Muita coisa mudou na Fórmula E entre uma visita à Arábia Saudita e outra. Hora de comparar os números dos pilotos no começo do campeonato passado e no começo do atual
A temporada 2020/21 da Fórmula E começou da mesma forma que a 2019/20: com rodada dupla em Diriyah. Quer dizer, as corridas foram as mesmas: o resto tudo mudou, com pilotos subindo e descendo rapidamente na divisão de forças.
Nyck de Vries é bom exemplo disso, saindo do pelotão intermediário para ser claramente o mais rápido do grid em espaço de uma temporada. Alexander Sims, por sua vez, desmoronou entre uma visita à Arábia Saudita e outra. E teve quem foi mal no passado e continuou mal no presente.
Para analisar a gangorra, o GRANDE PREMIUM coloca lado a lado as performances dos principais pilotos da Fórmula E em Diriyah nas últimas duas temporadas, apontando quem ganhou terreno e quem perdeu nas abertura de cada campeonato.
Nyck De Vries
2019/20
8 pontos
9° colocado
2020/21
32 pontos
1° colocado
Um ano de experiência faz uma diferença enorme. O piloto que começou a jornada na Fórmula E levando pau de Stoffel Vandoorne conseguiu dar a volta por cima: Nyck de Vries venceu a primeira corrida em Diriyah e, verdade seja dita, poderia muito bem ter vencido a segunda se não fosse o controverso formato de classificação do certame elétrico.
Ainda que a segunda corrida tenha sido menos brilhante, o total de 32 pontos deixa o holandês em primeiro e com todos os motivos para acreditar em uma briga pelo título ao longo dos próximos meses. Assumindo, claro, que a Mercedes siga forte.
2019/20
26 pontos
3° colocado
2020/21
25 pontos
2° colocado
Uma vitória e um abandono em um ano; um abandono e uma vitória em outro. É assim que podemos resumir as duas passagens mais recentes de Sam Bird por Diriyah, com a inconsistência que tanto limita o potencial de evolução na FE.
A boa notícia é que, no caso de 2021, Bird mostrou que se adaptou bem à nova realidade na Jaguar. Tem um carro rápido e as condições de seguir em busca de pódios. Se evitar novos abandonos – e o de Diriyah nem foi culpa dele, sendo abalroado por Alex Lynn –, tem tudo para sair da vice-liderança e deixar Nyck de Vries para trás em breve.
2019/20
10 pontos
8° colocado
2020/21
22 pontos
3° colocado
A primeira rodada dupla de 2019/20 foi um bom indicativo de que a temporada inteira seria difícil para Robin Frijns. O piloto somou 10 pontos na ocasião, o que não era de todo ruim, mas foi o primeiro de uma série de finais de semana puramente medianos. Em 2021, um alento: pódio já de cara.
Frijns deixou Diriyah em terceiro na classificação, apenas 10 pontos atrás de Nyck de Vries. Como líder da Virgin, é um possível candidato ao título. Falta ver se o equipamento vai ajudar, mas o que vale mesmo é começar com o pé direito.
António Félix Da Costa
2019/20
3 pontos
13° colocado
2020/21
15 pontos
5° colocado
Quando se fala sobre o 2019/20 de António Félix da Costa, logo vem à cabeça as atuações dominantes na série de corridas em Berlim. Só que nem sempre foi assim: a campanha de 2021 do português começou com apenas 3 pontos, consequência de acidentes e classificações ruins.
Um ano se passou e Da Costa busca o campeonato. Agora, em posição bem mais favorável: o português foi beneficiado por uma punição a Jean-Éric Vergne na corrida 2 em Diriyah e herdou um pódio, já empilhando 15 pontos e saltando para quinto no Campeonato de Pilotos. Olho nele.
2019/20
35 pontos
1° colocado
2020/21
6 pontos
13° colocado
É até difícil acreditar, mas Alexander Sims terminou a rodada dupla de Diriyah de 2019/20 como líder da FE. O britânico não é de todo ruim, mas nunca foi brilhante. Isso mudou na ocasião, apesar de a temporada depois sair de controle e o piloto da BMW voltar a ser puramente mediano.
O tempo passou, com Sims agora na Mahindra. A equipe é mais humilde, assim como os resultados: os ePs de Diriyah renderam não vitória e liderança, mas meros 6 pontos e o 13° lugar no campeonato. Não dá para dizer que é exatamente chocante.
2019/20
18 pontos
5° colocado
2020/21
6 pontos
14° colocado
Lucas Di Grassi peregrina na Fórmula E em busca da forma já apresentada no passado, quando ia com frequência ao pódio e era candidato permanente ao título. Isso se perdeu ano passado, quando terminou em um modesto sexto lugar. Curiosamente, o começo foi bom: o brasileiro não teve boas posições de largada em 2019 em Diriyah, mas pontuou bem e saiu com 18 tentos, em quinto.
Em 2021, o quadro é mais negativo. Di Grassi somou apenas 6 pontos e deixou a Arábia Saudita em 14°. Se isso é um sinal sobre o que há de vir, o brasileiro tem que ficar de olho para evitar uma temporada difícil.
2019/20
4 pontos
12° colocado
2020/21
0 pontos
17° colocado
Falando em começo difícil… Jean-Éric Vergne penou em Diriyah. Tanto em 2019 quanto em 2021, diga-se. Na temporada passada, o francês não teve boas classificações e saiu com 4 pontinhos. Deu para reagir e terminar o campeonato em terceiro, mas é inegável que um começo melhor teria facilitado a vida na luta contra António Félix da Costa.
Para o azar de Vergne, a novela parece se repetir. O francês até estava em vias de confirmar um pódio na corrida 2, mas perdeu tudo com uma punição pós-corrida e saiu da Arábia Saudita sem um mísero pontinho. O esforço terá de ser redobrado agora para manter a caça ao tricampeonato.
2019/20
0 pontos
20° colocado
2020/21
0 pontos
19° colocado
Pior que isso, só com Sébastien Buemi. O suíço, outrora homem a ser batido na FE, deixou Diriyah em 2019 sem pontos. A campanha inteira foi completamente mediana, sem qualquer esperança real de vitória ou de título, mas as campanhas na Arábia Saudita foram particularmente ruins.
Uma temporada se passou e, nesse caso, nada mudou: Buemi segue zerado, sendo 13° no primeiro eP e abandonando o segundo. Nesse caso, a tristeza não é nem a dificuldade de lutar por título, mas, sim, a dificuldade de voltar a ter alguma forma de protagonismo novamente.
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