Antes de cair a cortina de 2020, vale olhar para a temporada que ficou para trás para analisar quem saiu vencedor no confronto interno das equipes da MotoGP
Tem uma máxima no esporte a motor que diz que o primeiro inimigo de um piloto é o companheiro de equipe. E essa é uma verdade também na MotoGP.
Ao longo da temporada 2020, foram poucas as equipes que conseguiram um equilíbrio na performance dos pilotos. Suzuki, SRT Yamaha e Avintia foram as menos discrepantes, enquanto que na Tech3 KTM o experiente Miguel Oliveira colocou o novato Iker Lecuona no bolso.
No Lado a Lado desta quinta-feira (24), colocamos frente a frente os pilotos de todas as 11 equipes da classe rainha do Mundial de Motovelocidade.
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Aprilia
O time de Noale viveu um ano esquisito. Com Andrea Iannone suspenso por doping, a Aprilia confiou na inocência do italiano e decidiu escalar o reserva Bradley Smith como substituto, apostando que teria o polêmico italiano de volta no mais tardar em Aragão.
Mas não foi isso que aconteceu. Iannone levou um gancho de quatro anos e depois de passar 11 GPs com Smith como titular, o time comandado por Massimo Rivola decidiu entregar a RS-GP para Lorenzo Savadori nas três corridas finais.
Com um ou com outro, o placar é amplamente favorável a Aleix Espargaró. Tradicional capitão do time, o catalão somou 42 pontos na temporada, 30 a mais que Smith, o melhor companheiro de 2020.
Aleix Espargaró | Bradley Smith | Lorenzo Savadori | |
Número de GPs | 14 | 11 | 3 |
Poles | 0 | 0 | 0 |
Pódios | 0 | 0 | 0 |
Vitórias | 0 | 0 | 0 |
Pontos | 42 | 12 | 0 |
Classificação final | 17 | 21 | 25 |
Avintia
De todas as equipes, talvez a Avintia seja aquela em que a diferença de nível fosse a mais esperada. Campeão da Moto2 em 2014, Tito Rabat não fez uma história das melhores na MotoGP e ser colocado lado a lado com Johann Zarco já sinalizava problemas para o catalão ― especialmente considerando que o francês contava com certo suporte da Ducati.
Estreando com a Desmosedici, Zarco deu à primeira pole e o primeiro pódio à equipe e somou 77 pontos no ano, 67 a mais que Johann. A situação de Tito, aliás, acabou ainda pior, já que ele ficou sem vaga para 2021 e vai correr com a Barni Ducati no Mundial de Superbike.
Johann Zarco | Tito Rabat | |
Número de GPs | 14 | 14 |
Poles | 1 | 0 |
Pódios | 1 | 0 |
Vitórias | 0 | 0 |
Pontos | 77 | 10 |
Classificação final | 13 | 22 |
Ducati
A Ducati viveu um ano difícil na MotoGP. Danilo Petrucci foi dispensando antes mesmo do início do campeonato, enquanto Andrea Dovizioso decidiu abandonar as negociações para renovar o contrato.
Com os dois pilotos de saída ― e apenas Danilo com vaga para 2021, na Tech3 ―, a Ducati perdeu protagonismo, mas, mesmo em um ano apagado, Dovizioso ainda conseguiu fazer frente ao companheiro de equipe. Cada um deles venceu uma corrida, mas Andrea somou 57 pontos a mais.
Andrea Dovizioso | Danilo Petrucci | |
Número de GPs | 14 | 14 |
Poles | 0 | 0 |
Pódios | 2 | 1 |
Vitórias | 1 | 1 |
Pontos | 135 | 78 |
Classificação final | 4 | 12 |
Honda
O ano da Honda foi um tanto caótico. Originalmente, Álex e Marc Márquez formariam o par da marca da asa dourada, mas uma queda ainda na primeira corrida do ano tirou o hexacampeão de toda a temporada.
Com Marc de molho após fraturar o braço direito, Stefan Bradl assumiu a RC213V e, mesmo no ano de esteia, Álex não teve grandes problemas em fazer frente ao piloto reserva. Com dois pódios, o campeão de 2019 da Moto2 somou 47 pontos a mais que o alemão.
Álex Márquez | Marc Márquez | Stefan Bradl | |
Número de GPs | 14 | 1 | 11 |
Poles | 0 | 0 | 0 |
Pódios | 2 | 0 | 0 |
Vitórias | 0 | 0 | 0 |
Pontos | 74 | 0 | 27 |
Classificação final | 14 | 26 | 19 |
KTM
A casa de Mattighofen foi a que mais avançou em 2020. Com Dani Pedrosa trabalhando nos bastidores, a RC16 avançou consideravelmente e conseguiu as primeiras vitórias na MotoGP.
Estreante, Brad Binder fez história em Brno com o primeiro triunfo da KTM, mas, ainda assim, foi derrotado por Pol Espargaró, o companheiro bastante mais experiente. De partida para a Honda, onde estreia em 2021, o catalão somou 48 pontos a mais que o sul-africano para fechar o ano em quinto.
