A história da F1 seria um tanto diferente se, em vez de pontos, medalhas definissem os campeões. No clima olímpico, resolvi fazer essa brincadeira

  
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As Olimpíadas estão acabando, mas o espírito olímpico não deixa de nos contagiar. Depois de falar sobre uma possível entrada do automobilismo nos Jogos, resolvi ir mais longe e imaginar o quão diferente a história seria se os campeões fossem definidos não pelo tradicional sistema de pontos, mas por medalhas.

Essa ideia das medalhas foi lançada não faz muito tempo por Bernie Ecclestone, e chegou a ser oficializada pela FIA antes da temporada 2009. Por pressão das equipes e do público, a proposta foi revogada.

O que Ecclestone queria era algo que faz sempre: criar um fato novo, mudar o tópico da conversação. Estava cansado de ver gente reclamando que a F1 não tinha disputas ou ultrapassagens e radicalizou.

Realmente, foi uma opção sensata manter o formato habitual da disputa dos campeonatos. Mas gostamos de brincar e pensar em cenários diferentes. Afinal, como seria a F1 se ela fosse decidida por ouros, pratas e bronzes?

O Parque Olímpico dos Jogos Rio-2016 (O Parque Olímpico da Rio 2016 (Foto: Rio 2016))

  
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Óbvio que a brincadeira é bem subjetiva. Fosse o regulamento outro, certamente a postura dos pilotos também seria diferente, com pilotos mais consistentes buscando mais as vitórias em vez de pontuar com frequência. E é também preciso considerar que há muitos casos em que, apesar do número superior de vitórias, o ano acabou sendo de fato muito inferior. Vale para as conquistas extras de Jim Clark e para o 1987 de Nigel Mansell.

De qualquer maneira, dos 66 campeonatos realizados, apenas 13 terminariam com campeões diferentes. Nomes consagrados teriam importância bem diferente. Clark teria o dobro de títulos, enquanto que John Surtees e Denny Hulme perderiam suas taças. Surtees não poderia ostentar o título de único campeão mundial de F1 e Motovelocidade. Já nos anos 70, Mario Andretti e Alan Jones teriam sido bicampeões, tirando um título de Niki Lauda e outro de Jody Scheckter, respectivamente.

As mudanças mais radicais, todavia, aconteceriam nos anos 80: Nelson Piquet ficaria sem seus três canecos. Alain Prost seria penta; Ayrton Senna, tetra; e Mansell, tri. Ao mesmo tempo, o Brasil continuaria com três campeões, já que a taça de 2008 iria para Felipe Massa.

Eis as mudanças:

Ah, claro: o choro de Massa nesta foto seria de alegria (A última vitória de Felipe Massa foi no GP do Brasil de 2008 (Foto: Getty Images))

1958
Resultado real: Mike Hawthorn, 42; Stirling Moss, 41

Stirling Moss — 4 ouros e 1 prata
Tony Brooks — 3 ouros
Mike Hawthorn — 1 ouro, 5 pratas e 1 bronze

1964
Resultado real: John Surtees, 40; Graham Hill, 39; Jim Clark, 32

Jim Clark — 3 ouros
John Surtees — 2 ouros, 3 pratas e 1 bronze
Graham Hill — 2 ouros, 3 pratas

1967
Resultado real: Denny Hulme, 51; Jack Brabham, 46; Jim Clark, 41

Jim Clark — 4 ouros e 1 bronze
Denny Hulme — 2 ouros, 3 pratas e 3 bronzes
Jack Brabham — 2 ouros e 4 pratas

1977
Resultado real: Niki Lauda, 72; Jody Scheckter, 55, Mario Andretti, 47

Mario Andretti— 4 ouros e 1 prata
Niki Lauda — 3 ouros, 6 pratas e 1 bronze
Jody Scheckter — 3 ouros, 2 pratas e 4 bronzes
James Hunt — 3 ouros, 2 pratas e 3 bronzes

1979
Resultado real: Jody Scheckter, 51; Gilles Villeneuve, 47; Alan Jones, 40

Alan Jones — 4 ouros e 1 bronze
Gilles Villeneuve — 3 ouros e 4 pratas
Jody Scheckter — 3 ouros e 3 pratas

1981
Resultado real: Nelson Piquet, 50; Carlos Reutemann, 49; Alan Jones, 46

Alain Prost — 3 ouros, 2 pratas e 1 bronze
Nelson Piquet — 3 ouros, 1 prata e 3 bronzes
Carlos Reutemann — 2 ouros, 3 pratas e 2 bronzes

1982
Este campeonato realmente foi um caso à parte na história da F1, especialmente com os acidentes que envolveram os dois pilotos da Ferrari. Didier Pironi tinha tudo para se tornar o primeiro francês campeão. Contudo, uma forte batida no warm-up do GP da Alemanha encerrou sua carreira. Sobrou para Keke Rosberg, que venceu somente uma vez para crescer na reta final e garantir o título.

Talvez este seja o principal caso de “justiça” que poderia ser feita pelo “quadro de medalhas”.

