Mercedes irá saborear a vitória conquistada na abertura da temporada, no GP do Bahrein, mas já sabe que terá muito trabalho com a Red Bull. Ameaça a mais um título do heptacampeão é real
A Fórmula 1 há tempos não é aquela categoria quase artesanal, de motores estridentes e carros escorregando de lado nas curvas. Talvez nem nunca mais seja. Tudo bem. Mas o que não pode mesmo faltar é competição. Lewis Hamilton e Max Verstappen travaram neste domingo (28) uma briga pela vitória até os últimos metros do GP do Bahrein, em um excepcional começo de temporada. No fim, Verstappen perdeu, mas mostrou ser uma ameaça real para o heptacampeão na briga pelo título.
A segunda das 23 etapas previstas para 2021 acontece daqui a três semanas. O GP da Emília-Romanha, disputado no circuito de Ímola, foi um dos que se manteve no calendário, desde o ano passado atrapalhado pela pandemia do novo coronavírus. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades em tempo real.
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Evidentemente que a prova em Sakhir foi só a primeira do ano, muita coisa ainda pode mudar, as máquinas vão evoluir, mas já deu para sentir um gostinho muito bom dessa enorme competitividade entre Mercedes e Red Bull — coadjuvante na disputa, Valtteri Bottas foi o terceiro. Qualquer previsão para o ano então pode ser mero exercício de futurologia, mas a tendência é que essa disputa se mantenha até as corridas derradeiras, lá em novembro ou dezembro.
Verstappen liderou absolutamente todas as sessões de treinos livres e ainda fez a pole-position para a corrida. Como o próprio Hamilton disse, as expectativas eram reduzidas já que a equipe preta-prateada achava que era de 0s6 a 0s8 mais lenta que os touros vermelhos, em muito pelo baile que levou também nos testes de pré-temporada. A corrida também desenhava para uma vitória do holandês, até o agora Sir Hamilton pedir para que seu engenheiro, Peter Bonnington, o Bono, o deixasse concentrado.
Nessa altura, a 96ª vitória de Hamilton chegou a ficar ameaçada. A três voltas do fim, Verstappen o ultrapassou, não sem exagerar nos limites de pista na curva 4 e ter de devolver a posição por mais que preferisse os conhecidos 5s de punição. Tudo ficou mesmo para o último giro, com o #33 a 0s5 do #44. Faltaram mais alguns metros para uma eventual ultrapassagem.
“Claro que é decepcionante não ganhar, mas realmente oferecemos briga com a Mercedes e temos que estar felizes no geral. Foi difícil no final, mas marcamos alguns pontos iniciais valiosos aqui”, disse Max.
“O Max também está em um grande momento da carreira”, reconheceu de cara Hamilton, que bateu o recorde de Michael Schumacher de 5.111 voltas na liderança. “Foi uma das corridas mais difíceis que tive em tempos, então estou muito grato pela vitória.”
A Mercedes, é claro, irá saborear a vitória, mas também pensará em como se distanciar da Red Bull. A previsão é que se tenha maior entendimento de um carro que nasceu com as suas peculiaridades, além da adesão de novos componentes aerodinâmicos. Desde 2014, no começo da era híbrida da F1, a equipe dominou a categoria e conseguiu seis títulos com Hamilton, que só foi superado pelo então companheiro de equipe Nico Rosberg, em 2016. Desta vez, a Red Bull parece mesmo estar um degrau acima com relação às concorrentes dos últimos anos.
O próprio Toto Wolff, diretor-executivo e chefe de equipe da Mercedes, reconheceu que a Red Bull está à frente.
“Acredito que foi uma grande batalha de estratégias. Em termos de ritmo, Max controlou no começo da corrida. Para uma primeira corrida, vejo esses caras na nossa frente”, disse Toto.
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