Brad Binder | Pol Espargaró | |
Número de GPs | 14 | 14 |
Poles | 0 | 2 |
Pódios | 1 | 5 |
Vitórias | 1 | 0 |
Pontos | 87 | 135 |
Classificação final | 11 | 5 |
LCR Honda
A LCR Honda também viu um contraste impressionante entre os pilotos na temporada 2020. Também por causa da impressionante maré de azar de Cal Crutchlow.
No entanto, o destaque ficou mesmo por conta de Takaaki Nakagami, que aproveitou a ausência de Marc Márquez para assumir a dianteira. Apesar de ter flertado com pódios e vitórias aqui e ali, acabou mesmo com só uma pole, mas somou 84 pontos a mais que o britânico, que encerrou a carreira para ser piloto de testes da Yamaha em 2021.
Cal Crutchlow | Takaaki Nakagami | |
Número de GPs | 11 | 14 |
Poles | 0 | 1 |
Pódios | 0 | 0 |
Vitórias | 0 | 0 |
Pontos | 32 | 116 |
Classificação final | 18 | 10 |
Pramac Ducati
A equipe italiana não tem muito do que reclamar em 2020. Foram cinco pódios no ano e momentos de protagonismo não só para Jack Miller, mas também para Francesco Bagnaia. Tanto é assim que os dois serão promovidos ao time de fábrica da Ducati em 2021.
Pecco, porém, perdeu três corridas por conta de uma fratura na perna, mas conseguiu um pódio e 47 pontos. O australiano, por outro lado, foi quatro vezes ao top-3 e conseguiu a sétima colocação no Mundial de Pilotos, bastante melhor que o companheiro.
Francesco Bagnaia | Jack Miller | |
Número de GPs | 11 | 14 |
Poles | 0 | 0 |
Pódios | 1 | 4 |
Vitórias | 0 | 0 |
Pontos | 47 | 132 |
Classificação final | 16 | 7 |
SRT Yamaha
Poucas equipes se destacaram mais que a malaia em 2020. Com seis vitórias, a SRT passou o ano como protagonista, com Fabio Quartararo liderando boa parte da disputa. No entanto, a reta final do campeonato viu Franco Morbidelli virar o jogo para cima do companheiro de equipe.
Embora os dois tenham vencido três vezes no ano, o ítalo-brasileiro conseguiu outros dois pódios e assegurou o vice-campeonato, 13 pontos atrás de Joan Mir. Fabio, porém, escorregou para a oitava posição da tabela.
Fabio Quartararo | Franco Morbidelli | |
Número de GPs | 14 | 14 |
Poles | 4 | 2 |
Pódios | 3 | 5 |
Vitórias | 3 | 3 |
Pontos | 127 | 158 |
Classificação final | 8 | 2 |
Suzuki
A equipe comandada por Davide Brivio foi uma das que teve um duelo dos mais equilibrados. Álex Rins e Joan Mir conseguiram uma vitória cada, mas foi o piloto da moto #36 quem conseguiu maior regularidade.
Com sete pódios em 14 corridas, Mir foi campeão com 171 pontos, 32 a mais Álex, que também perdeu um GP por causa de lesão. E nenhum dos dois parceiros de Suzuki conseguiu pole.
Álex Rins | Joan Mir | |
Número de GPs | 13 | 14 |
Poles | 0 | 0 |
Pódios | 4 | 7 |
Vitórias | 1 | 1 |
Pontos | 139 | 171 |
Classificação final | 3 | 1 |
Tech3 KTM
Foi o time de Hervé Poncharal que viu a maior diferença entre companheiros de equipe. Caçula do grid, Iker Lecuona não teve nem chance de fazer frente a Miguel Oliveira.
O português venceu duas vezes ― primeiro com uma bela ultrapassagem nos metros finais e, depois, com uma performance dominante em Portimão ― e conquistou uma pole, somando 125 pontos, 98 a mais que o companheiro de box.
Iker Lecuona | Miguel Oliveira | |
Número de GPs | 11 | 14 |
Poles | 0 | 1 |
Pódios | 0 | 2 |
Vitórias | 0 | 2 |
Pontos | 27 | 125 |
Classificação final | 20 | 9 |
Yamaha
Em um ano marcado pela instabilidade da YZR-M1, Maverick Viñales não teve grandes dificuldades para superar Valentino Rossi. Mas isso não é um indício de um bom ano do espanhol.
Apesar das três poles, três pódios e uma vitória, o ‘Top Gun’ foi bastante irregular em 2020 e fechou o ano só em sexto. 66 pontos atrás de Maverick, o italiano de Tavullia enfrentou quebras, tombos e até a Covid-19, que o manteve afastado de duas etapas. Ano que vez, vai guiar pela SRT, encerrando uma história de 15 temporadas com o time de fábrica da Yamaha.
Maverick Viñales | Valentino Rossi | |
Número de GPs | 14 | 12 |
Poles | 3 | 0 |
Pódios | 3 | 1 |
Vitórias | 1 | 0 |
Pontos | 132 | 66 |
Classificação final | 6 | 15 |
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