Lewis Hamilton tomou conta do GP do México do início ao fim, enquanto Nico Rosberg foi mal, mas ao menos obteve o resultado que precisava

Largada e chegada emocionantes e polêmicas. Elas ajudam a entender o porquê de os próprios pilotos estarem menos agressivos nas disputas por posição na F1. Basta atacarem que estão sujeitos a punições. Também o porquê de o trabalho dos comissários ser tão controverso: as punições e as não-punições pegaram mal diante do público.

Lewis Hamilton fez um grande fim de semana, tendo errado apenas na largada — e escapado de uma punição. Nico Rosberg conseguiu evitar os enroscos com Max Verstappen e chegar na posição em que precisava. E Sebastian Vettel mereceu o pódio, mas foi tirado dele por Verstappen e pelos comissários. 

Agora, digam uma coisa. Como você espera que os pilotos ataquem ou tentem se defender sabendo que o mínimo deslize resultará em punição? Dentro dos limites aceitáveis de segurança, às vezes é preciso deixar os próprios pilotos se policiarem. Ainda tem a questão dos rádios, que vai ser tema aqui no GRANDE PREMIUM na próxima sexta-feira.

Lewis Hamilton venceu pela segunda vez seguida. E levou as três provas na América do Norte (Lewis Hamilton (Foto: Mercedes))

1 — Lewis Hamilton (Mercedes) — 9,5

Este foi outro fim de semana em que Hamilton anulou Rosberg. Seu erro foi ao (não) contornar a primeira curva após a largada. Vai entender como ele escapou sem punição… Agora ele precisa de vitória em Interlagos, onde nunca andou bem.

2 — Nico Rosberg (Mercedes) — 7,5

Foi um fim de semana em que o que Rosberg pode tirar de positivo foi a capacidade de obter o resultado em condições adversas. Andou mal o tempo todo, mas achou uma volta decente no Q3 para largar e chegar em segundo.

3 — Daniel Ricciardo (Red Bull) — 8,0

Ricciardo ficou atrás de Verstappen na classificação e fez uma parada a mais na corrida. Por vias tortas, a tática deu certo. Ele estava mais rápido no final e conseguiu se aproximar para, por vias tortas, botar mais 15 pontos na mala. Lucrou.

Vettel se juntou a Hamilton e Rosberg no pódio, mas depois devolveu o troféu (Divulgação/Mercedes)

4 — Max Verstappen (Red Bull) — 8,0

É preciso reconhecer que Verstappen foi capaz de dar mais de 50 voltas com os mesmos pneus para chegar ao fim da prova ainda em terceiro, lutando pelo pódio. Mereceu ser punido pela ‘malandragem’ contra Vettel — e suas atitudes acabaram por garantir o pódio para a Red Bull. 

5 — Sebastian Vettel (Ferrari) — 8,0

Vettel foi outro que guiou demais para fazer a estratégia dar certo. Sétimo nas voltas iniciais, esticou o trecho com os pneus macios para poder atacar mais com os médios, e deu certíssimo. Alcançou Verstappen no fim e teria superado o holandês não fosse a cortada de curva. E talvez nem fosse atacado por Ricciardo se tivesse passado de vez por Max. Mereceu o terceiro lugar.

6 — Kimi Räikkönen (Ferrari) — 7,0

Ficar preso atrás de Hülkenberg e a tática ‘convencional’ não ajudaram Kimi contra Vettel e as Red Bull. Assim o finlandês foi o pior deste primeiro pelotão, chegando só em sexto.

7 — Nico Hülkenberg (Force India) — 7,5

Hülk merece aplausos pela ótima classificação, ficando à frente dos pilotos da Ferrari. Na corrida, porém, sua Force India não tinha um ritmo bom o bastante para se manter à frente.

8 — Valtteri Bottas (Williams) — 6,5

Bottas nem perdeu, nem ganhou na largada, mas precisou superar Massa para chegar em oitavo. Foi uma prova discreta.

9 — Felipe Massa (Williams) — 6,0

Massa se defendeu muito bem de Vettel no início da corrida após fazer uma boa largada, mas depois a falta de ritmo da Williams falou mais alto. Na parte final, também defendeu-se bem de Sergio Pérez.

10 — Sergio Pérez (Force India) — 5,5

Foi um fim de semana abaixo da expectativa para o dono da casa, que sequer passou para o Q3. Na corrida, ficou preso atrás de Massa para terminar com somente um ponto.

Massa segurou Pérez na segunda metade da prova (Felipe Massa segurando Sergio Pérez (Foto: Williams/LAT))

11 — Marcus Ericsson (Sauber) — 6,0

Grande corrida de Ericsson, que se envolveu em um acidente na primeira volta e deu 70 voltas com o mesmo jogo de pneu. Mesmo assim, chegou em um 11º lugar que é ótimo para o carro que a Sauber tem — e que viraria um pontinho vital caso alguém abandonasse no top-10. Essa foi a nota mais alta que dei para Ericsson no ano.

