A Fórmula 1 terá carros muito diferentes em 2022, consequência de um regulamento técnico reformulado. O GRANDE PREMIUM explica os problemas que a categoria tenta corrigir

A quinta-feira (13) vai abrir portas para o futuro da Fórmula 1. A categoria promete revelar novidades sobre o carro de 2022, com visual completamente renovado para abrir uma nova era. O objetivo é simples: melhorar as corridas, com carros se ultrapassando e brigando por posição com mais facilidade. Mas como exatamente a F1 quer chegar lá?

Para isso, é importante entender os problemas que a F1 tem agora, em 2021, após anos de medidas que não surtiram efeitos. Os erros do passado servem de lição para um futuro que, caso tudo corra bem, tem potencial de ser dos melhores.

Esse é o tema do Lado a Lado desta semana. O GRANDE PREMIUM se debruça sobre o carro do presente da F1 para ajudar a entender como será o carro do futuro.

Os carros da F1 moderna dificultam brigas por posição (Foto: Pirelli)

F1 2021

O carro atual da Fórmula 1 é, em linhas gerais, apenas uma versão evoluída do que vimos pela primeira vez em 2017. Na ocasião, a categoria tomou a decisão ousada de permitir aerodinâmica mais rebuscada nos carros, incluindo asas maiores e mais downforce. O objetivo era deixar os carros mais velozes, já que a geração de bólidos entre 2014 e 2016 foi duramente criticada por ser lenta demais – no começo, os carros eram apenas um pouco mais rápidos que os da finada GP2.

O problema: deixar carros mais rápidos através da aerodinâmica costuma ser ruim para brigas por posição. E assim foi, já que os carros lançados desde 2017 geram muito ar turbulento, dificultando que um piloto siga outro de perto. Mecanismos como o DRS se tornaram fundamentais para resolver o problema, mesmo que de forma artificial.

Apesar de os campeonatos de 2017 e 2018 empolgarem o público, havia o consenso de que algo precisava ser feito. Eis que um novo regulamento aerodinâmico é formulado para 2019: alguns elementos foram retirados da asa dianteira, na esperança justamente de reduzir a turbulência dos carros. Só que os efeitos foram mínimos, já que os bólidos seguiam gerando turbulência demais. Como o plano original da F1 era mudar tudo já em 2021, poucas mudanças aerodinâmicas foram feitas para 2020.

Só que aí a pandemia veio, levando ao adiamento do novo carro para 2022. Isso transformou 2021 em mais um ano sem grandes reviravoltas no regulamento técnico. O único grande ajuste, a simplificação do assoalho, deixou tudo mais animado ao permitir uma briga entre Red Bull e Mercedes. Dito isso, as brigas por posição ainda são altamente dependentes do uso do DRS.

As reclamações constantes a respeito da aerodinâmica dos carros quase nos fazem esquecer das críticas às unidades de potência. Estas ainda aparecem por aí, já que a configuração atual é tida como complexa (e cara) demais, mas sem dar um retorno à altura.

O conceito da nova geração de carros da F1, que promete mudar tudo (Foto: Reprodução/LiveGP.it)

F1 2022

Como já ficou claro, a F1 precisa trabalhar para acabar com o ar turbulento dos carros. A solução encontrada para isso foi curiosa: o retorno do efeito solo, febre nos anos 1980 até ser banido por questões de segurança. O conceito gera downforce através da parte inferior do carro, incluindo o assoalho. Assim, não há necessidade de muitas das traquitanas aerodinâmicas, que geram turbulência, vistas nos carros de 2021.

Isso fica claro através de tudo que a F1 já apresentou nos novos modelos. Os bargeboards, estrutura na lateral dos carros, serão completamente eliminados. As asas, tanto dianteiras quanto traseiras, serão simplificadas. O impacto é grande: cálculos da F1 projetam que um carro de 2022 no ar sujo terá 86% do downforce no ar limpo. Com os carros atuais, esse número é de apenas 55%. Sim: um carro atual perde quase metade da capacidade de fazer curvas quando está muito perto de outro.

É importante citar que, apesar do otimismo que as mudanças causam, isso tudo ainda é teórico. É bem possível que, na prática, alguma equipe encontre algum furo no regulamento técnico para deixar o carro mais rápido e, mesmo que sem querer, acabe deixando o carro mais turbulento.

A unidade de potência também foi tópico altamente debatido na elaboração do novo regulamento. A palavra chave era ‘simplificar’. Com motores mais simples, a categoria não só poderia se tornar mais atraente para o público, como também seria capaz de reduzir custos e atrair novas montadoras. Isso é particularmente importante no contexto atual, já que a Honda está de saída e deixa apenas Ferrari, Mercedes e Renault como fornecedoras de motor.

Essa simplificação começaria através da remoção do MGU-H, um dos mecanismos para recuperação de energia no carro. Só que o tempo passou e ninguém mostrou interesse em fornecer motor já em 2022. Isso, aliado aos riscos causados pela saída da Honda, levou a F1 a congelar os motores ao fim deste ano. Ou seja, a reconfiguração dos motores é um debate que fica adiado para 2025, quando o formato atual de V6 Turbo será aposentado.

Os rumos exatos de 2022 ainda são um mistério. Temos dicas e sinais, mas nada muito mais concreto do que isso. Pois está chegando a hora de desvendar o futuro.

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