Dois acidentes separados por 141 dias colocaram Marc Márquez diante de um mesmo problema: a diplopia. A fase profissional, no entanto, é diferente nesses dois momentos. E é isso que o GRANDE PREMIUM coloca Lado a lado

MÁRQUEZ VÊ SORTE VIRAR NA INDONÉSIA E COMEÇA 2022 DA MOTOGP NO CONTRAPÉ

A sorte parece ter abandonado Marc Márquez. Depois de dois anos de uma epopeia que começou lá atrás, em 19 de julho de 2020, o espanhol de Cervera viu a vida virar do avesso. De atleta que só conhecia o olimpo do esporte, o irmão de Álex se viu no outro extremo da profissão: o de um esportista que precisa batalhar contra as dores, se afastar da própria modalidade e até repensar o próprio futuro.

Depois de três cirurgias no braço ― e aqui é bom lembrar que a ânsia de voltar rápido cobrou um preço alto, já que interferiu na recuperação da primeira operação e motivou a segunda intervenção, onde ocorreu uma infecção, o que acabou por afetar a calcificação óssea, que resultou na terceira cirurgia ―, Marc passou nove meses longe da MotoGP e perdeu 15 corridas. O piloto da Honda ficou de fora de toda a temporada 2020, mas perdeu também os dois primeiros GPs de 2021.

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Médico não deu prazo para recuperação de Marc Márquez (Foto: Red Bull Content Pool)

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Quando, enfim, voltou, Márquez tinha um longo caminho pelo frente. Além de a forma física não ser mais a mesma, a Honda tampouco era. Sem aquele que era o principal piloto da marca, a montadora japonesa entrou em uma espiral negativa e viu os resultados minguarem. A RC213V era dependente da mágica de Marc, mas ele não estava em condições de fazer magia. Ao menos não em 100% do tempo.

Sentido os efeitos combinados das cirurgias e de uma antiga lesão no ombro direito, o hexacampeão da MotoGP tardou em recuperar a forma. Os primeiros grandes resultados vieram em pistas canhotinhas, onde o maior número de curvas para a esquerda compensavam as dificuldades físicas que ainda existiam. Foi assim que ele venceu em Sachsenring e Austin, pistas onde ele sempre esteve próximo de impecável.

A vitória mais importante, contudo, foi a do GP da Emília-Romanha. É verdade que ele herdou a ponta depois de uma queda de Francesco Bagnaia, mas, até então, o piloto famoso pelo #93 vinha acompanhando o ritmo do adversário da Ducati em um traçado com muito mais curvas para direita. Era um sinal claro de que o corpo estava respondendo. Tanto era assim que ele próprio cruzou a linha de chegada apontando para o ombro direito.

Parecia que ele tinha, finalmente, encontrado a saída do poço. Mas não foi bem assim. Seis dias depois de vencer em Misano, durante um treino de enduro, as mãos que tentavam impulsionar Marc para fora escorregaram e ele voltou a cair. O espanhol sofreu uma concussão na queda e acabou diagnosticado com diplopia.

O sintoma não era nenhuma novidade para o filho de Roser e Julià. Já em 2012, ainda nos tempos da Moto2, Marc sofreu do mesmo mal, também depois de uma queda. Na época, chegou até a passar por cirurgia. Desta vez, o oftalmologista da confiança do titular da Honda optou pelo tratamento conservador ― ou seja, não cirúrgico ― e o processo de recuperação foi longo. O mais velho dos Márquez perdeu as últimas duas corridas do ano, mas teve o tempo das férias para conseguir se recuperar.

Neste ano, ao aparecer para os testes de pré-temporada, Marc reconheceu que viveu momentos difíceis. Diferentes da lesão no braço, o problema de visão o afeta em tempo integral. Não depende de movimentos, esforço ou atividade. Está presente em 100% do tempo.

Mas não foi só isso. Marc também se mostrou ciente de que sabia que a diplopia podia voltar. Hoje, amanhã, daqui um mês ou dez anos. E foi exatamente isso que aconteceu.

No domingo, durante o warm-up da MotoGP para o GP da Indonésia, Marc sofreu um violentíssimo high-side e caiu feio no chão. Diagnosticado com concussão, foi barrado de correr em Mandalika e, ao voltar para Espanha, veio o diagnostico da volta da diplopia.

Agora, volta a espera. O oftalmologista mais uma vez optou pelo plano conservador, mas embora tenha dito que o quadro não é tão severo quanto o anterior, ninguém falou em prazos.

O momento de Márquez, contudo, é muito diferente. Ele estava em forma. Marc mudou para Madri para trabalhar com a mesma equipe médica que cuida do tenista Rafael Nadal e, assim, dar ao ombro lesionado uma atenção mais especializada, e não vinha sentindo incômodos. E a Honda também era outra.

Depois de perceber que a moto estava temperamental demais para simples mortais, a marca da asa dourada promoveu uma grande alteração no protótipo, que ficou significativamente mais competitivo. Uma mudança nos pneus foi o calcanhar de Aquiles da RC213V, mas a Honda tinha motivos para ser confiante. Marc tinha motivos para acreditar que podia brigar pelo título.

É cedo para dizer o quanto a nova lesão vai impactar a temporada de Márquez. Mas o fato é que parece que o calvário do piloto não tem fim.

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