Na Fórmula E, tal qual na Fórmula 1, a Mercedes conseguiu deixar o pelotão médio para liderar o campeonato. O GRANDE PREMIUM mostra em números o salto da equipe alemã

Um certo pensador alemão disse uma vez que a história sempre se repete: a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. Essa analogia faz mais sentido com questões sociais do que com esporte a motor, mas nos leva a algo que começa a acontecer na Fórmula E: o evidente crescimento da Mercedes, que tenta replicar o domínio já visto na Fórmula 1.

Na classificação, os dois campeonatos da Fórmula E são liderados pela Mercedes, tanto entre Equipes quanto entre Pilotos, com Nyck de Vries líder e Stoffel Vandoorne vice. As margens são apertadas, mas parece claro que os alemães se encaixaram bem no certame.

Isso fica ainda mais impressionante quando se compara a temporada 2020/21 com a 2019/20. E é isso que o GRANDE PREMIUM faz no Lado a Lado desta semana: pegamos os resultados dos primeiros seis ePs do campeonato passado para ver onde a Mercedes estava na comparação com os primeiros seis da disputa atual. Spoiler: você está prestes a ver números que remetem à ascensão da montadora na Fórmula 1 alguns anos atrás.

Nyck De Vries precisou de tempo até evoluir na FE (Foto: Fórmula E)

Nyck De Vries

2019/20 (após seis corridas)
30 pontos
0 vitórias
12° lugar

2020/21
57 pontos
2 vitórias
1° lugar

A análise começa pelo líder do campeonato atual: Nyck de Vries. O holandês foi campeão da Fórmula 2 em 2019, partindo para uma estreia promissora na Fórmula E em 2019/20. Apesar do potencial não ser necessariamente questionado, estava claro que havia um longo processo de adaptação pela frente.

As primeiras corridas de De Vries na FE foram marcadas por inconstância. O jovem conseguia resultados como o quarto lugar na primeira corrida de Berlim, mas ainda não era capaz de terminar dois ePs seguidos na zona de pontos. Havia uma diferença nítida na comparação com Stoffel Vandoorne, que já estava no segundo ano no grid e bem melhor adaptado.

Só que essa mesma adaptação viria a render frutos para De Vries uma temporada depois. O holandês ainda é inconstante, mas o começo da temporada 2020/21 tem pontos altos bem mais dignos. Brigar apenas por pontos virou coisa do passado, com duas vitórias já vindo nas primeiras seis corridas. É o único com triunfos repetidos, diga-se. Essa é a principal justificativa para o piloto, apesar de ainda desperdiçando pontos, surgir como líder do Campeonato de Pilotos.

Stoffel Vandoorne teve um bom começo de 2020 (Foto: Fórmula E)

Stoffel Vandoorne

2019/20 (após seis corridas)
46 pontos
0 vitórias
4° lugar

2020/21
48 pontos
1 vitória
2° lugar

Como já dito algumas linhas acima, Vandoorne não era novato em 2019/20. Os resultados deixavam isso bem claro: o piloto abriu o campeonato com dois pódios nas duas primeiras corridas em Diriyah. Isso era particularmente surpreendente, já que o envolvimento da Mercedes como montadora era novidade e rendia frutos imediatos. O problema é o que viria depois: o belga se tornou um tanto inconsistente e até mesmo o sonho de vencer começou a ficar um tanto mais afastado. Ao fim das seis primeiras corridas do campeonato passado, Stoffel podia pelo menos se gabar de estar consolidado dentro do top-5 do Campeonato de Pilotos.

Um ano se passou e a situação é diferente. Para a melhor: Stoffel venceu corrida, é vice-líder e, ainda assim, pode reclamar que dava para ser ainda melhor. O piloto tem ritmo bastante parelho na comparação com De Vries, mas sofre ainda para transformar isso em resultados de grande candidato ao título. São dois abandonos até aqui, sendo que um deles, em Valência, foi por afobação pura em briga por posição. Com carro melhor, mas errando mais, o piloto fica apenas 2 pontos acima do conquistado no mesmo período do campeonato passado. Sabendo que não há garantia de nada na Fórmula E, nem mesmo de força da Mercedes, o negócio é trabalhar para pontuar com maior frequência e aproveitar esse carro.

Stoffel Vandoorne era a grande esperança de resultados da Mercedes em 2020 (Foto: Fórmula E)

Mercedes

2019/20 (após seis corridas)
76 pontos
0 vitórias
3° lugar

2020/21
105 pontos
3 vitórias
1° lugar

Os fãs de Fórmula 1 têm um déjà vu ao analisar a Fórmula E de 2021. É que o campeonato elétrico se tornou mais um com a equipe prateada liderando, aparentemente com o carro mais rápido do momento. É claro que essa posição é muito mais frágil em um certame de carros quase iguais e de corridas mais bagunçadas, mas as últimas semanas deixaram bem claro que o carro prateado tem algo de especial na comparação com rivais.

Os números falam por si. A Mercedes soma três vitórias em seis corridas, sendo a única equipe a ir além de um triunfo. Apesar de resultados ainda incrivelmente inconstantes, incluindo quatro abandonos, os alemães se consolidaram na liderança do Campeonato de Construtores. São 105 pontos, sendo 23 de vantagem sobre a Jaguar.

O passo adiante na comparação com 2019/20 é claro como a luz do dia. A escuderia prateada não estava mal, mas surgia em terceiro, muito atrás da então dominante Techeetah. Até a BMW, tão inconsistente quanto, conseguia pontuar melhor. O objetivo da Mercedes era ficar no pelotão dianteiro, mas qualquer coisa além disso seria pedir demais. Não mais: um ano depois, parece que apenas o céu é o limite para as Flechas de Prata.

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