 anos, é quem melhor cuida dos pneus na categoria. É impressionante e quase misterioso, mas quando a Mercedes começa a se preocupar com o desgaste, invariavelmente aparece a voz do heptacampeão dizendo que os pneus estão bons.

É algo que aprendeu com Vettel, sim. Enquanto Hamilton passou 2015 e 2016 se preocupando com Rosberg, Vettel, numa Ferrari segundona, entendia melhor como funcionavam os pneus da Pirelli. A partir de 2017, o inglês sacou a situação e atacou a fraqueza que tinha frente ao rival. Ficou melhor.

Os anos de duelo com Rosberg ensinaram a se preparar metodicamente ao longo dos fins de semana. Lewis hoje se prepara para uma corrida de maneira bem parecida ao alemão, atacando um problema de cada vez ao longo do fim de semana até chegar à classificação.

Além disso, os 15 anos de categoria misturados à inteligência enorme e o prestígio do talento ao volante deram a ele a compreensão invejável de como traçar estratégias até de dentro do cockpit, em situações quando o plano original vai para o vinagre. Ainda pode oferecer pequenas armadilhas para se defender, como fez contra Verstappen neste GP do Bahrein. Hamilton se tornou um piloto completo de tal maneira que não há como alcançar cortando caminho. Por mais talentoso que alguém seja, é necessário chupar laranja durante algum tempo para ser tarimbado o suficiente.

Lewis Hamilton e Max Verstappen
Lewis Hamilton e Max Verstappen: enfim, o confronto (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

Verstappen é um jovem experiente. Aos 23 anos, está na sétima temporada como piloto de F1 – fruto de ter sido o mais jovem da história, recorde que certamente permanecerá por muito tempo. Já é um piloto de trajetória importante e com evidente capacidade para ser campeão mundial, mas ainda não o bastante para ser versado em tantos pontos específicos do ofício de guiar carros de corrida quanto seu principal rival.

O salto de Verstappen nos últimos três anos é latente. Passou a entender mais o carro e necessidades, controlar mais o equipamento, causar menos problemas de confiabilidade e, ainda assim, com velocidade assombrosa. Tornou-se um piloto #1 de almanaque, daquele que entrega todos os pontos possíveis e ainda bate a carteira alheia para tomar mais alguns no fórceps.

Mas na comparação direta com Hamilton ainda briga demais com o carro, força o equipamento um tom acima, entende o contexto da corrida um tom abaixo e se emociona demais com qualquer espaço. A manobra do Bahrein foi isso: Max não precisava atacar na curva quatro daquela forma, tinha tempo e um carro melhor. Com tantas retas no Bahrein, três delas com direito a abrir a asa móvel, a ultrapassagem era praticamente certa. A decisão de ser espetacular custou a vitória e o direito de sair na frente no campeonato.

É possível, até provável, à essa altura da carreira de ambos, que Max Verstappen tenha mais velocidade bruta que Lewis Hamilton, mas o inglês é notavelmente mais completo. O lado bom é que, com o talento que tem, Verstappen está no caminho certo para se tornar este monstro sagrado da pilotagem. Ainda não é, pois. A temporada 2021 ainda é um referendo entre um piloto sem pontos fracos e um com pontos fortes em ebulição.

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