12 — Jenson Button (McLaren) — 5,0

13º na classificação, 12º na corrida. Button pouco conseguiu fazer com a McLaren no México.

13 — Fernando Alonso (McLaren) — 5,0

Talvez o domingo de Alonso fosse diferente se Sainz não tivesse o empurrado para fora da pista na primeira volta. Não rolou, e o espanhol ficou fora dos pontos.

14 — Jolyon Palmer (Renault) — 5,0

Palmer foi outro que precisou parar ao final da primeira volta. Nessa, saiu-se melhor, dentre outros, que seu companheiro de equipe. Segurou Alonso e Button por muito tempo antes de cair para 14º.

(Felipe Nasr liderando a turma do fundão (Foto: Red Bull Content Pool))

15 — Felipe Nasr (Sauber) — 4,0

Nasr fez um fim de semana pior que Ericsson, ponto. Ficou atrás na classificação e, na corrida, foi alcançado pelo sueco antes mesmo de ir aos boxes para o seu pit-stop.

16 — Carlos Sainz (Toro Rosso) — 4,0

Até foi bem no sábado, passando para o Q3, mas suas chances no domingo ficaram comprometidas por uma punição em um lance com Alonso. 

17 — Kevin Magnussen (Renault) — 4,0

Teve de fazer duas paradas, e, aí, caiu para o 17º lugar. Ficou no meio da briga das Toro Rosso.

18 — Daniil Kvyat (Toro Rosso) — 2,5

Mais um péssimo fim de semana para Kvyat, que não saiu do Q1 e foi punido pela segunda corrida seguida — reclamou da falta de consistência nas penalidades.

19 — Esteban Gutiérrez (Haas) — 2,5

Gutiérrez começou a corrida bem, provocando o acidente que tirou Pascal Wehrlein da prova. Com a Haas mal, foi o seu grande momento de destaque em casa.

20 — Romain Grosjean" target="_blank">Romain Grosjean (Haas) — 2,0

Dono do pior tempo do treino classificatório, Grosjean precisou fazer duas paradas para chegar ao fim, o que não deu muito certo. Seu pior fim de semana no ano.

21 — Esteban Ocon (Manor) — 2,5

Ter ficado à frente de Grosjean no quali foi um feito digno de nota para o francês, que andou sozinho no domingo: foi o único piloto a levar duas voltas do vencedor.

22 — Pascal Wehrlein (Manor) — 5,0

Wehrlein mal percorreu 1 km, mas merece a nota pelo o que fez no sábado: o alemão se classificou para o Q2 com o carro da Manor. Fica a dúvida sobre o que poderia rolar na corrida não fosse o totó que levou de Gutiérrez por trás na largada.

GP DO MÉXICO — 5,5

A primeira volta foi muito boa. O final foi excelente, mas infelizmente protagonizado pelos comissários. O meio da prova virou uma disputa estratégica que oferecia desfechos variados, porém sem muita ação na pista.

Melhor corrida:
GP da Espanha — 9,5

Pior corrida: 
GP da Europa — 2,0

Média: 6,66
(México (Foto: Sauber/Twitter))

Os melhores do ano

1 — Lewis Hamilton — 8,03
2 — Daniel Ricciardo — 7,89
3 — Nico Rosberg — 7,84
4 — Kimi Räikkönen — 7,42
5 — Max Verstappen — 7,21
6 — Sebastian Vettel — 7,08
7 — Sergio Pérez — 6,47
8 — Fernando Alonso — 6,31
9 — Valtteri Bottas — 6,29
10 — Nico Hülkenberg — 5,92
11 — Carlos Sainz — 5,71
12 — Felipe Massa — 5,68
13 — Jenson Button — 5,50
14 — Romain Grosjean — 5,32
15 — Esteban Gutiérrez — 4,58
16 — Kevin Magnussen e Pascal Wehrlein — 4,37
18 — Daniil Kvyat — 4,24
19 — Jolyon Palmer — 4,08
20 — Felipe Nasr — 3,97
21 — Marcus Ericsson — 3,79
22 — Esteban Ocon — 2,93
23 — Rio Haryanto — 2,83

Na seção 'Por Fora dos Boxes', Renan do Couto publica às terças e sextas-feiras opiniões, análises, reportagens e outros conteúdos especiais a respeito do Mundial de F1 e das demais categorias do automobilismo mundial. Renan também é narrador dos canais ESPN e ganhou, em 2015, o Prêmio ACEESP de melhor reportagem de automobilismo com o Grande Prêmio.

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