Didier Pironi — 2 ouros, 2 pratas e 2 bronzes
John Watson — 2 ouros, 2 pratas e 1 bronze
Alain Prost — 2 ouros e 2 pratas
René Arnoux — 2 ouros, 1 prata e 1 bronze
Niki Lauda — 2 ouros e 1 bronze
Keke Rosberg — 1 ouro, 3 pratas e 2 bronzes
Riccardo Patrese e Patrick Tambay — 1 ouro, 1 prata e 1 bronze
Nelson Piquet — 1 ouro e 1 prata
Michele Alboreto — 1 ouro e 1 bronze
Elio de Angelis — 1 ouro
(Keke Rosberg venceu só uma corrida em 1982, e um total de cinco na carreira (Foto: Williams F1))

Como seria viver em um mundo com Niki Lauda apenas campeão e um Nelson Piquet sem título algum? (Como seria viver em um mundo com Niki Lauda apenas campeão e um Nelson Piquet sem título algum?)

1983
Resultado real: Nelson Piquet, 59; Alain Prost, 57; René Arnoux, 49

Alain Prost — 4 ouros, 2 pratas e 1 bronze
Nelson Piquet — 3 ouros, 3 pratas e 2 bronzes
René Arnoux — 3 ouros, 2 pratas e 2 bronzes

1984
Resultado real: Niki Lauda, 72; Alain Prost, 71,50

Alain Prost — 7 ouros, 1 prata e 1 bronze
Niki Lauda — 5 ouros e 4 pratas

1986
Resultado real: Alain Prost, 72; Nigel Mansell, 70; Nelson Piquet, 69

Nigel Mansell — 5 ouros, 2 pratas e 2 bronzes
Alain Prost — 4 ouros, 4 pratas e 3 bronzes
Nelson Piquet — 4 ouros, 3 pratas e 3 bronzes

1987
Resultado real: Nelson Piquet, 73; Nigel Mansell, 61

Nigel Mansell — 6 ouros e 1 bronze
Nelson Piquet — 3 ouros, 7 pratas e 1 bronze

1989
Resultado real: Alain Prost, 76; Ayrton Senna, 60

Ayrton Senna — 6 ouros e 1 prata
Alain Prost — 4 ouros, 6 pratas e 1 bronze

2008
Resultado real: Lewis Hamilton, 98; Felipe Massa, 97

Felipe Massa — 6 ouros, 2 pratas e 2 bronzes
Lewis Hamilton — 5 ouros, 2 pratas e 3 bronzes

 

Como ficariam os títulos

7 — Michael Schumacher
5 — Juan Manuel Fangio e Alain Prost
4 — Sebastian Vettel, Jim Clark e Ayrton Senna
3 — Jack Brabham, Jackie Stewart e Nigel Mansell
2 — Alberto Ascari, Graham Hill, Emerson Fittipaldi, Mario Andretti, Alan Jones, Mika Häkkinen, Fernando Alonso e Lewis Hamilton
1 — Giuseppe Farina, Stirling Moss, Phil Hill, Jochen Rindt, James Hunt, Didier Pironi, Damon Hill, Jacques Villeneuve, Kimi Räikkönen, Felipe Massa e Jenson Button

Pilotos que perderiam os títulos: Mike Hawthorn, John Surtees, Denny Hulme, Jody Scheckter, Keke Rosberg e Nelson Piquet

O Reino Unido lidera com enorme folga o quadro de medalhas da F1 (Lewis Hamilton (Foto: Mercedes))

O quadro de medalhas histórico

 

Fui um pouco mais além e resolvi contabilizar os títulos conquistados por cada país: não só de Pilotos, mas também de Construtores (dentro do formato tradicional mesmo). A grande potência, naturalmente, é o Reino Unido. O quadro de medalhas histórico da F1 ficaria assim:

Pos. — país — ouro/prata/bronze

  
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1 — Reino Unido — 49/54/56
2 — Itália — 19/20/18
3 — Alemanha — 13/9/7
4 — Brasil — 8/8/16
5 — Áustria — 8/3/3
6 — França — 7/7/8
7 — Argentina — 5/4/4
8 — Finlândia — 4/3/3
9 — Austrália — 4/1/6
10 — Espanha — 2/3/1
11 — Estados Unidos — 2/0/2
12 — Canadá — 1/2/0
13 — Nova Zelândia — 1/1/4
14 — África do Sul — 1/1/2
15 — Suécia — 0/2/1
16 — Bélgica — 0/2/0
17 — Suíça — 0/1/0
18 — Colômbia — 0/0/2
19 — Irlanda — 0/0/1

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Na seção 'Por Fora dos Boxes', Renan do Couto publica às terças e sextas-feiras opiniões, análises, reportagens e outros conteúdos especiais a respeito do Mundial de F1 e das demais categorias do automobilismo mundial. Renan também é narrador dos canais ESPN e ganhou, em 2015, o Prêmio ACEESP de melhor reportagem de automobilismo com o Grande Prêmio.

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